O Cavaleiro Do Lobo - Filhos Da Lua - Livro 2 (Romance Gay)

Capítulo 8 - A Deusa da Lua

— Pelo que sei e até onde sei, o continente atualmente é habitado por pessoas e outras criaturas como fadas no Oeste, gnomos e meios-gigantes no Leste, lobisomens no Norte, além de outras. Então vamos começar do início, quando a minha família e meu povo chegou nessas terras, no Norte de antigamente havia quase que totalmente humanos, que nos pergaminhos eram chamados de povos selvagens.

"Eram chamados dessa maneira pela Deusa da Lua e seu povo quando chegaram aqui. Ela era de origem desconhecida e tinham no vocabulário essa palavra para definir aqueles e qualquer outro grupo que não compartilhavam da sua cultura. Meu pai sempre falou que a Deusa da Lua atendia pelo nome de Katrina, e não só isso. Ela tinha um marido, também bruxo, chamavam-no de Faustos. Os dois, possuíam um filho adolescente, que tinha a aparência da mãe e o temperamento do pai.

Agora, há várias versões do que direi agora. Um fato existente é que ela estava fugindo, contudo, não sabemos do que ou de quem. Não sabemos se estava sendo caçada ou roubara algo valioso, essas informações são nebulosas.

Depois de já terem chegado aqui, tentaram sobreviver como podiam, montaram tendas, caçavam e colhiam frutas para se alimentar. Mas foi inevitável o encontro dos selvagens com o povo de Katrina. Dessa maneira o casal de bruxos tratou de oferecer um acordo ao rei de um dos grupos que comandava parte do Norte, com o intuído de evitar uma guerra e um massacre desnecessário. Os termos eram simples, eles não os incomodariam, não se intrometeriam nas suas batalhas ou tramas contra os outros povos se ela e seu povo pudesse conviver em paz, num pedacinho do Norte.

Assim foi feito. Contudo, dizem que os selvagens na verdade só fingiram aceitar o acordo, pois se conseguissem baixar a guarda do povo que acabara de chegar, manipulando-os com boas intenções, seria mais fácil de matá-los.

Numa certa noite, e coincidência ou não, de Lua cheia. Katrina e Faustos foram atacados pelos homens com quem fizeram um acordo, o casal de bruxos dormia, assim como o resto do povo, despreocupados. Quando o primeiro grito ecoou aos longes, a maioria acordou, todavia, tarde demais. Ao saírem da tenda em que se encontravam, depararam-se com homens chacinando as pessoas sem pena, homens, mulheres e crianças.

As mulheres e crianças que conseguiram não ser mortas enquanto dormiam tentavam fugir de todas as maneiras, algumas conseguiam, outras não. Os homens que restaram vivos decidiram pegar qualquer coisa que tinham, algumas poucas espadas e lanças que trouxeram de onde vieram e partiram para a batalha.

Faustos usava magia para poder se defender dos homens, contudo, quem brilhava mesmo era sua esposa, que era dez vezes mais poderosa do que ele. Juntos eles eram uma boa linha de defesa, mas eles perceberam que estavam ficando cansados, e o inimigo tinha uma vantagem numérica enorme. Ambos sabiam que em algum momento não aguentariam mais lutar.

O filho deles correria perigo se os pais fossem abatidos, Katrina não podia deixar isso acontecer, de maneira nenhuma. Então usou de suas últimas forças para amaldiçoar os homens do seu povo, lançando um feitiço poderoso sobre eles, usando a energia da Lua"

Jordan percebeu que João bocejara bastante, sua história estava fazendo efeito, o sono estava vindo lentamente. Tanto que o humano se aninhou ainda mais no seu peito.

— Espere... — João bocejou mais uma vez. — Por qual... motivo usa a palavra maldição para se referir às transformações e não dom, ou poderes, ou habilidades especiais?

— Suponho que Katrina soubesse do preço de ligar esse poder a toda Lua cheia. No início, há relatos em formas de texto de que os homens não podiam controlar a transformação muito bem.

Jordan prosseguiu com a história, esperando não ser mais interrompido:

"Tendo escolhas ou não, todos os homens adultos com a exceção de Faustos se transformaram em feras sanguinárias. Metade lobo e metade homem, que andavam sob duas patas, animais que não pensavam direito, eram guiados pelo instinto de sobrevivência naquele momento