17|Proposta

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O jantar foi ótimo. Fomos em um restaurante com um cardápio bem variado. Os meninos optaram por um prato feito, seguindo as ordens de Dona Mirtes. Já Mariana e eu pedimos um hambúrguer maravilhoso acompanhado de batatas fritas.

Meu sábado foi de preguiça. Mariana e eu fizemos nada além de assistir séries e comer porcaria. Até que o domingo chegou. E com ele um dia reservado exclusivamente para o Palmeiras. Pela manhã fomos ao Allianz assistir ao jogo do Brasileirão Feminino, Palmeiras x São Paulo. O resultado não foi favorável para nós. E mais uma vez ficou escancarada a incompetência do suposto treinador Ricardo Belli e do Diretor Alberto Simão.

Me irrita o pouco caso com o Palmeiras Feminino. Temos hoje um dos centros de treinamento mais eficientes do país e as meninas não têm acesso à metade das regalias presentes nele. É um absurdo que uma presidente que se orgulhe tanto por ser uma mulher comandando um dos maiores times do Brasil faça tão pouco caso com o futebol feminino desse clube.

Retornamos ao Allianz Parque para o jogo contra o Botafogo ainda irritadas pelo jogo feminino. Irritação essa que foi agravada por comentários de pessoas que só acompanham o futebol feminino em decisões e se acham leões para dar pitaco em algo que sequer acompanham realmente.

— Se a gente não ganhar, tá liberado chutar rival na rua! — Mariana fala quando Anderson Daronco apita indicando o início do jogo.

Vejo o Palmeiras dar os primeiros toques na bola ao mesmo tempo em que sinto meu celular vibrando na minha bolsa. Pego ele e vejo o nome de Giovani aparecendo na tela. Por algum motivo sinto a necessidade de atender logo. Levo o celular até a orelha e tapo a outra para tentar ouvir ele.

— Gatinha você tá no Allianz né? — pergunta afobado.

— Sim. Cadê você? Achei que ia pelo menos assistir o jogo aqui hoje.

— Eu tô no vestiário. Consegue descer aqui?  Por favor? — pede parecendo abalado.

Sinto algo estranho na voz dele. O que só faz com que eu sinta ainda mais necessidade de encontrar ele.

— Não sei como. Mas chego aí em cinco minutos! — falo desligando o telefone e me virando para Mariana — Eu preciso resolver um negócio. Não sei se volto até o fim do jogo.

— Vai aonde sua maluca? — Mariana me olha sem entender.

— Aconteceu algo com o Giovani e eu vou descobrir o quê — respondo e beijo a bochecha dela.

Assim como havia prometido. Cinco minutos depois de desligar a ligação eu estava na porta do vestiário. Assim que entro sinto os braços de Giovani me rodearem em um abraço apertado. Ele suspira aliviado no meu ouvido.

— O que foi meu amor? — pergunto segurando o rosto dele.

— Nós recebemos uma proposta de compra pelo Giovani — a voz de Leila me faz assustar.

Não havia notado ela e Barros parados observando eu e Giovani.

— Boa tarde pra você também! — respondo irritada.

É um péssimo dia para eu encontrar com Leila Pereira. Ainda estou irritada com o descaso com o nosso time feminino.

— Eu posso conversar a sós com ela? — Giovani pergunta intercalando o olhar entre Leila e Barros e os dois concordam saindo do vestiário.

Sinto Giovani ficar menos tenso sem os dois olhando para ele.

— Proposta de compra? — questiono curiosa.

— É um time do Qatar. Ofereceram 9 milhões de euros por 50% dos meus direitos.

— Só isso? Você vale mais gatinho! — falo indignada.

I Hate You - Giovani Henrique Onde histórias criam vida. Descubra agora