O sol já ia se por.
Faltava pouco.
E eu queria que Roseanne fosse mais rápida se não iríamos perdê-lo.
Mas ela inventou de ir de bicicleta.
O que estava estragando meus planos de ver o pôr do sol no lago.
Estávamos em uma bicicleta dupla.
A, agora loira, havia me obrigado a alugá-la.
E o que eu não fazia por ela?
Nada.
A resposta é: nada.
Ela tinha um bom condicionamento físico, eu já não podia dizer o mesmo.
Qualquer morrinho avantajado que nós passávamos minha perna pedia socorro.
Mas finalmente havíamos chegado.
Paramos as bicicletas.
Pegamos as coisas na sua mochila, já que não tínhamos cesta.
E montamos nosso piquenique improvisado.
Roseanne me fez comprar algumas coisas no mercado e ela preparou ali na hora.
— Está muito bom, certamente — disse assim que terminei de mastigar o pãozinho com patê que ela havia feito na hora.
— Eu disse que você iria gostar.
— É, estou começando a acreditar que você sempre tem razão — ela sorriu e se aproximou mais de mim.
Estávamos sentadas na grama, assistindo o pôr do sol no lago.
Seria idiota eu dizer que queria beijá-la ali pois acho que seria um lindo ósculo?
Bom, brega ou não, eu não me importava.
Eu estava ansiosa.
O momento vai chegar. Eu tenho certeza.
— Hm. Olha o que eu trouxe — mexeu em sua mochila até tirar um livro de lá. — O Pinóquio do nariz curto — leu o título.
— Significa que ele não mentia? — Ela sorriu e se levantou, tirando um pouco das migalhas de pão que haviam grudado em sua calça.
— Vai ter que ler pra descobrir — Esticou a mão e eu logo a peguei para levantar.
Com as mãos entrelaçadas, ela me levou até uma árvore próxima e se sentou ali apoiando suas costas no tronco, e eu logo fiz o mesmo.
— "Numa vila distante, na menor casa no final da rua G, o menino de madeira olhava todos os dias para as estrelas, perguntando-as qual o sentido de ter vida quando não podia ser humano, quando não podia ir a escola sem receber olhares tortos, ou sangrar ao machucar o dedo brincando na rua com as crianças, qual o sentido de estar vivo se não podia desfrutar do lado bom da humanidade, como um simples chá de ervas ou uma comida preparada na hora?"
Ela lia com calma, e eu apenas aproveitava a oportunidade de apreciá-la fazer algo tão banal como ler em voz alta.
Ela tinha sua cabeça encostada no meu ombro, quase se jogando em cima de mim.
Suas mãos se encontravam com o livro, mas as minhas se perdiam na barra de minha calça, sem saber muito o que deviam fazer.
Confesso ter me perdido no meio da história.
Olhar para seus lábios parecia-me ser mais interessante do que ouvir suas palavras.
Eu as ouvia, na verdade, só não deixava meu cérebro raciociná-las.
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Não mais te amo tanto 📚Chaelisa☕
Fiksi PenggemarCafés e livros não me apeteciam tanto quanto ela. Procurá-la se tornou cansativo, tão como esperar que ela volte trazendo ambos. Mal sabia ela que não precisava de livros e café, apenas bastava sua companhia. Ainda me pergunto quando foi que demos e...