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Foi motivo de conversa aquela cena durante o resto da noite, e claro que o Neves foi o motivo da piada para os amigos que riam-se a farta por ter perdido ambos os jogos contra uma rapariga, mas ele levou tudo na brincadeira e disse que me daria outra oportunidade para ele ganhar.

A Natália foi-se embora cedo, porque ia para Espanha de urgência, não percebi, porque, fomos esvaziando o espaço até que ficámos eu o Neves, e o meu irmão e mais alguns rapazes que ficariam por ali.

- Posso levar-te a casa! - disse o Neves ao ver o meu irmão entretido com uma rapariga que não tinha visto quando cheguei.

- Não te importas? - digo, e ele negou, os amigos dele ficaram a falar com ele enquanto informava ao meu querido irmão que iria para casa com o Neves.

- Eu não me demoro. - disse o Jordi o meu irmão.

- Não te preocupes. Eu fico bem, aproveita a noite em maninho! - digo a afastar-me dele, ele voltou a falar com a menina que sorria.

- Vamos Neves? - digo em Inglês e ele afirmou, despedimos-nos dos outros e fomos até ao carro dele.

- Nem te perguntei, como me vais levar? - Pergunto.

- Tirei a Carta este ano. - disse. - Não te esqueças que sou mais velho um ano. Tenho 18. - disse e eu afirmo, ele entra no Mercedes, e eu deslumbro o carro por fora, entro e agarro a mala e o casaco.

- Podes pôr lá atrás. - digo e vejo um saco de desporto. Viro-me e ponho ambas as coisas no banco, viro-me para ele e ponho o cinto, ele olhava para mim e eu coro.

- Para de olhar assim para mim. - Digo.

- Porque não posso?

- Podes, mas assim eu fico envergonhada.

- Ficas bonita envergonhada! - disse e eu coro. - Vejo o olhar dele baixar para o meu vestido.

- Não te preocupes com o vestido. - digo. - Vestidos há muitos. - Acrescento.

- Desculpa novamente. - Sorri.

- Não faz mal a sério. - digo. Ele deu partida e eu vou dizendo o caminho, ele ligou o rádio.

Estava a dar uma música do "SoMo - 50 Feet", ele deixou a música e não mudou, a músicas do SoMo tinham um duplo sentido, e quando ele se apercebeu mudou de rádio. Desta vez mantém uma música do "T-Rex - PRA MIM", ele cantalorava a música baixo, e achei fofo, não disse nada, apenas ouvi-o.

- Queres ir jantar, Terça? - Perguntou, mas eu relembro-o.

- Não tens jogo nesse dia com o Braga? - Pergunto.

- Tenho! Mas quero ir jantar contigo. - disse.

- Está bem! - digo.

- Quer ganhes ou percas eu janto contigo. - digo.

- Achas que vamos perder?

- O Braga é um adversário difícil. - digo.  - Passámos o Natal e eu estou vestida para abrasar. - digo.

- Vocês mulheres é os vossos calores, mas não está assim tanto frio. - disse.

- Verdade. - digo, ficámos a conversar sobre diversos temas até que chegámos a minha casa.  - Obrigada pela boleia. - digo e ele trava o carro, ou melhor o carro trava sozinho.

- De nada! Quando quiseres, posso levar-te o Seixal. - disse.

- Não moras propriamente ao meu lado. Não precisas de vir de propósito.

- Não me importo. - disse com uma das mãos no volante virado para mim.

- Okay. - disse. Ele agarrou numa caneta que ali tinha e escreveu no meu braço o número dele.

First Love | A Filha do MisterOnde histórias criam vida. Descubra agora