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Angelina Schmidt

Caminhámos juntos até a casa dele, que para uma primeira casa era bastante boa.

- É bonita! - digo a rodar o corpo numa volta de 360 graus, ele apoiou-se na porta da cozinha fechada e esperou que eu me virasse para ele, o que de facto aconteceu.

- A minha mãe ajudou-me na decoração  e essas coisas, sabes! - disse a sorrir com aquele sorriso travesso que acabava comigo.

- O que vamos fazer, então Neves? - Ele aproximou-se de mim e gentilmente levantou as minhas mãos em direção ao peito dele.

- O que quiseres, desde que esteja contigo, até posso ficar aqui em pé a olhar para ti. - Eu passo a língua pelo canto da boca e sorri logo depois. Ele franziu o nariz e beijou-me. - Quero-te muito. - disse e caminhámos para o sofá que estava logo ali, mas quando caímos para cima dele, não parecia assim tão perto.

- Eu também quero. - Começamos a beijarmo-nos, mas foi o barulho da porta que nós interrompeu.

- Porra! - Ele saiu de cima de mim contornando o sofá e impedindo a pessoa de entrar no recinto.

- Porra Neves, tiveste que escolher logo hoje? - Reconheço a voz do Casper. - Eu quero dormir na minha cama. - disse.

- Vai-te embora Tengstedt. - disse o Neves e eu levanto-me abraço o Neves e  ponho a cabeça por cima do ombro dele.

- Olá Angelina. - disse o Casper a sorrir taradamente.- Não sabia que estavas acompanhado logo pela filha do Mister. - disse o Casper a rir e a gozar com o Neves. - Poderias ter dito. - disse. - Pronto eu vou-me embora. - Ele deu meia-volta, mas eu interrompo-lhe o passo.

- Podes ficar, e aliás está a ficar tarde, tenho de ir. - digo a agarrar na minha mala.

- Mas... - O Neves olhou para mim e eu beijo os lábios dele.

- Adoro-te! - disse e saí da casa dele. Ainda ouvi o Neves dizer.

- Eu vou te matar CASPER. - Gargalhei e apanho um táxi.

Quando cheguei a casa já deviam passar das 19 vejo a minha família a jantar e junto-me a eles.

- O Neves não te deu de comer? - Perguntou o meu irmão e eu apenas olho para ele.

- Deu, mas deu o almoço e eu quero jantar. - digo a servir-me depois de lavar as mãos.

- Estava a pensar. - Começou o meu pai a dizer. - Já sei onde te vou levar amanhã. - Eu olho desta vez para ele e pergunto.

- Onde?

- Amanhã logo vês. - disse e eu sorri, acabámos por jantar todos juntos e quando vou para o quarto passados alguns minutos, ouço o ranger da porta e o meu pai a pedir permissão para entrar, eu estava na minha mesa a escrever uns apontamentos e dei-lhe permissão.

- Boa noite querida, não fiques muito tempo aí. - disse.

- Não fico pai. - digo, ele beijou as minhas têmporas e depois virou-me costas.

- Tenho saudades de quando falavas comigo sobre tudo. - disse e eu deixo a caneta cair dos meus dedos.

- Eu já não sou uma criança. - digo e ele olha para mim e mexe em alguns coisas que estavam nas estantes, simplesmente a passar os dedos.

- Eu sei que não, e orgulho-me da pessoa que estás a tornar-te. - disse.

- Mas... - Acrescento.

- Mas já tenho saudades de quando me abraçavas, de quando estavas lá a dar-me beijinhos a querer jogar comigo a bola, sabes... tenho saudades dos velhos tempos. - Eu levanto-me e abraço-o.

- Eu também tenho saudades desses tempos, admito que estou um pouco longe, mas isso não quer dizer que goste menos de ti. - digo ainda abraçada a ele.

- Eu sei. Eu sei disso! - disse e beijou a minha cabeça novamente.

- Vai dormir, sim? - Eu afirmo e beijo as bochechas dele. Quando ele ia a sair eu chamo-o.

- Pai? - Ele vira-se para mim. - Eu gosto muito de ti. - digo e ele sorriu.

- Boa noite querida, eu também gosto muito. - disse e saiu.

Acabei por fechar os livros e deitar-me depois de vestir o pijama e lavar os dentes.

No dia seguinte, acordo, visto-me assim:

E desço as escadas, vejo o meu pai já pronto, beijo as bochechas dele

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E desço as escadas, vejo o meu pai já pronto, beijo as bochechas dele.

- Bom dia. - digo a sorrir, saímos depois de tomar o pequeno-almoço, a primeira paragem foi a beira rio, depois fomos até a um centro comercial e ficámos lá para almoçar, ainda fomos ao cinema, e no começo da tarde, ele levou-me ao Seixal.

- O que fazemos aqui? - Pergunto.

- Tenho que resolver uma coisa rápida, mas vai ao campo 3 que eu vou lá ter contigo. - Ele entregou-me a chave do carro e uma caixa.

Ele saiu do mesmo e eu abro a caixa, eram umas chuteiras uma dizia a minha data de nascimento e na outra dizia

"Little Angel"

Era o que o meu pai me chamava, descalço os sapatos e quando chego ao campo de treino calço as chuteiras.

O meu pai chegou alguns minutos depois, como estava no meio do campo, ele manda-me uma bola com um dos pés.

- Preparada para perder? - Sorri e neguei.

- Nunca perdi, não é hoje que vai acontecer isso. - digo e começamos a jogar um contra um, quando marquei o primeiro golo vi que o meu pai já não tinha a mesma pedalada que tinha há 15 anos atrás. Comecei a jogar assim que aprendi a andar quase.

Vejo nas bancadas alguns do plantel principal, e percebo que hoje havia treino com os adjuntos.

Depois de ganhar ao meu pai por alguns golos a nada ele acabou por desistir.

- Vais ficar aqui? - Pergunto.

- Não. Hoje sou todo teu. - Sorri e abraço-o.

- Tenho que falar contigo. - digo a entrada do relvado sintético para o relvado.

- O que foi? - Olho para o Neves que estava a espera de entrar como os outros, os nossos olhares cruzaram-se, o meu pai olha para ele e ele desviou o olhar sendo gozado pelos outros.

- Eu gosto mesmo dele. - digo.

- Eu sei. - disse a olhar para mim, ele suspirou. - O que posso fazer Angelina? Eu não posso fazer nada, se vocês se gostam, o que eu vou fazer? Prender-te? Deixar um ótimo jogador ficar no banco? Não posso fazer isso.

- Então?

- Não há um Então, se queres namorar com ele não vou ser eu a dizer que não o devas fazer. Eu apoio-te querida. - Ele beijou a minha testa e saiu a minha frente, olho para o Neves e sorri a respirar fundo, ele agarrar no telemóvel e eu recebo uma mensagem.

"O que se passou?"

"Não vais ficar no banco"

Ele olha para mim, sem perceber , eu sorri e mando-lhe só isto.

"Concentra-te no treino, depois falámos"

Aceno para ele e para os restantes ali presentes e acabo o dia com o meu pai.

First Love | A Filha do MisterOnde histórias criam vida. Descubra agora