Capítulo 5: O (quase) Acidente

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Parada no lado da picape, olhei para trás. Sanji estava no outro lado do estacionamento, parado ao lado do seu carro, que era um Volvo prateado, junto dos seus irmãos, que se a memória não me falha, eram Koala e Sabo.

Rapidamente desviei o olhar para a minha mochila, colocando a mão dentro procurando minhas chaves. Ouvi um som de algo chegando. Imediatamente, uma van preta tinha derrapado, travando os pneus e guinchado com os freios, rodando loucamente pelo gelo do estacionamento. Ia bater na minha traseira da minha picape e eu estava entre os dois carros.

Nem tive tempo de fechar os olhos. Cambaleei para trás caindo no chão e prestes a ser atingida. Até que sinto uma mão gelada em minha cintura, e um vulto com a outra mão para a van, amassando uma parte dela com muita força.

Olhei para o meu "salvador". Era... Sanji. Ele encarava meu olhar, o silêncio era absoluto, mas pouco durou. Pessoas estavam vindo ao nosso redor tentando ajudar eu e o motorista da van. Sanji saiu rapidamente do lugar me deixando com o pessoal.

- Aí meu Deus! - Gritou alguém.

- Nami, você está bem? - Perguntou Kaya desesperada.

- Para trás, pessoal! - Gritou Koza com a multidão. Eu não estava prestando atenção no desespero dos que me ajudava. Apenas olhava para onde Sanji e os outros estavam.

- Nami, me desculpe. Eu perdi o controle. - Bartolomeo se desculpava e lamentava.

- Fica calma Nami, eu chamei a emergência. - Falou Vivi, que estava com o telefone.

Eu não estava assustada, mas estava... surpresa.

No hospital

A porta do quarto foi aberta. Eu e Bartolomeo fomos para o hospital para sermos tratados, embora nada de grave aconteceu conosco.

- Nami, tudo bem? - Ouvi a voz masculina mais velha. Meu pai estava aqui. Ele apontou para o rapaz ferido ao meu lado. - Vamos conversar depois.

- Não se preocupe pai. Eu tô bem sim. - Tentei dizer em um tom acalmante.

- Me desculpe, Nami. Eu tentei parar. - Bartolomeo mais uma vez pedia desculpas.

- Eu sei. Tá tudo bem. - Falei de novo tentando o acalmar.

- Não, com certeza não tá tudo bem. - Meu pai falou em um tom irritado.

- Pai, não foi culpa dele.

- Podia estar morta.

- Mas eu não estou.

- Pode dar adeus à sua carteira. - Repreendeu Bartolomeo.

No instante, a porta foi aberta. - Soube que a filha do chefe estaria aqui. - Disse uma voz masculina.

- Ah, Dr. Cullen. - Smoker murmurou. Olhei para ao lado dele, estava o Dr. Cullen de quem havia ouvido. Ele usava um jaleco branco típico de médico, uma blusa social preta e uma calça social da mesma cor. A pele morena e tatuada lhe dava o charme, como o cabelo curto e preto, os olhos amarelos e o cavanhaque.

- Nami Swan.- Falava enquanto anotava numa prancheta.

- Só Nami. - Corrigi.

- Então Nami, como se sente? - Perguntava e direcionava seu olhar a mim.

- Bem.

- Olha - Ele pega o que seria uma caneta com luzinha e lançava em meu rosto. - Você pode sentir estresse pós traumático ou tontura. Mas os sinais vitais estão bons. Nenhum trauma na cabeça. Eu acho que você vai ficar bem.

- Eu sinto muito mesmo, eu...- Bartolomeo falava novamente, porém Smoker puxa a cortina o cortando.

- Teria sido bem pior se o Sanji não tivesse aparecido. - Contei do Sanji ter me salvo do impacto.

- Sanji? - Smoker pergunta e depois olha para o doutor. - Seu filho? - O doutor apenas acena a cabeça.

- É. Foi incrível. Ele chegou e me pegou tão depressa. Ele não tava perto de mim.

- É, parece que teve sorte. Smoker... - O Dr. Cullen saiu com meu pai do quarto. Pouco tempo, Smoker apareceu com minha mochila nas costas, dizendo que eu estava liberada, então saímos do quarto.

- Tenho que assinar uma papelada. Você devia ligar para a sua mãe. - Gelei com aquelas palavras.

- Contou pra ela? - Perguntei incrédula. Smoker deu apenas de ombros. Minha mãe sempre se preocupava com Nojiko e eu, mas agora elas devem estar surtando. - Legal, agora ela deve tá pirando.

Saí de perto de Smoker. Prestes a passar pelo corredor, podia escutar duas vozes familiares e uma voz feminina ainda não ouvida. Olhei para ver o que era, e estava Sanji, Dr. Cullen, cujo nome verdadeiro era Trafalgar Law, pelo que meu pai disse, e se não me engano, a garota chamada Boa Hancock. Sei que é falta de educação bisbilhotar a conversa dos outros, mas não podia evitar. Então fiquei escondida atrás da parede.

- O que queria que eu fizesse? Eu não podia deixá-la morrer. - Falou Sanji. Notei a irritabilidade em seu rosto.

- Não se trata só de você. Mas se trata de todos nós. - Foi a vez de Hancock falar.

- Vamos conversar sobre isso no meu escritório. - Dr. Cullen falou com o objetivo de parar o clima tenso que havia ali. Mas só parecia ter aumentado depois de me descobrirem.

- Posso conversar com você? - Perguntei a Sanji.

- Vamos, Hancock. - Law saí junto de Hancock, deixando nós dois à sós. Sanji vem até mim.

- O que foi? - Perguntou

- Você me deve uma explicação. - Falei firmemente a ele.

- Eu salvei a sua vida. Não lhe devo nada.

Eu vacilei com o ressentimento na voz dele.

- É claro que me deve. Você veio rápido.

- Eu estava ao seu lado o tempo todo. - Mentiroso.

- Não. Você tava no outro lado do estacionamento, perto do seu carro. - Minha voz estava um pouco irritada.

- Como? O que? - Sanji pergunta se fazendo de desentendido.

- Tava sim.

- Nami, acho que bateu a cabeça forte demais. Deve estar confusa.

- Não há nada de errado com minha cabeça. Eu sei o que eu vi. - Falei confiante.

- E o que você viu?

- Você. Estava parado do outro lado e parou a van com a mão.

- Ninguém vai acreditar em você. - A voz de Sanji tinha um tom de desdém.

- Não vou contar a ninguém. - Eu disse devagar cada palavra, controlando minha raiva.

- Não podia simplesmente me agradecer?

- Obrigada. - Eu esperei, furiosa.

- Não vai se esquecer disso, não é?

- Não.

- Espero que goste de ser desapontada. - Ele fala e depois vai embora, me deixando sozinha. Qual era o problema desse idiota? Depois disso, saí do hospital e liguei para a mamãe. Ela estava muito histérica, assim como Nojiko. Mas tive de explicar de que eu estava bem e só assim se acalmaram.

A noite já estava caída. Tudo escuro. Meus olhos estavam fechados, mas tinha a sensação de que estava sendo observada. Então acordei. Depois de tomar um remédio para dormir, finalmente caí no sono.

E essa foi a primeira noite em que sonhei com Sanji Cullen.

Continua...

Crepúsculo - Nami x SanjiOnde histórias criam vida. Descubra agora