O Cavaleiro Do Lobo - Filhos Da Lua - Livro 2 (Romance Gay)

Capítulo 3

No belo dia ensolarado em Coração da Lua, Jordan e João estavam lado a lado no meio de uma arquibancada grande, e que se fechava num formato circular. A arena no meio era espaçosa e limpa, ao menos no início, para que os competidores pudessem se mover livremente. O alfa viu que o trabalho do seu arauto, Paul, em divulgar o evento foi concluída muito bem. Atraiu milhões de olhares, muitas famílias vieram assistir, tanto pobres, quanto ricas.

Passando o olhar rapidamente, ele podia ver que o povo se dividia entre eles mesmos, por classe e posição. Conseguia identificar os mais abastados por conhecer algumas famílias e pelo vestuário de luxo, estes estavam mais a sua direita. Enquanto os menos possuidores de riquezas estavam do lado esquerdo.

— Mesmo conhecendo tão pouco dos seus costumes, acho que esse continua sendo o mais estranho para mim — expressou João. — Isso é mesmo necessário para que algum lobo entre na sua alcateia?

— Sim, quero saber de suas habilidades em campo. Serão oito competidores na arena, os quatros primeiros que forem derrubados estarão eliminados. Haverá uma pequena pausa, e então os quatros restante voltarão a combater, e os dois primeiros que caírem serão eliminados. Mais uma pausa acontecerá, e então os dois últimos lutarão para entrar na minha alcateia.

João achava um entretenimento frívolo, e um perigo real para aqueles que iriam disputar a vaga. Pois podia ver, perto da entrada por onde os competidores entrariam, uma mesa média onde havia algumas armas e escudos de madeira. E mesmo sendo para prevenir mortes, João acreditava que a madeira podia matar.

— É incomum que mortes aconteçam em eventos como esse, não é? — indagou João.

Jordan não moveu o rosto, simplesmente olhou para o outro com o canto dos olhos. Em seguida, voltou-se para a arena e para as pessoas que murmuravam baixinho, mas que por ser várias vozes ao mesmo tempo, causava um enorme burburinho.

— Sim, é incomum. O que não quer dizer que de vez em quando não aconteça.

João arregalou os olhos por alguns segundos. Estava aprendendo sobre a cultura de Jordan aos poucos, e agora, tinha receio de continuar buscando esses conhecimentos. Não sabia se tinha estômago, contudo, precisava se mostrar forte. Afinal, não era como se logo no seu primeiro torneio algo fosse sair dos eixos.

— Isso não pode sair do controle?

— Pode, pois são lobisomens lutando, mesmo que na forma humana, possuem grande força e agilidade. Por isso a regra clara de cair no chão, caiu, está fora. Tudo que seu adversário precisa fazer é te derrubar. Dessa maneira costuma ser rápido e o competidor não sofre quase nenhum dano. — Jordan coçou o seu pescoço, um pouco inquieto. — Logicamente, sempre há as exceções, que creio eu, não será o caso aqui.

Um homem soprou num simples trompete para que as pessoas ficassem quietas e para avisar que o evento iria se desenrolar. O lugar inteiro ficou num silêncio de assombrar, as pessoas olhavam ansiosas para a entrada Norte, que seria por onde os participantes entrariam. E Jordan os viu entrando, os oito. Escolheu eles a dedo dentre mais de vinte outros lobisomens. Aqueles eram os que podiam se adequar perfeitamente dentro da sua alcateia. Eles pararam numa fileira horizontal.

Da esquerda para a direita, o rei passou os olhos sobre todos. Edgar Martins, conhecido como Edgar Caolho, fazia parte da guarda do castelo. Que eram responsáveis especificamente de ficarem de olho em João, caso este quisesse andar pelas ruas ou em lugares que poderia sofrer um ataque. O soldado maduro perdera o seu olho esquerdo protegendo o pequeno Jordan de um atentado, a muito tempo atrás. Desde então, passou a usar um tapa olho de cor preta, isso, na sincera opinião de Jordan, o deixava bastante charmoso. Seu cabelo era escuro, possuía o rosto comprido, e o olho restante era castanho claro.