Capítulo 9 - De mãos juntas, oremos.

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Não me desaponte mais general.

Foram as últimas palavras que Anastasia dirigiu a Behemmot antes que o pardal em sua palma cessasse suas funções. O pequeno mecanismo se aninha na mão da princesa, e seus olhos se apagam.

A princesa olha para a janela de sua carruagem, sua irritação era perceptível mesmo a distancia. Seus olhos prateados refletiam as luzes da capital, enquanto as rodas do vagão se chocavam contra a rua de pedras bem colocadas. Passando seus dedos sobre o brasão em sua farda ela se via envolta em pensamentos.

Babel, que estava sentada à sua frente, mantinha uma postura tensa, olhando para os lados e procurando alguma brecha para escapar do local onde estava e correr de volta para sua divisão. Não havia nada que a general odiasse mais do que visitar o templo.

— Contenha tuas pernas Babel. O barulho da sola de tuas botas no piso de carvalho se assemelham a tambores de batalha, e minha cabeça já dói o suficiente sem este barulho infernal. - Anastásia adverte Bebel que para de balançar suas pernas logo em seguida.

— Vossa majestade, sabe que eu e o templo não nos damos muito bem. Porque me levar junto?

— Parecia divertido. - A princesa apoia sua bochecha em sua mão.

— Estou honrada que minha ruina traga felicidade para seus dias monótonos. — Babel se emburra. — E então como foi em Incarn?

— Um desastre. — Anastásia toma um tom irritado. — O estranho comportamento demoníaco se dava por influencia de terceiros. Estranhos terroristas vestindo uma espécie de mascara branca controlando uma horda de demônios realizaram uma debandada contra o distrito.

— Por Heramis, o velhote esta bem? — Babel se preocupa.

— Behemmot é mais tenaz do que imaginas; seriam necessários alguns colossos para derrotar o gigante carmesim.

— Você tem um ponto. — Babel cruza os braços balançando a cabeça em concordância. - Então foi um ato terrorista, destruição por destruição?

— Eles tinham um objetivo, estavam atrás de um artefato, e a onda arcana conflitante foi gerada por esse artefato.

— Então ele conseguiu tomar posse dessa arma? — Babel fica confusa.

— Não, segundo Behemmot, o artefato foi perdido devido a uma ativação involuntária.

— Perdão majestade mas se me permite a audácia, acho essa situação muito estranha. — Babel toma uma posição contemplativa, apoiando seus queixo sobre sua mão.

— Eu posso entender suas duvidas. O quão forte teriam que ser esses mascarados, para fazer Behemmot perder um artefato devido a uma ativação involuntária? Não faz sentido.

A princesa fecha seus olhos pensando em toda a situação, enquanto se aproximava da entrada do templo. Babel girava os punhos em sua cabeça tentando gerar alguma conclusão mas a própria general já havia entendido que intelecto não era um dos seus pontos fortes.

Enquanto ambas tentavam criar alguma teoria, a carruagem chegou em seu destino.

— Majestade, senhorita general Babel, chegamos ao templo. — O cocheiro da um aviso às suas passageiras.

Demônios na Tempestade (O Monarca)Onde histórias criam vida. Descubra agora