Escorpião

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Capítulo XVIII

— Incrível. — Iro estava boquiaberto ouvindo a história do amigo. — Os Berserkers eram irmãos?

— Pois é. Ai!

— Desculpa. — Alexia ajudava Tales a trocar a atadura nas costelas. — Mas agora tá pronto.

— Só sei que, se esses filhos da puta tentarem entrar aqui de novo, eu vou ter o maior prazer em acabar com a raça deles. — Mais sério do que jamais esteve, Raphael terminou seu almoço e levantou, deixando os três sozinhos no Salão de Ágora.

— Sobre o que você falou de Atena, Iro... — Tales levou a mão ao queixo. — Realmente, tudo indica que Ares tem um dedo nisso.

— Eu sabia! — Bateu na mesa. — Primeiro, Deimos aparecendo sempre antes da gente pra recuperar os artefatos. Agora, essa invasão justo quando Atena tava adormecida. Não pode ser coincidência!

— O Ema se infiltrou quando a barreira tava mais fraca, não foi? — Alexia especulou com os amigos. — Quem garante que ela não teve outros lapsos assim antes? Talvez tenham se infiltrado aqui há muito tempo.

— O Berserker que vocês encontraram. Identificaram alguma marca parecida com a que tínhamos visto antes? O símbolo do Deus da guerra, digo. — Tales conjecturou.

— Não que eu me lembre. — Ali olhou para Iro, que fez que não com a cabeça.

— No que eu enfrentei, também não vi. Pra mim, essa é uma marca de corrupção de Ares. Ele deve ter o poder de assumir o controle de certas pessoas ou entidades, como aqueles gigantes, e fazê-los lutar por ele.

— Essa é uma boa teoria. — Para Iro, tudo se conectou. — Isso explica o comportamento estranho daquele desertor.

— Quer dizer que... — a garota engoliu em seco. — Esse infiltrado pode ser qualquer pessoa? Até mesmo um de nós, cavaleiros?

— É possível. — Tales tinha uma expressão de dar calafrios. — Vamo levar essa hipótese pra Reunião Dourada logo mais.

— Que por sinal já está pra começar. — Jade apareceu atrás dos três, como já era de costume.

— Jade! — Iro abriu um largo sorriso. — Como você tá?

— Um pouco debilitada, mas nada que me impeça de voltar à minha função. — Fez sinal com a cabeça para os três a acompanharem. Tomaram o rumo das Doze Casas.

Seu semblante era melancólico. Não parecia a líder carismática de sempre. A morte de Mir ainda lhe corroía.

— Por sinal, garotos — falou com um tom mais baixo no caminho —, eu ouvi sua teoria. E tudo que posso dizer é que já tenho minhas próprias desconfianças.

O trio engasgou. Ouvir uma amazona de ouro validando sua hipótese tornava tudo mais real do que esperavam. Um frio na barriga surgiu de repente.

— Por favor, não mencionem nada até eu ter provas. E não se metam em encrencas!

Iro se perguntou quais seriam as suspeitas da mestra. Um espião? Um traidor? Seria uma sacerdotisa ou um dourado? Talvez fosse o próprio Grande Mestre.

No Salão Dourado, os cavaleiros de ouro ainda estavam chegando. Panos, Atena, Topázio, Onix, Ágata e Granada já estavam presentes.

O cavaleiro de Aquário estava em pé ao lado de um enorme esquife de gelo que aprisionava Kokalo de Bhuj.

Cavaleiros do Zodíaco: Desatando NósOnde histórias criam vida. Descubra agora