4 - ÉDER - PARTE 3

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Oláaaas, amoras minhas, como estão?

Este livro já foi postado completo aqui e retirado. No momento, encontram-se apenas 5 capítulos para degustação.

Ele será repostado completo novamente, porém não há previsão de data.


Passo o restante da semana no apartamento, isolado do mundo exterior. Não recebo visitas nem atendo telefonemas. Não há nenhum assunto urgente para resolver esta semana, e além disso, não quero correr o risco de encontrar minha mãe na ELE. Não agora. Fico aqui, afundado em solidão e autocomiseração, algo que detesto, mas que não consigo evitar devido à dor do luto.

Na sexta-feira à noite, meu telefone toca incessantemente. Acredito ser Brenda novamente. Ela tentou vir aqui oito vezes ao longo desta semana, mas proibi sua entrada no prédio. No entanto, o aparelho continua fazendo barulho, então acabo pegando-o e vejo o nome de Oliver na tela. Ele é alguém que geralmente compreende e respeita minha necessidade de me afastar. Abro suas últimas mensagens:


ÉDER, ATENDA A PORRA DESSE TELEFONE! TEMOS UMA EMERGÊNCIA.


ÉDER, ATENDE ESSE CARALHO!


SUA MÃE ESTÁ AQUI NA ELE E Sammy ESTÁ VINDO. BRENDA A CHAMOU.


Levanto-me imediatamente, já indo vestir alguma coisa enquanto ligo para ele.

— Até que enfim! — ele diz ao atender.

— Oliver, Sammy chegou aí?

— Ainda não, estou na portaria principal esperando para tentar impedi-la de entrar, mas não sei o que fazer.

Ele não vai impedi-la, Oliver tem boas intenções e é um bom amigo, mas faz o que a irmã quer. Desde a morte da mãe deles ele superprotege Brenda e é incapaz de permitir que ela sinta qualquer dor. Ele está convencido de que ela tem sentimentos por mim, e se ela souber como manipulá-lo, ele vai permitir que ela faça o que quiser para se sentir melhor.

— Estou indo, Oliver. Obrigado por avisar, e reza pra eu chegar a tempo porque se minha mãe machucar Sammy de alguma forma, eu mato a sua irmã!

Encerro a ligação e espero que isso seja suficiente para impedir que Brenda o manipule a atendê-la, pelo menos desta vez. Para chegar mais rápido, pego a moto no estacionamento em vez do carro. Oliver a deu para mim assim que cheguei ao Brasil semanas atrás, quando renovei minha habilitação. Vai ficar feliz por me ver usando-a finalmente. Mesmo que após ameaçar sua irmã. Espero que eu chegue a tempo de impedir que minha mãe coloque os olhos sobre Sammy. Ou que use a arma que tem contra Sammy antes de eu desarmá-la. Estou quase lá, só alguns meses e ela não poderá mais ferir Sammy, mas neste momento ela ainda pode. Pode feri-la muito mais do que eu fiz quando fui embora.

Assim que dobro a esquina em direção à porta principal da ELE, avisto Sammy sendo impedida por Oliver. Ela tenta passar por ele, mas ele a impede. Um suspiro de alívio escapa dos meus lábios e o som alto da moto chama a atenção deles. Felizmente, trouxe um casaco grosso, pois Sammy, como sempre, está vestindo algo inapropriado para o clima. Removo o capacete e faço um sinal com a cabeça para Oliver, agradecendo por sua atitude. Percebo que ele também está aliviado por eu ter chegado.

— Sammy, sobe na moto — peço e estendo o capacete em sua direção.

— O quê? Não, eu vim a pedido da sua noiva por alguma emergência, não vim ver você.

Ela se vira para entrar na ELE, mas Oliver a impede, entrando em seu caminho.

— Sammy, por favor, sobe nessa moto e vem comigo. Você não pode entrar aí.

— Por que não?

— Vai se machucar.

Ela franze o cenho e observa a moto, o capacete estendido e Oliver parado atrás dela impedindo que entre.

— Vou me machucar se entrar aqui, mas não se for com você? — pergunta incrédula.

— Não estou pedindo que confie em mim...

— Ótimo! Porque eu não confio em você.

— Sammy, por favor! Se não subir nessa moto agora eu irei colocá-la, vou levá-la à força, mas você vai sair daqui comigo agora! — Ela não vai ceder, o que estou pensando? Sammy nunca cede.

Desço da moto, coloco os capacetes em cima do assento e me aproximo dela. Coloco o casaco que trouxe ao redor do corpo dela, pois percebo que está gelada. Por que veste esses casacos tão finos?

— Se você quiser entrar, não posso impedi-la. No entanto, terei que defendê-la. Isso significa que começarei uma batalha da qual ainda não estou completamente preparado para vencer, de uma guerra que tenho enfrentado há cinco anos — digo isso com sinceridade e um leve tom de apreensão.

— Eu não preciso que você me defenda.

— Acredite, middlemist, contra o que a espera aí, você precisa.

Ela está confusa, desvia os olhos dos meus e respira fundo.

— Você não parece nada bem — ela observa.

— Então fique feliz.

— Éder, está me pedindo para subir em uma moto com você e ir para não sei onde, para me proteger de algo que você nem vai me contar. Justo você! — Ela me olha com misto de frustração e curiosidade, esperando uma explicação convincente para embarcar nessa aventura repentina.

— Eu sei, devo ser maluco, não é?

— Não, eu devo ser maluca por estar considerando isso.

Se eu estivesse de carro, já a teria pego e a colocado no banco de trás, levando-a mesmo contra a vontade dela, pois seria para o seu próprio bem. No entanto, estou de moto, o que pode ser arriscado considerando a sua impulsividade. Estou prestes a implorar seriamente para que ela venha comigo, quando, para a minha surpresa, ela vai até a moto e pega um dos capacetes. Não posso acreditar que ela realmente está disposta a me acompanhar. Eu já estava pronto para a batalha que teria que enfrentar porque ela ia entrar, eu tinha certeza disso.

Aproximo-me e a ajudo com o capacete, então fecho seu casaco da maneira certa. Antes de baixar a viseira do capacete, no entanto, ela alerta:

— Não me chame mais daquele jeito.

Middlemist, está se referindo à rosa da primavera, a maneira como a chamava. A flor mais rara do mundo. Concordo com um aceno e subo na moto. Ela segura minha mão e sobe atrás de mim. Seus dedos agarram minha jaqueta, mas percebo que ela não conseguirá se segurar assim. Então, seguro suas mãos e as trago para a frente do meu corpo.

— Não precisa se fazer de rogada, Sammy. Segure-se bem. Vamos acelerar, como você gosta.

Ela não diz nada, mas também não retira suas mãos da minha barriga. Sentir seu corpo tão próximo ao meu, de alguma forma, desperta aquela fraqueza que sinto quando desejo o impossível. Despeço-me de Oliver e acelero a moto.

DEGUSTAÇÃO - UMA MENTIRA PARA O CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora