A amante do meu pai | Wenclair

O que estava acontecendo?

Acordei por volta das sete da manhã, o clima estava meio frio, abri as cortinas do quarto e dei de cara com uma manhã totalmente escura, chovia pouco, a impressão que dava, é de que eram quase nove da noite. Depois de ficar refletindo sobre como o tempo estava magnífico, decidi ir para o banheiro, me preparar para o dia que começara. Em seguida desci as escadas e migrei para a cozinha, passando pela sala e vendo que as cortinas ainda se mantinham fechadas. Encontrei Isaiah tomando café e em ligação por vídeo com alguém do escritório. Não o interrompi, apenas fui em direção ao fogão, preparando algumas panquecas.

Não muito tempo depois, Isaiah encerrou a ligação e deu um último gole em seu café, pegando sua bolsa transversal e passando pelo corpo.

- Enid já saiu? - questionei, aquela hora Enid já deveria ter descido, Isaiah já tinha terminado de comer.

- Na verdade não, ela tá atrasada. - ele tinha uma expressão confusa. - Vou checá-la. - disse já se afastando, estava com pressa, parecia atrasado.

- Não precisa, pode ir! Eu chamo ela. A aula só começa às oito, não se atrase por isso. - sua expressão se normalizou.

- Oh, Wednesday! O que seria de mim sem você? - dramatizou, acabei rindo.

- Um cara com o antigo relacionamento estável e feliz. - fingi seriedade, ele me olhou espantado, parecia querer dizer algo. Eu só caí na gargalhada. - Eu tô brincando, homem de Deus.

- Oh... isso é o "meme" que vocês dizem, não? - Eu não iria explicar, então apenas continuei rindo.

- Isso, Isaiah. - concordei.

- Certo, então já que se ofereceu, acho que vou indo. Tenho uma reunião com uma gerente de fora, preciso chegar cedo. Tem problema?

- Claro que não, eu gosto de ficar com Enid. Não é incômodo nenhum, me faz lembrar da minha irmã mais nova, Friday.

- Todos os seus irmãos têm um nome de um dia da semana? - ele pareceu interessado.

- Sim, é uma longa história. E eu prometo lhe contar quando tiver tempo. - olhei para o relógio em cima da bancada ao lado da pia e apontei - São 07:24, acho que agora não é um bom momento.

- Deus... tem razão, preciso ir. - me deu um beijo na testa e saiu quase que correndo em direção a sala. - Vejo vocês mais tarde, Wednesday! Dê um beijo em Enid por mim! - gritou da porta.

Eu ri do jeito atrapalhado que ele tinha, Enid era igualzinha, parecia muito com o pai. E por falar nela, estava preocupada. Enid não se atrasava, tinha hora para tudo; se levantar, tomar café da manhã, colocar os tênis, pegar a mochila, e sair de casa. Era realmente uma mini adulta, coitadinha da minha menina. Resolvi ver o que tinha acontecido, subi as escadas, tensa. O dia anterior tinha sido carregado de emoções, não sabia o que me esperava naquele quarto. Respirei fundo e bati na porta. Nada, nenhum barulho. Voltei a bater, e mais uma vez, tudo em silêncio. Resolvi chamá-la e entrar no quarto.

- Enid... - fui abrindo a porta lentamente. - Hey... - adentrei o quarto. Fui caminhando em passos lentos, parecia que ainda dormia, estava de peito para cima e a sua coberta ia até o pescoço. Quando cheguei perto o suficiente, notei que estava com os lábios trêmulos, me atentei a tocar seu ombro.

- Ninid, acorda, amor... - sussurrei e fui me sentando ao seu lado, vendo que não obtia resultado, coloquei minha mão em seu rosto e fui acariciando. Ela tinha as sobrancelhas franzidas, e seu queixo subia e descia rapidamente, parecia estar com frio.

- Hum... hu-hum... - apenas resmungava.

- Está atrasada, meu anjo. Precisa acordar. - tudo o que obtive em resposta, foi uma Enid mexendo a cabeça e resmungando ainda mais. Não era para estar tão sonolenta, dormimos cedo na noite anterior. Ri do seu estado preguiçoso e resolvi envolvê-la com um abraço. Abaixei meu corpo na altura do seu tronco tendo minha cabeça logo abaixo de seu queixo. Enid ainda não havia aberto os olhos, não pareceu se incomodar com minha cabeça sobre seu peito, então só fiz o que ela me permitiu no dia anterior. Olhei para cima e deixei um beijinho em seu pescoço.