N
o silêncio do meu quarto, eu mandei uma mensagem para minha mãe, dizendo que na manhã seguinte eu ligaria. E sua resposta como sempre.
{Mãe: não precisa mais, pensei que você tinha escolhido a melhor profissão e seguido os passos da família. Que desgosto Hanami, vai fumar maconha e usar drogas agora? Não me aparece mais aqui, suas coisas farei questão de queimar. Tenha uma boa noite }
Abracei meu corpo e chorei baixinho, deixando o celular em algum canto, isso doía demais, minha mãe sempre foi narcisista, e meu pai sempre a idolatrou e depois de eu me negar a fazer a única coisa que ela queria, eu me tornei um monstro. — Deito em posição fetal e afundo meu rosto nos lençóis para não deixar o choro incomodar Angry, que deveria estar dormindo a essa altura.
Como podem fazer isso comigo, sempre fiz de tudo para nunca dar trabalho, e sempre ser o orgulho, mas eu só queria fazer o que eu gostava, Filosofia era minha paixão desde que meu avô me mostrou, ele era professor de Filosofia e sempre me contou e me ensinou sobre Filosofia, e eu me apaixonei cada vez mais.
Eu estava tremendo, minhas mãos agarraram os cobertores e eu sentia a necessidade de gritar, mas não iria acordar Angry, ele não tinha nada aver com minha vida.
— O que move uma pessoa não são seus músculos, mas sim seus pensamentos. — ouço a voz suave de Angry — se me deixar entrar, posso enchugar suas lágrimas.
Eu não conseguia levantar, não tinha força para isso, meu corpo estava se rendendo a dor daquele momento, e depois de perceber que ele estava acordado, eu só queria ser mais silenciosa possível, não quero incomodar, já me tornei um incomodo suficiente para as pessoas a minha volta, então não quero ser um incomodo para Angry.
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Tudo caiu em silêncio, mas a porta foi destrancada por fora, e Angry entrou usando um pijama de moletom azul bebe, a mesma cor do seu cabelo, ele esfregava os olhos ainda sonolento e abriu as janelas do meu quarto, deixando a luz da Lua entrar. Angry se sentou no chão aos pés da minha cama.
— problemas com a família? — ele sussurrou
— eu sou o problema — digo ainda deitada na mesma posição na cama
— Por que?
— Estou fazendo Filosofia, em uma família de médicos — digo irônica.
— E isso não é bom? — Angry se vira e me encara me fazendo arregalar os olhos — você é diferente, isso não é uma coisa boa?
— É sim — sussurro — ser diferente te da destaque.
E eu estava roubando o destaque da minha mãe, aquela que sempre teve toda a atenção e prestígio, não era sobre mim, e sim sobre ela.
— eu sou diferente — Angry sorriu — e te acho bem legal, e bonita também.
— Você também é bonito, sou apaixonada no seu cabelo — sussurro e Angry deita na cama de frente pra mim e segura minha mão.
Ele colocou minha mão em seu cabelo, e eu me surpreendo com a maciez, parecia uma nuvem fofinha, cada cacho definido como um pequeno caracol, enrolando no meu dedo, quando mais carinho eu fazia, mas Angry olhava para mim, e aos poucos fui deixando o cansaço me levar, e foi nessa posição que dormirmos.
Queria mexer naquela nuvem fofa de novo
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𝑨𝒍𝒈𝒐𝒅𝒂̃𝒐 𝑫𝒐𝒄𝒆 𝑨𝒛𝒖𝒍 - 𝑨𝒏𝒈𝒓𝒚
FanfictionCom toda essa salada de frutas, procurar algodão doce é só para quem gosta do pecado