○ CONTO REESCRITO ○
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“Peguem ele.”
Essa foi a última coisa que escutei antes de ser vendado com um saco preto e desacordado com um paninho fedido.
Odeio segundas feiras.
Acho que o cocô de pombo que sujou minha calça hoje de manhã foi um sinal para mim voltar para casa e me isolar da sociedade por um dia, porém como não sou alguém supersticioso eu apenas troquei de calça e segui meu caminho até a escola, ignorando o ocorrido.
Agora sinto uma parede fria encostar minha coluna e uma algema rasgar a pele de meus pulsos erguidos. O saco preto, que me deixava ignorante em relação a tudo ao meu redor, estava dificultando minha respiração me deixando tonto.
Limpo a garganta.
– Que merda é essa? Posso saber por que estou aqui?
Minha voz parece chamar atenção do desconhecido pois escuto a movimentação pelo cômodo.
Passos leves e relaxados param perto de mim.
– Veja só quem acordou. – A voz grossa dele pingava deboche. – Tudo certo bela adormecida?
Aquela voz… era familiar.
Era alguém da minha turma.
Mas quem?
Ignorando sua pergunta eu foco nas vozes dos meus colegas, procurando aquela que mais se assemelha com o meu sequestrador.
Um sabor amargo passeia por minha língua quando reconheço a voz.
– Peço perdão pela perda de memória mas não me lembro de contratar nenhum serviço de sequestros, Renan. Serviço esse que é de quinta categoria pois raptar alguém no meio do corredor da escola não é algo muito genial. – Sei que fui sequestrado mas não será isso que tirará minha única arma, o sarcasmo.
– É por essas atitudes que não terei remorso de fazer o que farei.
O saco que me cercava foi arrancado da minha cabeça e enfim pude saber onde eu estava.
Que ótimo.
Fui levado para o lugar mais inóspito da escola, um depósito que não serve para mais nada além de acumular poeira e mofo.
Renan estava a um metro de distância com seus dois capangas um pouco mais afastados. Capangas que, carinhosamente, apelidei de debi e lóide. Dois brutamontes que possuem mais pelo no peito do que massa cerebral.
Detalhe: seus peitorais eram como a pele de um golfinho.
Os olhos castanhos como carvalho de Renan me fitavam com um brilho avermelhado de raiva.
– Recente comecei a notar certas atitudes suas que me fizeram perceber o quão merda você é. Seu complexo de superioridade me faz tremer de raiva, qualquer pessoa menos inteligente que você é como um pedaço de lixo ao seu olhar. Seu rosto sempre é sorridente, mas no momento que alguém se distancia você a olha como se fosse um leproso. – Ao passar de suas palavras o mesmo diminui o espaço entre nós. – Você é um narcisista de merda que se acha melhor do que os outros apenas por ser o mais inteligente da turma.
Nesse momento, o tecido que tampava seu peitoral estava tão próximo do meu rosto que conseguia sentir o cheiro do seu perfume amadeirado insuportavelmente forte.
Ergo meu olhar e o encaro na mesma intensidade que ele me olhava.
Acho um crime um filha da puta desses ser tão lindo, sua boca deixa qualquer preenchimento labial passando vergonha. Mesmo natural era tão carnuda e rosada.
– Primeiramente, não sou “apenas” o mais inteligente da turma, sou o melhor da escola. Pergunte para a direção e quero vê-los negar. O segundo ponto é que eu não me acho superior a ninguém, eu sou superior. Apenas gosto de reforçar os fatos.
Já me falaram que eu iria apanhar muito nessa vida se eu continuasse a manter livre essa minha boca de sacola mas é mais forte que eu.
Ver a raiva no olhar das pessoas a cada palavra que eu soltava era tão gratificante.
– E por último, Renan, alguém como você não tem o direito de me julgar. Você só é um garoto rico e mimado que se acha no direito de humilhar os outros a sua volta para se sentir acima deles, pois no fundo você sabe que sem a mesada que seu pai te dá você não teria toda a popularidade que você tanto esbanja ou sequer um amigo pois sua personalidade é terrível. – Acho que joguei sal na ferida pois a raiva de seu olhar virou ódio. – Somos farinha do mesmo saco, nossa única diferença é que eu tenho um QI de gente e você é um mero chimpanzé burro e sozinho.
O corpo de Renan se afasta e seus olhos se viram para os capangas atrás dele.
– Saem vocês dois, vou adestrar essa cadela sozinho.
Debi e Lóide apenas concordam e fecham a porta, trancando-a.
– Vai adestrar quem?
Seu olhar volta para o meu.
