3 - ÉDER - PARTE 2

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Oláaaas, amoras minhas, como estão?

Este livro já foi postado completo aqui e retirado. No momento, encontram-se apenas 5 capítulos para degustação.

Ele será repostado completo novamente, porém não há previsão de data.


Caminho descalço pela cozinha deste apartamento. Ele fica em um ponto alto da cidade, de forma que vejo as luzes lá embaixo quando está de noite. Minha geladeira está vazia, o que é péssimo. Os armários também. O que tenho comido esses dias?

— Eu deveria ter um gato — constato ao olhar em volta e enxergar apenas o meu reflexo no piso frio polido.

Aproximo-me da janela de vidro e olho para baixo. O prédio possui uma piscina de borda infinita com um tamanho até razoável. Se Brenda não tivesse aparecido, provavelmente eu estaria na ELE até agora, usando a piscina olímpica aquecida de lá para me distrair. Mas já que vim para a casa, será aquela ali mesmo. Eu me troco rapidamente e vou usar os benefícios do condomínio pela primeira vez. Tiro uma foto e envio para Oliver, para ele não dizer que não vivo.

Daqui duas horas será sexta. E Sammy terá um encontro. Ela disse que ele é mais um em sua agenda, mas me parece que é mais do que isso. Ele está com ela todos os dias, eles parecem ter bastante familiaridade. Será que ele conhece sua filha? Tiro a roupa, ficando apenas com a sunga e quando coloco o pé na água, um urro me escapa. Completamente gelada. A piscina da ELE é aquecida. Essa aqui não é. E está frio pra caralho.

Meu celular apita e é uma foto de Oliver. Penso se tratar de alguma zombaria, mas é pior do que isso. Uma foto que Brenda postou em sua rede social do tal jantar onde está agora. Ela está com minha mãe.

— Puta que pariu!

Minha mãe está na cidade. Brenda estava certa, eu deveria ter ido com ela a esse jantar e, provavelmente teria ido, se não estivesse com a cabeça na merda do encontro de Sammy. Na porra do sexo que ela vai fazer com aquele segurança sem graça. Na filha que ela tem agora, que deveria ser minha filha. Deveria se parecer comigo, ter meus cabelos ruivos, talvez os olhos amarelos dela, ser adorável e doce e me chamar de pai.

Deixo o celular onde estava e pulo na água fria. Há algo engraçado sobre mim e Sammy, somos opostos. Ela odiava tempestades, enquanto eu as amava. Ela não sabe nadar, enquanto eu competia em campeonatos de natação. Ela seguiu em frente, enquanto eu...

O gelo que parece perfurar a pele nessa água fria demora bastante a deixar meu corpo, mas o faz. Depois de algum tempo estou nadando e não sinto mais frio. Sinto-me gelado, o vento que sopra quando meus braços deixam a água é frio, mas meu corpo parece na mesma temperatura em que esteve quase o dia todo. Mergulho o máximo possível nessa piscina não tão funda e quando volto à superfície, Brenda está aqui. Encara a cena diante de si como algo incompreensível.

Dou mais uma volta e saio da piscina. Também percebo seus olhos fixos em meu corpo enquanto a água escorre antes que eu me esconda no roupão.

— Você está tentando se matar? Por que está nadando a essa hora em uma noite tão fria, Éder? Você é tão estranho!

— Como foi o seu jantar? — pergunto e devo ser mesmo bastante desagradável porque ela parece surpresa por minha pergunta.

— Bom, eu acho. Sua mãe estava lá.

— Eu recebi o seu aviso não tão sutil.

— Podemos subir?

Está frio pra caralho, mas a tendência é só piorar.

DEGUSTAÇÃO - UMA MENTIRA PARA O CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora