As luzes das velas iluminavam o corredor, o suor frio escorria da testa do papa, Cain tremia, mas não era devido ao ar frio que a noite gerava, sua batina se marcava com o pó no piso do templo e a estátua dourada a sua frente era iluminada fracamente pela luz das chamas.
— Tu me desapontas criança. — Uma voz sai das sombras.
Envolta de um vestido negro de uma peça, seus cabelos negros escorriam por entre os ombros, as vendas em seus olhos impediam de ser vistos, sua pele perolada liberava pequenos focos de luz.
— Minha deusa. — Cain se joga aos pés da mulher, tomando cuidado para não sujar o vestido dela. — Me perdoe, eu falhei com a senhora.
— Tu tinhas apenas um trabalho. — A luz escapa por entre os vãos do tecido. — Um grande exército, inúmeros soldados e ainda assim, você falhou.
Ao falar isso, a voz de Ishnar ecoa por todo o local, as velas são apagadas pelo lufar dos ventos sendo acesas logo em seguida por uma chama de cores sujas.
— Ó, minha deusa, tenha piedade. — O papa esfregou sua testa contra o chão.
— Dê-me um motivo para lhe conceder a dádiva do perdão, criança. — Ishnar se senta a um banco, graciosamente nem um som é gerado ao se sentar.
Cain engole seco.
— O traidor que falhou em realizar seu comando foi eliminado. — O papa mantém a cabeça baixa. — Despachei alguns inquisidores, sua forma está cravada no aço.
A deusa se mantém em silêncio.
— O garoto foi descoberto. — Cain e interrompido por uma forte onda de enigma, o ar falta em seus pulmões e ele se sente sufocar.
— O que disse? — A deusa mantém um tom sereno.
— O menino foi descoberto pela Dead Crown. — Com dificuldade o papa tenta se manter na conversa. — Está Atualmente mantido em cativeiro pela princesa.
— Basta. — O alto tom de Ishnar faz a voz de Cain se trancar em sua garganta. — Tu não passas de um incompetente! — A deusa se irrita. — Dei a ti dádivas inimagináveis, um poder além da compreensão humana, e uma posição superior, e quando te dou a oportunidade de se mostrar digno, tu falhas comigo.
Os olhos de Cain se arregalam, a energia do Enigma cobre o corpo do papa e lentamente ele se levanta ao ar, parecia que braços invisíveis estavam mantendo ele preso e suspenso.
Seus braços e pernas são esticados por uma força invisível praticamente prontos; para serem partidos, o papa olha aos lados sem entender, mas gradualmente a figura se mostra.
Um ser de quatro braços e pele pálida mantém preso cada membro de Cain, três cabeças apontam para cada canto, com um amálgama de sentimentos, seu topo da cabeça é tomado por olhos e escrituras escorrem pela pele da criatura, um tecido cobre seu semblante em sua boca escorre um líquido negro, mesmo deformado o monstro possuía uma força monstruosa e para o desespero do papa parecia ser um carrasco da deusa.
— Minha deusa, por favor, me dê mais uma chance. — Cain implora.
— Basta. — A deusa se aproxima. — Se tu não eres útil a mim, não merece a existência.
A criatura começa a puxar os membros de Cain o fazendo urrar de dor, ele consegue sentir lentamente sua carne se rasgando, o sangue começa a manchar sua batina, com as forças que ainda resta ele grita.
— Tenho um plano para recuperar o garoto.
Ao ouvir isso, Ishnar dá um sinal, a fera solta o corpo de Cain que cai ao chão ofegante, a deusa olha para o homem com olhos de desprezo mesmo por baixo da venda, o papa podia sentir o desgosto da deusa sobre suas costas, era pesado e acima de tudo assustador.
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Demônios na Tempestade (O Monarca)
FantasíaUm dilúvio negro cai sobre todo o principado de Estória, o estranho fenômeno gera dúvida em todos os residentes do império, e antes que pudessem se quer indagar sobre a tempestade, criaturas demoníacas se levantam logo em seguida devastando tudo em...