Capítulo 6

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As pessoas importantes começam a sair do pequeno banquete antes que ficasse muito tarde e perigoso andar pelas ruas. Algumas mulheres e alguns homens não eram treinados ou nem sabiam lutar o mínimo ao ponto de se defenderem. Mesmo que todos ali possuíssem o mínimo de riqueza, somente poucos possuíam o luxo de andarem escoltados a todo momento, outros não.

Fury olhava quieto num canto afastado das pessoas o quanto Critias se esforçava para manter o sorriso no rosto na medida que apertava as mãos de homens e mulheres importantes, de vez em quando surgia alguns abraços e palavras educadas. Nunca gostou dele desde o primeiro momento que se juntou a família, e depois da última conversa gostava menos ainda. Contudo, parou de observá-lo, pois não queria estragar sua noite desejando o mal de outro indivíduo.

Esperou que o homem se despedisse de todos e saísse do salão, assim poderia conversar com sua alcateia a sós. Uma nova integrante entrou no grupo, não podiam comemorar ali, com aquelas roupas finas, num lugar chique e com comidas pomposas. Até as bebidas possuíam um cheiro de realeza e gosto de magnificência. Queria um lugar mais rústico, bebidas que queimassem na sua garganta e o deixassem eufórico e excitado.

A taberna de Célia era uma boa pedida, normalmente Fury sairia escondido para não ser reconhecido ou incomodado, mas iria com sua alcateia e eles iriam se proteger de qualquer incômodo. E lá podiam beber até cair, jogar conversa fora e conhecer mais a nova membra.

Ele sentiu uma aproximação e nem teve tempo de reagir quando sentiu uma mão envolvendo seu pescoço num abraço.

— Podem pensar que você é uma espécie de assassino, esperando uma chance para atacar — afirmou Ezequiel. — Está parado aí olhando para as pessoas de jeito esquisito. Venha, vamos falar com nossos irmãos.

Ezequiel levou Fury para perto de Isabela Tesfaye. Fury fez uma expressão ríspida e tirou a mão de Ezequiel do seu pescoço.

— Olá, Isabela. — Fury virou-se inteiramente para ele, rosnando ao perceber num olhar de esguelha que seu irmão queria abraçá-lo outra vez, provavelmente já estava bêbado. — Chamarei a alcateia para uma taberna conhecida, onde todo tipo de guerreiro costuma ir. Gostaria de estender esse convite a você, se não a insultar de nenhuma maneira.

Isabela demonstrou gratidão por ter sido chamada, e revirou os olhos, de alívio.

— Não sabe como estou feliz por ter sido convidada. Aprecio o que nosso rei Jordan vem fazendo por mim, mas esse vestido que estou usando — puxou o tecido do vestido de forma tediosa —, esses brincos e colares parecem não fazer parte de mim. Ao menos por enquanto. Algo mais banal me faria bem depois do dia de hoje.

Fury e Ezequiel se entreolharam, e inevitavelmente sorriram. O lobo de cicatrizes gostou da atitude da loba, e como a conhecia a pouco tempo, se aproveitaria dessa situação para fazer com que a alcateia acolhesse ainda mais Isabela.

Antes de ir procurar por Charlotte e Paul, Fury estreitou os olhos na direção de Isabela. Ela nem titubeara em aceitar o convite...

— Já conhecia a taberna de Célia, não é?

A loba riu.

— Por qual motivo acha que aceitei?

...

Na taberna de Célia encontravam-se mercenários, mulheres e homens soldados, lobos solitários e algumas alcateias. Além disso havia algumas pessoas atrás de sexo, mas não queriam ir a um prostibulo, e sim ganhar a paquera na lábia. O espaço estava cheio de cantoria e conversas divertidas, cada grupo brincando à sua maneira.

Fury imaginou que se pudesse levar João até ali, ele ficaria encantado ao descobrir que existiam outras criaturas além dos lobisomens. Contudo não se falavam já fazia dias e agora estava com Ezequiel, Paul, Charlotte e Isabela. Estas duas inclusive numa competição para saber quem bebia a cerveja do copo mais rápido.

O Cavaleiro Do Lobo - Filhos Da Lua - Livro 2 (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora