DEGUSTAÇÃO - UMA MENTIRA PARA O CEO

ÉDER

Oláaaas, amoras minhas, como estão?

Este livro já foi postado completo aqui e retirado. No momento, encontram-se apenas 5 capítulos para degustação.

Ele será repostado completo novamente, porém não há previsão de data.

Em vez de ir para a casa, um apartamento frio, constantemente escuro onde terei tempo demais para pensar em coisas que não deveriam estar tomando minha mente como estão, volto à ELE. Aqui tem uma piscina grande o bastante para me deixar exausto fisicamente e assim conseguirei dormir esta noite. Sem ficar pensando em Sammy com uma criança que se parece com alguém que ela amou. De quem se separou por algum motivo, mas que jamais irá se esquecer, se lembrará dele sempre que olhar para a filha.

Pretendo nadar, mas passo direto pela porta da piscina e vou para minha sala. Jogo-me em minha cadeira e Oliver entra antes mesmo que eu tenha tempo de colocar meus pensamentos em ordem.

— Você devia ir para a casa, Brenda me ligou agora e... Éder, está tudo bem?

— Por que não estaria?

— Sua cara de enterro está pior no momento. Geralmente parece que você está indo a um velório, mas agora parece que você foi o próprio enterrado.

— Oliver... — Penso em mandá-lo à merda e pedir que me deixe em paz, mas afinal, isso está me sufocando. Os pensamentos se amontoam em minha cabeça, possibilidades, sonhos, culpas, estou ficando louco. — Pode se sentar um instante?

Ele me observa atentamente e abre um sorriso.

— Você vai desabafar, oba! — Senta-se diante de mim e conto tudo a ele. — Uau! Você geralmente não compartilha seu dia, mas cada vez que o faz eu me sinto deprimido.

— Sammy amou alguém depois de mim.

— E como se sente sabendo disso?

— Há algo lá no fundo que parece me sufocar por ela ter amado outra pessoa, mas é mais do que isso. Há algo maior do que isso. Estou feliz por ela ter amado outra pessoa, porque isso significa que não sofreu muito tempo por mim. Significa que seguiu em frente, amou de novo, não se fechou para o amor e para a vida...

— Como você — ele interrompe. — Ao contrário de você, ela está viva. E você está feliz por isso.

Assinto. Observo de novo a pasta na minha mão. Então isso é apenas uma vingança, nada mais do que uma vingança. E todo sentimento tem um fim, afinal. Isso deveria me confortar.

— Que cara é essa? Está pensando que deveria ser você o pai da filha adorável dela? Consegue imaginar? Então ela seria ruiva e não asiática — ele provoca.

— Estou tentando muito não pensar nisso.

— Reaja, Éder! Não tem problema sofrer pela única mulher que você amou. Você descobriu que ela se apaixonou de novo, que teve uma filha desse relacionamento, está tudo bem sofrer por ela! Chore por ela. Você não tem que ser tão frio e fechado o tempo todo! Sinta alguma coisa, meu amigo!

Sentir alguma coisa. Talvez ele considere mil cacos de vidro no peito como alguma coisa.

— Por que eu estaria triste por ela ter sido feliz? Por estar vivendo sua vida? Por ter seguido em frente? Não tenho o direito de me sentir triste por isso.

— Tudo bem, você já pode ser um coach amoroso então. — Ele fica girando na cadeira, até que pergunta como quem não quer nada: — Você não ficou curioso em ver a filha dela?

— Tudo sobre ela me deixa curioso. Mas eu jamais me atreveria a chegar perto da filha da mulher que eu abandonei, Oliver. Eu tenho limites.

Ele para de girar e me observa, então ri.

— Aqui temos um homem de honra, senhoras e senhores — zomba, colocando as mãos dobradas em concha ao redor da boca. — Depois de ferrar com a mulher, ele se importa em não mais irritá-la.

— Oliver, vá a merda! — finalmente mando.

Algum tempo depois, duas batidas soam na porta e Oliver põe a cabeça para dentro.

— Eu disse para você ir para casa e você não quis me ouvir, agora tome isso como exemplo...

Ele mal termina de falar, a porta é aberta e Brenda surge, usando um vestido de seda prateado e saltos altos. Seu cabelo está preso em um coque perfeito e ela sorri.

— Éder, fomos convidados para jantar na inauguração do novo restaurante do chef Vermont. O convite foi feito pessoalmente pelo próprio Rodolfo e seria uma excelente oportunidade de aparecermos juntos.

— Quando será?

Ela tem uma careta engraçada e escuto a risada de Oliver lá fora.

— Como quando será? Agora! — diz exasperada apontando para a roupa elegante que está usando.

— Hoje eu não posso.

— Éder, precisamos aparecer em público juntos. Nosso casamento até agora não passa de uma fofoca, temos que reforçar nosso compromisso na sociedade!

— Não vejo necessidade disso, Brenda. Só precisamos desse compromisso registrado legalmente. Não temos que passar tempo juntos.

Ela parece magoada por minha recusa. Aproxima-se e planta as duas mãos na minha mesa, baixa a cabeça até ficar à altura da minha e pergunta:

— É tão difícil assim para você passar algum tempo ao meu lado? Devo dizer a todos que perguntarem por meu noivo que ele não pôde ir porque não me suporta?

— As pessoas entenderiam se você dissesse isso — respondo.

— Éder! — ela grita.

— Ou você pode dizer que tenho um compromisso inadiável para esta noite, já que você me avisou desse jantar em cima da hora. Não estaria mentindo — respondo me levantando. — Você está bonita, Brenda. Tenho certeza que ninguém sentirá minha falta, vai roubar toda a atenção da noite.

Pego minhas coisas e vou em direção ao estacionamento, me despedindo dela com um elogio, o que é mais do que eu seria capaz no humor em que me encontro, mas ela precisa mesmo vir atrás de mim. Antes que diga qualquer coisa levanto a mão e advirto:

— Se me fizer perguntas para as quais não quer ouvir as respostas, não me responsabilizo pela minha sinceridade.

— Você é um grosso, insuportável e antipático. Não pense que seu sobrenome e beleza compensam sua péssima personalidade! Mulher nenhuma será capaz de aturar você!

Olho bem para a mulher gritando comigo e presto realmente atenção nela desta vez.

— Brenda, meu bem, a recíproca é verdadeira. Bom jantar para você.

Entro no carro e arranco ignorando totalmente o que ela está gritando até o momento em que não consigo vê-la mais.