Descobertas: Surpresas

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Narrador on:

Emilia sabia que o que estava prestes a fazer poderia lhe trazer sérios problemas. Iria contra as ordens do menino alfa. Mas não aguentava ver seu garoto definhar. Cuidaria dele como sempre fez. Se precisasse iria chamá-lo a razão, como quando era criança. Ela já notara o interesse do maior pelo garoto ômega, viu que fôra ele a passar os sete dias de período com o menino. Esse devia ser um dos motivos dele estar atormentado, ter que esconder o que sente e o que houve, para proteção do rapaz.
Pois se isso parar no ouvido do Jackson, será um verdadeiro desastre. E ela sabe muito bem como tudo acaba, já presenciara e vivera essa tragédia. Luciano jamais permitiria algo assim acontecer. Preferiu se afastar, como se nada tivesse acontecido. Mas pelo que Angelo relatou, o alfa deve estar sofrendo. E a maneira que encontrou pra esquecer, foi se afundar no trabalho até a exaustão.
Também andava preocupada com Peter.
O pequeno estava muito triste, não se alimentava direito, por isso as vezes ela trazia algumas comidas diferentes pra ele. Vez ou outra, ouvia ele chorando sozinho no quarto.
Esses dois precisavam conversar, essa situação não podia continuar. Se
se acertariam ou não, ela não sabia.
Mas isso tinha que acabar.
Enquanto o menor tomava banho todo animado, depois de muito tempo iria ver outras pessoas, que não fossem só os funcionários, e seus amigos que apareciam de vez em quando, dona Emília preparou bastante comida. Todas que seu menino gostava. Acrescentou um pouco a mais, por causa dos outros.
Colocou tudo em uma grande caixa térmica e aguardou o ômega descer.
Alguns minutos depois ele veio todo sorridente, perfumado, os cabelos amarrados, deixando uns fios soltos na frente.
Uma calça jeans despojada, uma camisa de manga gola alta, tênis all star. A nona gostou do que viu.
—Está muito bonito meu filho! Vamos?
— Obrigada vó. A senhora também. Está uma gata. Não sei porquê não é casada.
—Deixa de bobagem garoto, vamos que já tá ficando tarde. O trânsito essa hora é horrível.
Peter percebeu que ela ficou sem graça com sua fala, mudando de assunto. Novamente ele reparou aquela tristeza em seu rosto.
Resolveu não tocar mais no assunto. Não queria vê-la abatida. Iriam sair, e ele estava empolgado com isso. aproveitaria cada momento.
Ela dispensou o chofer, a mesma ia dirigir. O garoto ficou admirado em saber que a nona conduziria o veículo. Viviam num mundo de muito preconceito. Estava orgulhoso. Lembrou de sua mãe, que também teve que quebrar muito tabu pra ser respeitada.
A cada lugar que passavam, é como se ele visse tudo pela primeira vez. Não repara como a cidade tinha seus encantos. Queria parar em vários lugares pra admirar. 
—Na volta paramos onde você quiser. Agora temos que ir. Estão nos esperando.
—Okay vó. Não quero que se atrase por minha causa.
Continuaram o trajeto, até que pararam em frente a um grande e luxuoso prédio.
Peter on:
Quando entramos, reparei que todos os olhares se voltaram pra nós. Fiquei sem jeito e ao mesmo tempo assustado. Achei que talvez a nona possa ter se confundido e errado de lugar.
Mas aí uma recepcionista veio ao nosso encontro, muito gentil. Era beta com certeza.
—Senhora Emília! Quanto tempo. O Sr. Erick avisou que viria. Estão a aguardando. E esse rapaz bonito quem é?
— Filho de uma amiga. Veio tentar um estágio.
—Ah! Sim. Estejam a vontade. Podem subir.
Enquanto entravam no elevador, o menino reparou que até ali, a nona era muito respeitada. Isso o fazia se perguntar se de fato, ela era somente uma governanta.

.......

Horas antes....

Luciano havia saído do escritório, estava muito nervoso, tinha receio de descarregar sua raiva e frustração no seu irmão e no Erick. Percebeu que algumas vezes ficava fora de si. Precisava desestressar.
Foi até o stande de tiro particular que tinham, e praticou por um tempo. Mas não adiantou muito. Estava com ódio mortal do Jackson e do Pittman. Pra piorar ainda tinha aquele garoto. Não conseguia parar de pensar naquela semana que passara com o ômega. Trouxe consigo uma peça de roupa dele, que cheirava quando estava muito nervoso. Mas nem isso adiantava mais. Evitava olhar as imagens da câmera, pra não correr o risco de jogar tudo pro alto e ir vê-lo. Ninguém sabia desse sentimento. Não revelara nem pra seus irmãos. Se isso vazasse,  com certeza Jackson usaria como uma arma,  pra tentar derrubá-lo.
Retornou para o escritório mais tenso do que saiu. Os funcionários nem ousavam encará-lo. A recepcionista fez mensão de avisar sobre a nona, desistiu ante o olhar dele.
........
Hora atual

Peter on:
O prédio era enorme e muito alto. O escritório ficava no penúltimo andar. Já estava ficando tonto. Assim que saímos fomos recebidos por uma das secretárias, que também conhecia a vó, e a tratou da mesma maneira que a primeira, me deixando com a pulga atrás da orelha.
Ela nos conduziu até o local, e quando abriu a porta, para minha surpresa, dou de cara com Angelo, que me olha boquiaberto. Vejo ali também o Erick, o segurança que me "levou" até a mansão. Ficamos em silêncio por um tempo, nos encarando, até que resolvo abrir a boca:
—O que vocês dois fazem aqui?
Erick rapidamente se levanta e vem ajudar a nona e diz se virando para o gêmeo:
—Estagiário, vai ficar parado aí? vem ajudar.
—Obrigada meus filhos.
—E respondendo a sua pergunta garoto, estamos trabalhando, ou você é cego?  Você acha que só tenho aquele emprego? E o Angelo é estagiário. Satisfeito? Eu é que pergunto: O que você faz aqui?
Quando o eu ia responder a porta é aberta com força, e um par de olhos azuis ferozes nos encarando. Meu corpo treme todo, meu coração acelera, ao reconhecer a pessoa dos meus sonhos e pesadelos. Ali estava ele, na minha frente. Com um olhar gélido. Todos ficaram calados, petrificados, ninguém movia um músculo. Como se estivéssemos na frente de uma naja, tipo, quem se mexer, morre.

Fujam enquanto é tempo

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Fujam enquanto é tempo.
Corre Peter...

Continua......

Família di Angelis. Luciano. Alfa, Mahf.oso Que Lik.e Cruel (Mpreg) (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora