Capítulo 9

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Os dois guardas na entrada da torre dos gritos jogavam papo fora enquanto cumpriam seus serviços. Casprino deu uma cuspida forte no chão antes de tomar um pouco de água para refrescar a garganta. Chegou a oferecer ao seu companheiro, contudo, Dorian negou com a cabeça.

— Bastou que Isabela deixasse o cargo para que o bastardo humano nos colocasse de guarda aqui — soltou Dorian. O homem era alto e esguio, não possuía grandes músculos, mas por ser lobisomem, tinha uma força oculta. Seus olhos eram castanhos, seus cabelos eram negros e caiam até os ombros. E definitivamente não gostava do humano novo no comando. — Preferiria estar lá dentro atormentando alguns prisioneiros.

— Que nada. Prefiro muito ficar nesse ponto, não tenho dores de cabeças e nem muitas preocupações. Controlar aqueles prisioneiros não é mais uma obrigação minha, graças a Deusa da Lua — sorriu Casprino. Ele era um pouco mais baixo do que o colega, possuía cabelo curto e algumas pequenas cicatrizes no rosto, nada tão chamativo, mas serviam como pequenas lembranças do confronto que já entrou. — Além do mais, já estou cansado de entrar em brigas e sair muito ferido, pois ao contrário de você, eu não sou um lobisomem.

Dorian não gostou de ouvir que o colega de farda gostava do novo encarregado de ficar de olho em tudo. O homem sempre estivera aqui, desde que Dorian conseguiu entrar naquele lugar e até o momento em que Isabela assumiu o comando, e também o deixou.

— Que bom que você gostou — cuspiu as palavras. — Isabela ter saído foi uma perca enorme, e aquele fodido pode lamber minhas bolas que nem assim terá o meu respeito.

Casprino suspirou.

— Sabe, as vezes você é muito dramático. E fala demais.

Dorian, entretanto, fingiu não ouvir a reclamação do outro.

— Não entendo o motivo pelo novo comandante ter trocado o posto de cada um, realocado cada soldado para pontos diferentes. Não há praticamente nenhum lobisomem vigiando aquele prisioneiro.

— Concordo, isso é estranho... — Casprino tentou imaginar os motivos de ter somente humanos vigiando aquele homem tão precioso para o rei. — Por mim, ele já estaria morto. Mas creio que o rei ainda quer algo dele. E também suponho de que o homem caquético seja muito perigoso, dado a maneira como ele está acorrentado e trancafiado.

Dorian olhou para o céu.

— Sinto que amanhã à noite será Lua cheia, enfim...

No céu que chovia sem parar, a Lua brilhava, mas não cheia. Como estavam uniformizados, os dois homens não sentiam tanto frio. E estavam protegidos dos pingos por estarem na entrada, debaixo de um muro de pedras. Não era ruim, contudo, quando eram ordenados a passar quase a noite toda ali, tornava-se um pouco solitário.

Os dois homens continuaram conversando com a intenção de manter os olhos aberto, pois os bocejos já davam indícios de que o sono viria forte. Eles tinham sorte pela calmaria do lado de fora, pois do lado de dentro da torre a situação estava um pouco agitada.

O comandante da época do pai de Jordan estava de armadura, com a mão no cabo pronto para sacá-la a qualquer momento. Seu nome era Bentley, e possuía a cara quadrada e as bochechas eram um pouco cheias de mais. Seus olhos eram azuis, e a cor dos seus cabelos quase chegavam a ser semelhantes ao de Jordan na cor, por exceção do tom, que eram loiros um pouco mais escuros.

O porte do seu corpo era grande, contudo, os músculos que possuía não eram definidos. Só treinava o suficiente para aguentar a armadura sem desmaiar e manusear sua espada nos braços facilmente. Era um bom lutador, e naquela noite importante, precisaria das suas habilidades frescas em sua mente.

O Cavaleiro Do Lobo - Filhos Da Lua - Livro 2 (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora