Eu estava um pouco nervosa.
Tá.
Não vou mentir.
Eu estava muito nervosa.
Quando entramos no meu condomínio os olhos de Roseanne se arregalaram.
Ela acharia que sou uma rica metida?
Ou se sentiria mal?
Oh meu deus eu não deveria ter a convidado.
Deveria ter mudado meus móveis para algo mais simples.
Talvez mudado de casa.
Alugado uma mais simples pra ela se sentir mais confortável.
Droga.
Eu estava pensando demais.
Onde já se viu mudar de casa?
Ou os móveis?
Droga.
Roseanne estava sendo uma tola por andar com uma estranha como eu.
Isso que eu era, estranha.
Suspirei e desliguei o carro quando estacionamos na vaga.
Abri a porta lentamente tantando prolongar o máximo possível o tempo aqui em baixo.
Não queria encarar a realidade.
Eu faria Roseanne se sentir desconfortável.
Eu era uma pessoa horrível.
— Então... Você mora aqui no estacionamento mesmo ou tem casa? — ela brincou descontraída.
Movi minha atenção do chão para seu rosto.
Seu sorriso estava ali ainda.
Será que ela sabia que eu estava com os nervos a flora?
— É-é por aqui — a guiei até o saguão.
O porteiro era meio antipático.
Por isso eu mal dava bom dia.
Mas Roseanne o cumprimtou.
Recebeu um seco "boa noite" mas não pareceu se abalar.
Ela não estava nem aí.
Como se sua parte ao menos ela tivesse feito.
Quando entramos no elevador, ela pôs a mão na frente para que eu não apertasse nenhum botão, e não tardou em dizer: — Deixa eu adivinhar, último andar?
Encolhi meus ombros ouvindo sua gargalhada.
Ela apertou o botão, mas não funcionou.
O elevador não saiu do lugar.
Apertou de novo.
Nada.
De novo.
Nada.
Mais uma vez.
E nada.
— Você vai me ensinar a usar isso, ou vai dizer que quebrei? — foi minha vez de sorrir.
Ainda com medo de ela se sentir mal por eu ter tanto dinheiro, apenas levantei lentamente meu dedo indicador e ela pareceu entender.
O coloquei no botão escrito "nove" e ele rapidamente reconheceu minha digital fechando as portas e começando a subir.
— Legal esse negócio da digital — tentou puxar assunto imediatamente. — Mas e quando sua mão está suada? Você faz como?
Me olhou curiosa.
Eu parei por um tempo.
Raciocinei.
A olhei.
E ri.
Eu ri.
Ri com vontade.
Ri tendo que colocar a mão na barriga de tanto que ela doía.
Ri como um tola.
Ri porque achei que ela odiaria.
Ri porque pensei que ia fazê-la mal, mas na verdade ela simplesmente não ligava.
E ri porque sua pergunta foi realmente engraçada na minha visão.
— Nunca tentei — disse ao finalmente recuperar o fôlego. — Se um dia acontecer você será a primeira a saber.
Ela sorriu.
— Posso viver com isso.
As portas se abriram.
Eu já estava mais tranquila e conformada com a ideia de que ela não odiaria meu apartamento.
Mas quando olhei para minha sala de estar, minha opinião mudou.
Eu vou matar a Marrie.
Meu corpo congelou.
O que eu diria a ela?
Como explicaria que tinha um caminho de pétalas no chão, uma mesa para dois com velas, um vinho e dois pratos perfeitamente alinhados junto aos talheres.
Sem contar a iluminação e a música baixinha que tocava de fundo.
Era oficial, eu iria pular da sacada.
— Uau — foi o que ela disse.
— Exagerado não é? Eu vou matar minha empregada agora mesmo — falei rápido a fazendo rir.
— Eu achei romântico — minhas bochechas coraram fortemente.
Eu precisava de um poço pra enfiar minha cabeça.
— O que vamos comer? — ignorou completamente minha reação.
— Lasanha — Tentei me recompor da melhor maneira possível e indiquei que ela deveria entrar.
— Eu amo lasanha!
— Você vai amar a lasanha da Marrie! É perfeita.
— Tenho certeza que sim.
Seu sorriso foi a última coisa que vi antes de entrar na cozinha.
Olhei para a travessa maravilhosa que Marrie tinha deixado pronta, eu um bilhetinho em cima da bancada me chamou atenção.
O peguei para ler e nele estava escrito:
Lisinha, espero que você tenha gostado da arrumação.
Fiz lasanha e uma sobremesa maravilhosa pra vocês aproveitarem a noite.
Beba um pouco pra aliviar a tensão, você com certeza vai precisar.
Deixe a garota confortável, não de ouvidos às suas paranóias e pelo amor de Deus tente beija-la!
Não saia daí sem pedi-la em namoro!
Beijos, Marrie"
É oficial, eu vou matá-la.
Estão gostando da fic, gays? O que estão achando?
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Não mais te amo tanto 📚Chaelisa☕
FanfictionCafés e livros não me apeteciam tanto quanto ela. Procurá-la se tornou cansativo, tão como esperar que ela volte trazendo ambos. Mal sabia ela que não precisava de livros e café, apenas bastava sua companhia. Ainda me pergunto quando foi que demos e...