06|Imatura

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— GIOVANI! Para de me bater! — exclamo apertando os botões do controle em uma falha tentativa de me esquivar dos golpes que o avatar dele deferia contra o meu.

— Se defende gatinha! — ele responde rindo.

— Como?! — olho alarmada para ele.

Giovani pausa o jogo e senta mais próximo a mim.

— Onde eu te disse para apertar? — pergunta me olhando atento.

— Aqui? — pergunto insegura mostrando dois botões.

Ele balança a cabeça negativamente e ri. Giovani então cruza todos os limites saudáveis de distância entre nós e me envolve em seus braços, suas mãos vão para cima das minhas posicionando meus dedos no controle.

— Quando você quiser se defender, aperte aqui. E quando quiser atacar, aqui — fala mostrando os botões e me fazendo arrepiar com o quão próxima sua boca estava do meu ouvido — Entendeu? — pergunta se afastando levemente.

— Entendi — sussurro virando o pescoço para olhar para ele.

A respiração dele se choca com a minha, causando um leve arrepio. Me pego reparando no quão bonito ele é. Sua boca é como um ímã para meus olhos. Sinto minha  boca secar e minha respiração se torna mais urgente. Pelo bem da minha sanidade mental eu preciso afastar nossos corpos. Mas enquanto minha mente diz uma coisa, meu corpo faz outra.

— Gatinha... Não me olha assim... Por favor... — Giovani pede em um murmuro.

— Assim como?

— Como se estivesse implorando para eu te beijar — responde e suspira levando minha mente para o passado. Mais especificamente para trinta e um de dezembro de dois mil e vinte e um. Ou primeiro de janeiro de dois mil e vinte e dois.

— Não me olha assim gatinha! Por favor! — Giovani pede acariciando meu rosto.

As pessoas ao nosso redor estão dançando e curtindo suas noites. Totalmente alheios ao que está acontecendo entre nós dois. Vidal ri enquanto conversa com uma garota. Tudo parece diferente. É como se fossemos pessoas diferentes. Sem mágoa ou rancor um do outro.

— Assim como? — pergunto olhando no fundo dos olhos dele.

— Como se estivesse implorando para eu te beijar! — responde passando o polegar pelos meus lábios.

— Talvez eu queira que você me beije! — deslizo minha mão até o cabelo dele e faço um carinho de leve.

A mão dele em minha cintura faz com que eu sinta que pertenço a ele. Me faz sentir segura.

— Eu posso? 

— Você deve! — Exclamo sorrindo.

No momento em que nossos lábios se chocam, sinto como se o mundo ao nosso redor parasse. Nossas línguas se movem em uma sincronia perfeita. Como se fizessem isso a anos. Nossas mãos se movem explorando o corpo um do outro. Nossos corações batem em sincronia. Forte e rápido. Como se fossem um só.

— Você tá bem? — Giovani pergunta me trazendo de volta para a realidade.

Ele não está mais sentado ao meu lado. Está parado na minha frente com um olhar preocupado.

— O quê? Sim! — respondo com a voz levemente trêmula.

— Tem certeza? Te chamei várias vezes e você parecia nem ouvir. Estava em uma espécie de transe — fala indo até o frigobar — Quer uma água?

I Hate You - Giovani Henrique Onde histórias criam vida. Descubra agora