Aclamação

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(Trilha sonora deste capítulo. Você também pode encontrá-la na playlist oficial, link na descrição)

Capítulo V

Naquela noite, foram comemorar sua conquista. Encontraram-se num bar famoso, na Rua das Oliveiras. Estavam ainda machucados e cansados, mas mereciam esse respiro. Afinal, passaram por duas semanas de intensas batalhas concluindo quase uma década de treinamento brutal.

Uma vez crianças órfãs, acolhidas pelo Santuário e transformadas em recrutas, eram agora jovens poderosos com a missão de proteger a Terra depois de infindáveis anos de preparação.

Desde que Panos havia se tornado o Grande Mestre, o Santuário estendeu seus muros, integrando o vilarejo que existia em sua encosta e protegendo os moradores que estavam constantemente em contato com os Cavaleiros de Atena.

Com isso, o comércio e a agricultura prosperaram, não só no vilarejo como também dentro do próprio Santuário. Os cavaleiros tinham acesso a lazer, comida de qualidade e medicamentos. Um acordo onde todos se beneficiavam.

A Rua das Oliveiras e a Praça Principal eram os reflexos mais claros dessa nova era. Sempre zumbindo com cavaleiros, aprendizes, soldados e aldeãos para lá e pra cá. Lojas, barraquinhas, pessoas interagindo. O Santuário era agora como um grande centro, existindo como num universo paralelo ao restante do mundo, ignorante à sua existência.

O Santuário pagava um pequeno salário aos seus integrantes, o que movimentava sua modesta economia. Os Cavaleiros de Atena, por vezes, eram chamados em emergências mundiais pelos governos dos países para lidarem com crises de larga escala.

Assim, não apenas estes perigos sobrenaturais eram impedidos de caírem no conhecimento do público, como a própria existência do Santuário também.

A remuneração dependia, claro, da hierarquia do indivíduo. Aprendizes viviam em quartos pequenos num alojamento abarrotado e recebiam pouco, enquanto os Cavaleiros de Ouro viviam com um certo luxo em suas casas zodiacais.

— Aqui está. — Um homem de meia idade e de avental deixava seis canecos de cerveja na mesa dos jovens. Iro percebeu ter sido fitado com desconfiança por ele.

— Dez vitórias! — Alexia ergueu o seu copo.

— Finalmente cavaleiros! — Tales brindava, acompanhado pelo restante da mesa. Nesso, Raphael e Mir também estavam lá.

— Nem acredito que a gente chegou até aqui. — Iro dava um longo gole. — Acho que vou dormir uns vinte dias seguidos.

— Só se você não quiser a sua armadura, né? A cerimônia é amanhã. — Raphael deu um peteleco em sua testa.

— Pelo que eu fiquei sabendo ela vai ser rápida, com sorte você volta cedo pro quarto e pode colocar esse plano em prática. — Tales se espreguiçava na cadeira.

— Ei, Iro, você ficou sabendo? Silas ganhou sua última batalha agora há pouco. - Nesso repousou seu caneco na mesa. — Ele vai ser o cavaleiro de Hércules.

— Fico feliz por ele. — Deu um gole em sua cerveja, sem prestar muita atenção. - Vocês acham que Atena vai estar na cerimônia amanhã?

Eles se entreolharam, estranhando a mudança abrupta de assunto. A possibilidade não tinha sequer passado por suas mentes.

— É só que... sei lá, eu tô no Santuário desde que eu nasci e eu nunca vi ela. Achei que pelo menos em um ou outro evento mais importante ela taria presente.

Cavaleiros do Zodíaco: Desatando NósOnde histórias criam vida. Descubra agora