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-Quer alguma coisa?

Sasuke apontou para as prateleiras cheias de cadernos, blocos, canetas, lápis e outros itens de papelaria, onde os seus filhos adolescentes encontraram o que queriam, ou pelo menos uma parte. Jacinto empurrava o carrinho com tudo o que os quatro escolheram. Vinham do setor de coisas de casa. O Barão ainda colocou alguns produtos de limpeza que julgou estar na promoção, observava as camisetas e as testava em si mesmo, a maioria eram de tecido de meia para usar por baixo das camisas sociais.

-Não, obrigado.

-Pega qualquer coisa aí.

Sakura aproveitou a oportunidade do Barão estar tão aberto a pagar para comprar peças íntimas novas, dessas mais confortáveis para usar em casa ou quando vai ao trabalho, e algumas guloseimas para si mesma, além de ajudar Ritinha e Rosa a escolher o que comprariam porque haviam opções lindas tanto de material, quanto de peças de roupa. 

Sasuke mantinha um olho em Naruto e outro nas suas crias, que eram igualmente vigiadas pelos jagunços de longe. Ainda não saiu da sua cabeça o que o desgraçado do Humberto fez com a sua menina; a marca que deixou nela jamais desaparecerá porque gravou no mais profundo da alma. Sorte que nesta cidadezinha existe assistência psicológica para adolescentes e que é de fato confiável.

Assim que Agosto começou, Sasuke contratou um pacote de sessões com uma psicóloga indicada pela escola para Rita. Não quer que sua filha cresça com medo de viver a própria vida porque um filho da puta apombaiado achou que era o dono do mundo e fez o que quis. Sasuke está ficando velho, não doido, e até seu filho mais velho concordou que esta era a melhor decisão para Rita.

Se não soubesse que Delrey de Maria é, ainda neste mundo estranho e tumultuado, o melhor para os seus filhos viverem em segurança por conta da natureza mágica deles que, sendo menos expressiva, é notável aonde quer que eles vão, Sasuke os mandaria para o exterior para viver com os parentes da mãe deles, aproveitando uma vida humana comum e com problemas humanos comuns, sem ligações com os bruxos e com outras criaturas.

No entanto, não há outro lugar confiável. Existem outras cidades, mas os bruxos as infectaram com suas presenças e seus regulamentos estranhos. Pelo menos aqui, na sua fazenda, estão sob os seus cascos e ele pode protegê-los enquanto quiserem viver consigo. Sasuke está um pouco preocupado com a ida deles para as escolas mais distantes.

O contato com o mundo para além de Sabarabuçu tem sérias consequências.

Sasuke observou o homem mais alto, loiro e de corpo comum andando entre as araras de roupa, olhando sem muito interesse para as peças, ao contrário do que insinua quando eles se entreolham num momento e outro daquelas compras simples.

-Precisa não, seu Barão. - o que Naruto queria pegar era outra coisa, mas a hora e o lugar não permitiam. E nem o olhar de Sasuke. Ele não vai desistir, então: - Me pague um milkshake e tá bom.

-Nem uma cueca?

-Precisa não. - respondeu risonho. Se ele insistir, vai comprar um moletom do Deku, de Boku no Hero. Sasuke encurtou o olhar.

-Pois tá bom. - colocou as camisetas no carrinho, duas pretas e duas num tom mais próximo da sua pele, e foi para outra parte das Americanas, mais movimentada porque era o setor de guloseimas e havia muitas crianças desejando os doces. Sasuke chama aquilo de "mangai", mas pegava alguns itens. Os KitKats estão na promoção de 5 por 10,99. Pegou uma caixa. Seus filho gostam muito desse doce. - Ocê me permite dois dedos de prosa sincera, Naruto? - o loiro assentiu ao escolher algumas "besteiras" já que perdeu para o olhar insistente do Barão e, de vez em quando, passava bem perto dele, na frente. Notava o sorriso malicioso no rosto mais velho e, supostamente para desviar de alguma criança, Sasuke chegava mais perto. - Que male pergunte, quantos anos ocê têm? - Naruto estava na frente do Barão escolhendo entre duas caixas de chocolate.

O Anjo e o Barão [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora