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No dia seguinte acordo sem vontade, e vejo que já estava atrasada, vejo que a Helena já não estava no quarto, mas vejo uma roupa separada em cima da cama e um bilhete.

"Estou no andar de baixo, despacha-te" 

Despacho-me rápido, e visto aquela roupa, que me assentou como uma luva. Ponho a minha roupa num saco e desço as escadas a correr. 

- Vais comer? - Pergunta, eu paro no corredor, cumprimento o Rui Costa, ela, e a mãe dela. 

- Não, tenho que ir. - digo, o conselho fechava às 13 horas e já eram 11horas. - Obrigado pela noite, mas falamos depois, sim? - disse a beijar a testa dela.

- Vê-la o que lhe dizes, sim? - disse ela.

- Vais falar com o Neves? - Pergunta o Rui Costa e eu afirmo. - Boa, fala com ele. - Despeço-me deles e por sorte encontro-o no Seixal. 

- Precisamos de conversar! - digo depois de cumprimentar todos. 

- Agora já queres? - Diz seco, ele estava sentado com alguns colegas do plantel. 

- Neves é a sério, eu sei que fui bruta contigo, mas precisámos de conversar- disse e ele afirmou a morder os lábios.

- Pensava que tinhas dito tudo ontem! - disse a olhar para ele. 

- Não vais facilitar? - Ele negou, e eu puxo a cadeira dele para trás, e levanto-o, ele estava sem equilíbrio e se eu o largasse caía. - Vens comigo ou caís? - Digo e ele afirma. 

Ajudo-o e seguimos para o exterior. 

- O que queres? - Pergunta, assim que o sentei num banco. 

- Primeiramente acho que não deveria estar a dizer isto, mas acho que estás a cometer um erro em não dizer quem foi que te empurrou. - digo. 

- Se é um erro ou não, é a minha responsabilidade. - disse.

- Compreendo, e estás no teu direito, mas estás a ser injusto, o clube pode levar uma multa por culpar alguém que não existe. Qual é a dificuldade de dizer quem foi?

- Porque se não me tivessem a ameaçar não era difícil. - digo e eu olho para ele e ele repara no que disse.

- Estão a ameaçar-te? Quem? - Ele olha para os lados. 

- Não devia sequer olhar para ti, nem estar aqui contigo. - Ele disse e afasta-se.

- Tu vais dizer-me quem foi, eu não vi por isso não posso dizer por ti. Diz-me Neves.

- Eles podem magoar-te e eu não quero que te magoes por mim. Por favor Angelina, saí daqui, por favor! - Respiro fundo e sinto-o desabar. 

- Neves, tu podes confiar em mim. - Passo as mãos pelo cabelo.

- Eu nunca quis dizer aquilo, eu amo-te e tu não tens culpa do que o Conceição me fez, mas  queria apenas proteger-te, queria apenas ser um rapaz normal sem status, eu amo-te porra, durante está semana, insultei-me tanto e quis  ir atrás de ti, mas fui ameaçado outra vez. - Eu aproximo-me dele, mas ele afasta-se. - Desculpa, desculpa-me mas tenho de ir. - disse e afastou-se em dificuldade, tentei ajuda-lo, mas fiquei com o nome na cabeça e paralisei. Francisco Conceição, aquele tripeiro de merda. 

Quando recupero a memória percebo que o rapaz de ontem, não era estranho, ele estava lá, estava lá quando o Neves caiu, passo pelo refeitório as pressas, e pela Helena, sem lhe dizer nada, vejo o Rui Costa com a direção da Federação e percebo que era o momento. 

Vejo o Neves suspirar, a ver que cheguei primeiro que ele. 

- Não podes dizer nada! - disse assim que percebeu que já sabia quem lhe tinha feito mal, pelo menos dois deles.

First Love | A Filha do MisterOnde histórias criam vida. Descubra agora