Encontros

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(Trilha sonora deste capítulo. Você também pode encontrá-la na playlist oficial, link na descrição)

Capítulo XVII

Raphael estalava os dedos na frente do rosto de Alexia.

— Alo-ou? Você tá aí olhando pro nada sem nem piscar. — Ele se sentava à sua frente na mesa do refeitório.

— Você tá sozinha? — Nesso perguntou. Como de costume, acompanhava o amigo.

— Ah, oi meninos. — Sacudiu a cabeça. — Tô sim. Desculpa, tava viajando aqui.

— Você nem tocou no seu café da manhã — o jovem continuou.

— Iogurte e croissant com queijo, como sempre, né? — Raphael apontou para o prato dela.

— Na mosca. O que vocês vão fazer hoje?

— A gente vai montar guarda na entrada oeste — disse Nesso.

— Sinceramente, trabalho pra cavaleiros de bronze. — O cavaleiro de Lagarto colocou a mão na testa. — Tem tarefa mais chata?

— É por causa dos desaparecimentos nas vilas aqui perto, já falei. Desde a invasão, eles querem redobrar a segurança nas entradas — o amigo respondeu.

— Eu sei, eu sei. Ainda assim, seria muito mais legal ir atrás dos responsáveis pelos desaparecimentos.

— Eles provavelmente mandaram alguém já.

— Mandaram sim. — Alexia deu uma colherada no seu iogurte. — É a missão do Tales hoje.

— Sortudo. — Raphael deu um soquinho na mesa.

— E o Iro, cadê? — Nesso olhou ao redor.

— Tá conversando com a melhor amiga dele, Atena. — Levantou-se. — Eu vou indo, garotos, preciso achar algo pra fazer e não morrer de tédio.

— Espera, você nem terminou seu croissant. — Raphael ergueu o prato.

— Fique à vontade! — disse, já se encaminhando para a saída. O jovem comemorou.

Desceu os degraus pensativa. Na sua cabeça, imaginou como Iro e Tales estariam. Os últimos dias tinham sido bastante pesados.

Ao final da larga escadaria, deu de cara com Ágata.

— M-Mestra! — exclamou, surpresa.

— Bom dia, Alexia. — Sempre formal, a dourada mantinha uma postura ereta.

— O que faz aqui?

— Vim à sua procura — deu um sorriso desconcertado. — Me acompanha?

Andaram juntas pelos jardins na entrada do distrito norte. Era o final da primavera e uma colorida camada de flores abria caminho como um tapete cheiroso.

A dourada diminuiu o passo e suspirou.

— Alex... Ali... — O apelido saía com esforço de sua boca, deixando a garota pasma. — Eu sei que eu não costumo demonstrar carinho, preocupação... Bom, eu não costumo expressar muitas coisas.

— N-Não, tá tudo bem. — Nunca tinha visto a mestra numa posição vulnerável antes.

— Eu só... Não queria nunca que você tivesse visto aquilo. Ter sido a primeira na Biblioteca aquele dia deve ter sido horrível.

Cavaleiros do Zodíaco: Desatando NósOnde histórias criam vida. Descubra agora