Capitulo 17 - Acerto de Contas

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Era desconfortável, o calor em suas mãos causavam uma sensação de formigamento, seus ombros estavam pesados e o gosto em sua boca era angustiante, Nochto não conseguia entender esse sentimento que crescia em seus ser, seria tristeza? Angustia?

Não.

Era ódio, um profundo, turvo e turbulento ódio, seu corpo expelia as chamas da cólera, sua fúria estava conservada, como um vinho que envelheceu com os anos, o gosto era azedo como vinagre, mas queimava em chamas.

Mateo não conseguia acreditar no que viu, seus braços param, ele não conseguia se quer respirar, o suor escorria de sua face, seus olhos tremiam em choque, ele não se mexia cada fibra de seu ser urrava em terror, o general já viu demônios antes, mas nada igual ao qual o garoto havia se tornado.

— Pela deusa o que é você? — Mateo forçava sua voz por entre seus lábios, a boca estava seca e a saliva era áspera como areia.

Alicia se encolhe, escapando das garras do general ela segura os trapos de seu vestido se escondendo atrás de uma viga, a garota estava assustada com tudo aquilo seu corpo tremia com o ar frio daquela noite, seu estomago estava revirado, mas a luz purpura que emanava de Nochto prendia seus olhos, era como ver uma fornalha onde eram despostas toda a corrupção do mundo, borbulhava, tremia e queimava.

— Cheira à canela. — Alicia sussurra consigo mesmo. — Mas é tão triste. — Uma fina lagrima escorre dos olhos da garota.

Cria do impuro ouça minha voz.

Os ouvidos de Nochto coçavam, a voz de longe dava ordens para o garoto, porém ele ignorava seus apelos, o garoto deu três passos a esquerda, o chão sobre seus pês borbulhava com o calor.

As engrenagens do destino se movem.

Sua voz me irrita, Nochto pensava consigo mesmo, ele não queria saber do seu destino, no momento ele apenas queria queimar o general, em suas chamas de corrupção.

Seu papel é de trazer o fim, traga àquilo que foi criado o fim premeditado.

Cale-se, em sua mente Nochto profere, uma grande onda de choque abalando toda a estrutura, as paredes balançam e as vigas rangem, os pedaços dos destroços são projetados para todos os lados, o calor que sai do corpo de Nochto abafa o ar era difícil até mesmo de respirar, Kaleb não conseguia acreditar em seus olhos.

O garoto que viu antes, era fraco e frágil, então o que era aquilo que ele estava encarando?

— Nochto, o que esta acontecendo?! — As palavras dificultavam o falar.

— Não brinque comigo! — O general urra em irritação. — Como eu Mateo, um dos Doze generais da Armada, como posso estar com medo de uma reles cria da deusa pútrida? — Ele puxa seus cabelos. — Impossível, impossível! — Suas manoplas adentram o couro cabeludo do general, forçadamente ele puxa inúmeras mechas de seu cabelo, o sangue escorre de sua cabeça, sentir terror tornava Mateo em um ser insano.

— Entendo, eu tenho que apagá-lo. — Nochto fala consigo mesmo, andando lentamente em direção a Mateo.

O general dá um passo para trás perdendo seu equilíbrio um pouco, ele levanta a espada em direção a Nochto e o garoto por sua vez não parece se importar com a lâmina que irradiava luz do Enigma, na verdade, era como se o próprio Enigma temesse o garoto, a luminescência da espada falhava a cada passo de Nochto.

— Não se aproxime seu verme! — Mateo gritava assustado, mas isso não impediu a marcha de Nochto.

Kaleb assistia do chão, o general que antes parecia invencível, entrando em pânico ao ver Nochto. Uma simples transformação poderia fazer tudo isso, era fantasioso demais, a energia que emanava no corpo de Nochto fez com que Kaleb entendesse o terror do general, era pesado e sufocante, mesmo que o menino não fosse alvo dessa fúria ele sentia seu corpo tremer.

Demônios na Tempestade (O Monarca)Onde histórias criam vida. Descubra agora