4 - SAMMY - PARTE 3

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Oláaaas, amoras minhas, como estão?

Este livro já foi postado completo aqui e retirado. No momento, encontram-se apenas 5 capítulos para degustação.

Ele será repostado completo novamente, porém não há previsão de data.


Quando deixo o banheiro, toalete, me perguntando que taxista vai aceitar me levar assim, encontro Éder do lado de fora. Ele passa um cobertor em volta do meu corpo molhado e diz:

— Eu vou levá-la, ninguém vai deixar você entrar assim em um carro, se eu não levar não vai chegar a tempo.

— Acha mesmo que vou confiar em você?

Passo por ele, mas ele me segura pela mão.

— Sammy, eu irei levá-la em casa a tempo para o seu encontro. Não precisa confiar em mim, eu não me atreveria a pedir isso, mas você não tem outra opção. Eu causei isso a você então vou corrigir. Você vai chegar a tempo.

— Estou me perguntando porque não o enforquei na piscina e pensando em como matá-lo se estivermos no mesmo carro, ainda quer me levar?

Ele sorri.

— Vou só trocar essa roupa, coisa de minutos, me espere aqui. A não ser, claro, que queira entrar comigo — provoca e observo seu corpo molhado, o robe aberto justamente para exibir seu abdome definido, a pele arrepiada pelo vento frio após a água quente. Quase posso sentir suas mãos em meu corpo como antes.

— Acho que vou andando — digo e me viro para sair, mas ele segura minha mão e me leva até sua sala, a do final do corredor.

— Sente-se aqui e me espere. Dois minutos.

Sua sala é ampla, com uma mesa grande de carvalho, onde estou sentada, e uma cadeira atrás da mesa. Há uma estante com alguns itens de decoração e poucos livros, além de uma única planta. Parece que ele não deu muita atenção à decoração da própria sala. Ele volta rapidamente e eu o sigo até o estacionamento. Desta vez, ele pega um carro diferente, mais moderno e certamente mais caro. Vou em direção ao banco do carona, mas deixo o cobertor no chão e entro no carro, ainda pingando água. Ele observa a cena e sorri.

— O quê? Estou molhando seu carro caríssimo?

Ele arranca com o carro, mantém um sorriso no rosto, e apenas quando deixa a ELE é que diz:

— Esse carro é do Oliver. O meu é aquele em que a levei naquela noite. Um mais antigo.

Ops!

— Mas que também é bastante caro — observo e ele assente. — E onde você conseguiu um carro tão caro?

— Meu pai o deixou de presente para mim.

— Deixou?

— Sim, ele faleceu seis anos atrás. — Seis anos atrás ele ainda estava comigo e nunca me falou sobre seu pai. — Eu não estava com ele em seu final. Não nos vimos antes de ele morrer.

— Você se sente culpado?

— Não por isso, eu estava onde eu queria estar. Quando coloco em uma balança, tendo como medida o meu egoísmo, acho que meu sacrifício valeu a pena. — Ele me observa de lado por alguns segundos. — Você deve estar me achando ainda mais horrível do que achava, não é?

— Eu estou tentando não achar nada de você.

— Não é verdade, você está me julgando em silêncio.

— Você lê pensamentos agora?

— Leio seus olhos de lado e sua expressão azeda. Vamos, acuse em voz alta — desafia, mas está sorrindo.

— Julgar seus próprios erros, mesmo anos depois, com base apenas em seu egoísmo não deve ser bom.

Principalmente para alguém que vai conhecer uma criança que o amará incondicionalmente apesar de todos os seus erros e do seu egoísmo.

— Eu não sou bom, Sammy — ele retruca.

Não sei se está falando sério, ou se espera que eu diga o contrário, que o lembre de todas as coisas boas que ele já fez. Seja como for, não pretendo fazer isso. Concordo que ele é uma pessoa horrível.

— Então que pena que estou estragando o carro de outra pessoa — comento sentindo o frio do vento que entra pela janela.

— Eu te levo para o meu carro se você quiser desistir do seu encontro e ir estragá-lo — ele provoca. — Está na minha garagem.

— Eu irei recusar. E não irei agradecer.

Ele está indo rápido o bastante, para que eu chegue a tempo e o frio que entra pela janela está congelando meus ossos, então fecho a janela. Mas ainda continua frio. Pouco depois, parece que o frio está indo embora e parece que fica até mesmo quente dentro do carro. Estou ficando maluca por estar perto dele ou há um ar quente nesse carro?

— Éder, você ligou o aquecedor? — pergunto assustada.

— Sim, você estava tremendo de frio.

Respiro aliviada. Não é efeito Éder, é só o aquecedor. O que mais posso perguntar enquanto tenho a chance? Em que posso acreditar do que ele me responder?

— Você ainda me odeia? — ele pergunta primeiro.

— Não vou odiar se chegar a tempo.

— Ele é importante para você? — O observo confusa e ele explica. — O segurança com quem você vai transar hoje.

— Eu não transaria com alguém insignificante.

— Ainda assim nem estava se lembrando do encontro — observa com ironia.

— Está incomodado com meu encontro, Éder?

— Não, afinal você está trabalhando no meu casamento, não é? Como eu poderia me incomodar?

O calor que toma meu corpo agora é de raiva. Por que ele é tão babaca? Pegar uma carona com ele? No que eu estava pensando? Essa foi uma péssima ideia.

— Essa é minha resposta racional e certa — ele diz.

— Como assim? Não é a verdadeira?

Ele para em um sinal vermelho e olha para mim, finalmente olha em meus olhos desde que saímos da piscina.

— Não. Quer ouvir a resposta verdadeira?

Algo na maneira como ele me olha, ou no seu tom de voz tão baixo faz meu coração disparar a uma velocidade que me tira o ar.

— Não — respondo desviando meus olhos e o sinal finalmente abre, então sua atenção não está mais em mim.

DEGUSTAÇÃO - UMA MENTIRA PARA O CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora