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Alguns dias depois

Despacho-me e vou de transportes até ao Seixal, o que foi uma aventura em pêras.

Admito que não foi nada confortável, mas pronto, vejo a Natália com a Diana na entrada do Campus.

- Bom dia flores do dia! - digo.

- Alguém acordou de bom humor. - disse a Diana e eu nego.

- Por acaso! Acordei, mas até ter apanhado o comboio e depois o autocarro. - digo.

- Que coisa! - disse a Diana.

- O meu pai, quis que eu experimentasse, mas foi torturante. - disse.

- Isso é porque não andaste de metro. - disse a Natália.

- Lá na Alemanha, os transportes são maiores.

- Obrigada, têm mais pessoas. - Reviro os olhos. - Pronto, admito que já andei de comboio na Alemanha e não tem nada haver. - Completou a Diana. - Desta vez dou-te a razão! - disse a Diana e eu sorri. - Não te habitues. Bem amoras, tenho de ir. - Ela cumprimentou-nos e seguiu para o carro dela, eu e a Natália entramos no Campus e mais uma vez encontro o Neves, o António que estava com ele, vejo-os mais a frente com a equipa principal.

- Porque estão eles com a equipa principal? - Perguntou a Natália.

- Ouvi o meu pai a dizer que o António, o Gonçalo Ramos, e o Neves iam para a equipa principal, e ele vai contratar mais 3 jogadores.

- Sabes quem são?

- Mesmo que soubesse não poderia dizer. ! - digo e vejo o sorriso dela desaparecer.

- Pois, tens razão!

- É o Peter Musa. - disse. - E Fredrik Aursnes. - digo Baixo para só ela ouvir. -  Não podes dizer a ninguém Natália, se o meu pai sabe que te contei corta-me o pescoço. - digo e ela fechou a boca como um ziper. - Natália, eu estou a falar a sério. - digo.

- Eu compreendo perfeitamente. - Eu olho para ela. - A sério, não vou dizer nada! Juro pela minha saúde. - disse a cruzar os dedos na boca.

- Se eu souber que sabem eu corto-te a língua. - disse bastante próxima dela.

- Intimidante. - disse e eu sorri.  Vimos o pai dela a dirigir-se para a nossa beira.

- Olá pai. - disse a Natália.

- Olá querida, olá Angel. - disse a virar-se para mim. - Hoje não vamos para dentro, vamos ver o trabalho deles nos treinos. Vão estar comigo e com mais um colega meu. Tudo bem? - Afirmamos as duas. Seguimos com ele até a zona onde iríamos ficar a observar. Eles explicou-nos o que deveríamos fazer e o que observar, e assim o fizemos, acho aquele trabalho fascinante.

O Neves estava a treinar, e sem me dar conta ficava a olhar para ele.

Desde aquele dia, ele nunca mais falou comigo, nunca percebi o motivo, sabia que olhava para mim, porque a Natália fazia-me esse favor, mas desvia sempre o olhar quando olhava para ele, e não sei porque me importava tanto.

No final do treino, alguns ficaram por ali.

- É fácil não? - disse o Diogo, e eu afirmo. - Natália?

- Sim, é fácil! - disse aborrecida. O pai dela afastou-se e eu viro-me para ela.

- O que tens tu? - Pergunto.

- Não é nada!

- É, é alguma coisa! Natália, já te conheço há algum tempo, não estás aqui obrigada, pois não?

First Love | A Filha do MisterOnde histórias criam vida. Descubra agora