– Você não achou que eu te trouxe até aqui apenas para tomarmos chá com biscoitos, achou? – Seus lábios formam um pequeno sorriso. – Minha antiga putinha acabou saindo da escola e você, Nicolas, é o substituto perfeito. Seu único problema é essa personalidade de merda mas isso podemos corrigir, quero te fazer uma puta submissa pronta para receber pau a qualquer hora.
Não conseguindo mais segurar eu bufo uma risada.
Eu ouvi certo?
Ele quer me fazer de prostituta?
Minha barriga doía de tanto rir, fazia tempos que eu não escutava algo tão engraçado.
Perdido na minha própria comédia não vejo sua mão avançar e só sinto a dor chegando.
A marca de seus dedos começaram a aparecer na minha bochecha e o ardor de seu tapa queimava na minha pele.
– Filho da puta! - Cuspo no seu tênis. – Não será um tapa que me fará dar meu cú a você, prefiro comer merda do que me sujeitar a essa humilhação.
Olho para cima, para tentar entender como estou preso e vejo que as algemas que me prendem são seguradas por um gancho, um simples pulo resolveria.
Se isso aqui fosse um sequestro sério a vítima poderia sair daqui facilmente.
Como um cérebro funcional faz falta na vida das pessoas.
Renan segura meu cabelo loiro com força, arrancando alguns fios no processo.
– Ficou burro do nada? Você não tem opção, ou obedece ou obedece. No final da tarde o resultado ainda será o mesmo. Meu pau vai estar enterrado dentro de você, te sujando de porra e fazendo gemer meu nome.
– Nunca.
– Então vamos ver.
O mesmo segura a barra de sua camiseta branca e a puxa para cima. Revelando uma pele parda e um físico com poucas definições, muitos o consideram magrelo, mas aquele corpo franzino escondia uma força surpreendente.
Ele se ajoelha à minha frente e só agora percebi que estou nu.
Não acredito que aquela dupla me viu pelado.
Renan passeia seus olhos castanhos pelo meu corpo e, com uma delicadeza surpreendente, o mesmo começa uma lenta masturbação.
Meu pau ainda estava mole, mas com o passar de seus movimentos eu fui endurecendo. Suspiros escapam da minha boca quando sinto sua língua morna lamber a cabecinha do meu pau.
Ele me enlouquecia com aquela língua. Nunca colocava a boca, só ziguezagueava sua tramela pela minha extensão e me masturbava devagar.
Solto um baixo palavrão.
– Pensei que você me queria como sua nova puta, porém como estou vendo, você já é uma excelente prostituta. – Tento segurar os gemidos durante minha fala, porém um acaba vazando. – Fiquei curioso agora, quantos paus essa boca já chupou?
Seu olhar castanho apenas me encara por alguns instantes e volta a lamber meu pau.
Não aguentando mais aquela masturbação tortuosa, eu fixo meus pés no chão e pulo para tentar sair do gancho que me prendia.
Pegando o outro de surpresa eu caio em cima dele e rapidamente seguro suas mãos em cima da cabeça.
-Desculpa atrapalhar seus planos, mas a puta aqui não será eu. - digo perto de sua orelha, sentindo o cheiro do shampoo que seu cabelo castanho escuro exalava.
Sem o deixar raciocinar eu mordo seu pescoço, o fazendo gemer de surpresa. O sabor amargo de seu perfume passeava por minha língua me fazendo salivar mais que o normal.
Solto suas mãos para tirar sua bermuda, porém o mesmo nem tenta lutar, ele apenas me olha com um semblante de deboche.
Esse filho da puta está me subestimando.
Riu nasalmente.
Vou fazê-lo se arrepender de ter esse pensamento.
Aproveitando a situação eu tiro o resto de suas roupas e me dou alguns instantes para observar.
Mesmo Renan tentando disfarçar seu tesão com o olhar de deboche seu pau não mente, seu membro já estava duro. E mesmo ele não estando 100% seu pau já era grande.
Se esse riquinho acha que vai ganhar um boquete meu, ele esta muito enganado.
Vou destruir seu orgulho com apenas dois dedos.
Virando seu abdômen para baixo eu tenho a visão de sua bunda, que ao contrário da parte da frente era bem comum, considerada até pequena demais.
Com um leve umedecer eu enfio dois dedos dentro dele, sem qualquer aviso ou delicadeza.
Sinto seu corpo se arquear contra os meus dedos e um gemido inesperado acaba saindo da boca do acastanhado.
Isso que você ganha por me subestimar.
Meu orgulho se deleita com a imagem de seus pelos se arrepiando e meu ego se banqueteia com a falha tentativa de Renan em abafar seus roucos gemidos.
Que dominante mais submisso.
Ignorando todo o resto eu procuro meu alvo.
Movimentando meus dedos de forma ríspida eu encontro sua próstata.
Com um leve massagear sinto sua entrada se dilatar totalmente ao meu redor e seu corpo contorcer-se de prazer.
Agora que já sabia o caminho eu tirava meus dedos e com força entrava novamente. Chegando no ponto desejado com velocidade e destreza, trazendo uma onda de prazer junto.
Renan ainda se recusando a soltar suas mãos ele sufoca cada gemido, cada arrepio e cada revirar de olhos que meu dedos proporcionam.
Que puta orgulhosa.
Me excitando com as reações do outro eu nem percebo que, com sua mão direita, ele alcança um objeto a poucos centímetros jogados no chão.
Um pequeno controle preto.
Escutando um “click” eu paro meus movimentos.
Com um tremor meu corpo inteiro paralisa.
Só um pequeno sociopata mesmo para colocar um vibrador num homem desacordado.
Meu interior tremia ferozmente, me fazendo não ter tempo para abafar os gemidos que subiram pela minha garganta.
Aquelas vibrações violentas num espaço muito pequeno me fizeram perder totalmente o foco. Meus dedos ainda estavam enterrados no ânus de Renan, mas esse elemento surpresa fez minha mente nublar e esquecer o que eu estava fazendo.
De forma bruta e repentina o acastanhado vira, tirando meus dedos de sua entrada e fazendo seu pau bater contra minha mão algemada. O mesmo também inverte sua posição, deixando sua cabeça entre minhas pernas e seu pau perto da minha boca.
Raciocinando por alguns instantes eu enfim entendo sua mente pervertida.
Com dificuldade eu passo meus braços por debaixo de sua cintura e adentro seu ânus novamente com meu dedos. Já na parte superior, começo lentamente a lamber sua glande rosada.
Renan não sendo burro aumenta o vibrador no máximo e começa um boquete, que diferente do meu, era rápido e sucinto. Formando um 69 perfeito no âmbito prazer.
Assim começamos uma batalha, quem gozar primeiro perde. Não há regras pois nosso único pensamento era fazer o outro chegar no ápice dessa luta.
Com meu ego ferido eu abandono as lambidas e mergulho em seu pau, fazendo o outro gemer contra minha intimidade.
Seu pau rapidamente chega a minha garganta e a ultrapassa, deixando minha boca dolorida com sua grossura e tamanho.
O acastanhado, mesmo estando abaixo de mim alcançava até a base do meu pau, sua língua morna e macia babava todo o comprimento da minha excitação, o que fazia-me engasgar gemidos contra seu pau.
Meu pau não era grosso como o dele, mas era grande o suficiente para incomodar sua garganta.
Suas movimentações rápidas e afobadas combinadas com a ferocidade do vibrador que dilatava cada vez mais minha entrada, me deixou em êxtase.
Todo aquele prazer rodopiando por meu corpo, aquela dopamina que abusava incessantemente de meu cérebro e aquela fogueira que creptava em meu interior me fizeram soltar o primeiro indício do orgasmo.
Eu não irei perder.
E foi com esse pensamento que coloquei um terceiro dedo contra sua próstata.
Agora quem teve o gemido engasgado por um pau foi ele.
Rendido a luxúria que me consumia eu ignorei os pedidos de oxigênio que meus pulmões faziam e dobrei a velocidade da minha boca, o fazendo tremer. Com o passar das minhas movimentações eu sinto o sabor salgado de seu pré gozo e o pulsar de suas veias contra minha língua.
Renan, tão enjoado com a ideia de perder como eu, agarra minha bunda e a força descer para mais perto de sua boca, me controlando para investir contra sua garganta.
As células do meu corpo começaram a gritar para gozar, implorar para me libertar em sua boca e clamar pelo o êxtase do orgasmo.
Não aguentando mais segurar eu me desfaço mas não antes de forçar toda a grossura de seu pau em minha garganta uma última vez, o fazendo gozar junto comigo.
O sabor que encheu minha garganta e vazou pelos os cantos de meus lábios era um delicioso salgado.
Ambos os orgasmos vieram juntos.
Ambas as bocas foram enchidas de porra juntamente.
Ambas as mentes se deleitaram na dopamina na mesma hora, no mesmo instante.
Na porra do mesmo instante.
Um empate.
E uma luta sem vencedor é uma derrota para mim.
Saindo daquela posição eu o encaro.
Nossos olhares compartilhavam o mesmo sentimento.
Seu castanho transparêcia desprezo, seu orgulho ferido era tão visível como o preto no branco e sua libido era crescente e quente.
Todo o seu calor era consumido pela frieza de meu azul escuro, que consumia meu ego e o cuspia no chão, pisando em seguida.
Não aguentando toda aquela tensão Renan me puxa para perto dele e me prensa na parede, que outrora estava preso. Com minha pernas precionando sua cintura e minhas costas voltando a aquecer o concreto gelado atrás de mim.
O acastanhado aperta minha bunda.
– Quero te fazer gozar mais uma vez, Nicolas. – Aquela voz rouca de tesão me fez arrepiar. – Mas dessa vez só com o meu pau dentro de você.
Com um sorriso eu aproximo-me de sua orelha esquerda.
– Se você souber usá-lo. – Sussurrando eu mordo seu lóbulo.
Voltando a encará-lo vejo a raiva crescendo em seu semblante, sinto que vou me arrepender de ter dito isso.
O mesmo, sem parar de me fitar, remove o vibrador, que ainda pulsava violentamente, o joga no chão e com uma investida selvagem ele rasga minha entrada com seu membro, me fazendo berrar com a grossura de seu pau e gemer quando ele chega na próstata.
Esse merdinha gostoso do caralho.
Lentamente o mesmo começa a se mexer dentro de mim, investindo devagar porém com força na minha entrada e arrancando gemidos de meus lábios.
Com poucas estocadas meu pau voltou a endurecer e o prazer retornou a dançar por minha mente, me fazendo delirar com aquela situação. Seu pau chegava tão fundo dentro de mim que minha alma sentia-se invadida e meu âmago amolecido.
Passeio meus dedos por suas costas, arranhando-a. O que só serviu para atiçar mais Renan, o fazendo aumentar a força de suas estocadas e a torturar minha entrada com sua grossura.
Sei que nunca irei admitir em voz mas esse riquinho sabe como fuder. A precisão de suas estocadas era assustadora, me fazia revirar os olhos e quase, digo quase, gemer o seu nome. Bem diferente do meu vizinho virgem mês passado, aquela anta agia de forma descontrolada e suada. Acho que seu cérebro foi corroído por anos de punheta pois nem para me fazer gozar serviu, prefiro aquele vibrador irritante do que outra rodada com ele.
E sim, ele vai conseguir me fazer gozar apenas com seu pau. Porém, ele vai primeiro.
O fitando mais um vez vejo o desejo que o olhar dele exalava, o calor de sua luxúria me deixou encantado. O mesmo percebendo meu fascínio pelo o seus olhos desvia sua atenção. Agora Renan fitava minha boca e com um leve umedecer de lábios ele avança, os engolindo.
Nossas línguas, igual nosso sexo, brigavam pelo o domínio, guerreavam com o desejo uma pela a outra. Não é por que aceitei esse beijo que eu aceitaria ser domado.
Mas por um momento eu sinto o mesmo exitar e sorrir durante o beijo, como se gostasse de toda a nossa briga, como se minha personalidade de merda o excitasse. Porém foi por causa desse instante de exitação que o fez perder e com triunfo eu saboreio mais ainda sua boca.
Envolvendo seu pescoço com meus braços eu diminuo mais ainda nossa distância e aumento nossa temperatura, querendo apenas sentir melhor seu sabor, seu cheiro e seu pau dentro de mim.
Completamente extasiado e manipulado pela luxúria um pensamento arriscado nasce em minha mente, um pensamento quente e libidinoso.
Se eu já estou no inferno então por que não chupar o capeta?
Espera, acho que o ditado não era esse.
Mas serve também.
Protegendo sua cabeça e nuca eu me impulsiono para frente, quebrando seu centro de equilíbrio e o fazendo cair para trás. Com um baque alto nos batemos no chão.
Eu por cima e ele por baixo, como deveria ser.
E com a mesma delicadeza que ele adentrou-me eu comecei a cavalgar em seu pau, pegando Renan de surpresa e o fazendo gemer meu nome.
Me apoiando em seu peitoral sem definição eu começo a subir e descer, a rebolar e gemer em seu colo.
Nossos gemidos combinados ecoaram pelo o ambiente, fazendo uma melodia que apenas nós escutamos e apreciamos.
Com uma última e feroz cavalgada eu enfim sinto o ápice do mesmo me preencher.
Seu pau tinha chegado tão fundo dentro de mim que seu gozo tocou minha alma, me aqueceu a beira da combustão.
Com toda as suas emoções queimando dentro de mim eu também chego nos finalmente, gozando em todo o seu abdômen, alcançando até sua boca.
Mesmo que por um segundo ou menos eu gozei por último, por um instante eu venci e me deleitei com a glória e com o ego reerguido.
Renan, ainda com seu pau no meu interior, se ergue em minha direção e lambe o esperma que sujava os arredores de sua boca.
– Como um sabor tão doce pode pertencer a alguém tão nojento? – O mesmo me diz antes de me beijar novamente, fazendo-me sentir o sabor do meu gozo.
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Contos gays (+18)
RomanceMinha alma sempre foi uma vagabunda então pq não escrever oq se passa na minha cabeça? Capa não é minha. É do pinterest, só achei ela bonita.