Escultor

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(Trilha sonora deste capítulo. Você também pode encontrá-la na playlist oficial, link na descrição)

Capítulo IX

— E aí ela falou que a gente nasceu no mesmo dia! Dá pra acreditar?

Era o dia seguinte. Iro tagarelava para Nesso, Mir e Raphael, com a boca cheia de omelete do seu café da manhã tardio. Já se aproximava da hora do almoço, mas ele havia acordado atrasado devido às loucuras do dia anterior.

— Ai, a gente já entendeu! - Alexia largou na mesa uma pilha pesada de livros na frente de Tales, que não desgrudava o olho de um. — Você e ela são melhores amigos agora, bla bla bla.

— Qual o seu problema? — Iro a olhou sem entender nada.

— Você fala nisso desde ontem, tá começando a dar nos nervos.

— Acho que ela tá é com ciúme. — Raphael fez Mir arregalar os olhos com medo da reação da garota. Nesso deixou escapar uma risada e Iro se engasgou.

— Vocês são ridículos. — Ela fechou a cara.

— Foi um acontecimento importante pra mim, oras, qual o problema em contar?

— Eles são sempre assim? — Aura, que também carregava alguns livros, cochichou para Tales.

— Eu já desisti de entender o que rola ali — disse, organizando os novos exemplares na pilha que havia acumulado. Iro virou-se para ele.

— E o que diabos você tanto lê aí?

— São livros de medicina. — Aura colocou a mão na cintura, calculando as horas de estudo que teriam pela frente. — Ele quer tentar encontrar alguma doença que explique os sintomas daquele cavaleiro que vocês enfrentaram ontem.

— Alguma sorte? — Deu mais uma colherada em seu prato.

— Nada muito concreto. — Tales balançou a cabeça. — Já pesquisei sobre raiva, esquizofrenia... Os sintomas são muito vagos. Teve também aquele símbolo no pescoço... Mas depois eu pesquiso sobre.

Nenhum dos jovens deu muita importância para suas preocupações.

— Eu sei o que ele tinha. — Iro bancou o sabichão.

— O quê? — O jovem arqueou o corpo para frente, ávido pela resposta. Os outros copiaram o gesto.

— Solidão. Passou tanto tempo sozinho enclausurado numa ilha que ficou ó. — Fez um movimento circular com a colher perto da cabeça, indicando loucura. Alexia suspirou, reprovando.

— Não, não foi isso... — Tales cruzou os braços.

— Então só pode ter sido uma força do além. — Mir deu de ombros e se retirou, acompanhado por Raphael e Nesso.

— Força do além... Como algo controlando cavaleiros? — O cavaleiro de Pintor olhou para os outros, cerrando as sobrancelhas.

Uma gota de suor gelado escorreu pela testa de Iro. Aquela ideia lhe causava arrepios pela sua nuca.

— É uma possibilidade, mas seria um grande problema... — Tales disse, consternado. — E se alguém dentro do próprio Santuário fosse controlado?

Calaram-se. Aura fez o favor de quebrar o silêncio desconfortável.

— A-Acho que isso é ir um pouco longe demais. — Colocou a mão no ombro dele. — Talvez um descanso desses estudos faça bem.

Cavaleiros do Zodíaco: Desatando NósOnde histórias criam vida. Descubra agora