X - Tomando Decisões

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Sebastian despertou do torpor quando o carro encostou diante da casa escura

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Sebastian despertou do torpor quando o carro encostou diante da casa escura. Conseguira resolver bem a crise na Ásia, substituindo o representante por outro parceiro. Contudo, após o tenso voo até Lima, seguido de três dias agitados à base de café, estava exausto. Estava pronto para um pouco de descanso em casa. E esta era a casa dele agora.

Durante a última década, a propriedade não passara de um lugar para dar festas ou de uma parada entre viagens. Mas, agora, tornara-se o lar dele, o lugar para onde queria voltar quando estava longe. O que mudara para ele ali? É claro que sabia a resposta para a pergunta. Agora, precisava ter certeza de que Grace também soubesse.

– Devo levar suas malas para o quarto, senhor? ‐ O motorista abrira a porta e estava aguardando com a mala aos pés. Ele reprimiu um bocejo.

– Pode deixar que eu levo, Francisco. Guarde o carro e vá dormir um pouco.

O veículo desapareceu ao redor da casa, e Sebastian tratou de destrancar a porta da frente. Poderia ter ficado em Lima e voado para casa de manhã. Todavia, o tempo estava bom e ele estava ansioso para deixar a cidade. Apenas o motorista, chamado em cima da hora, sabia do retorno dele. Agora, já passava da meia-noite, e todo mundo na casa estava dormindo. Melhor assim. Tudo o que queria era subir e desabar na cama.

Mas na cama de quem?

A ideia de esgueirar-se para dentro do quarto de Grace, subir na cama dela e abraçar aquele corpo doce era tão tentadora que chegava a doer. Entretanto, não haviam se despedido numa boa. E não podia presumir que seria bem-vindo. Era melhor esperar até amanhã, quando houvessem conversado sobre certas coisas.

Ao cruzar o corredor dos fundos, através das portas envidraçadas, Sebastian avistou alguém no pátio lá fora. Pousando a mala no chão, em silêncio, abriu a porta e saiu da casa. Percebeu que era Grace, nas sombras, de costas viradas para ele.

O que estaria fazendo ali fora àquela hora? Aguardando alguma coisa? Aguardando alguém? Ante o pensamento, um intenso sentimento de posse tomou conta dele. Se Pablo tivesse ousado tocar nela, acabaria com a raça do desgraçado.

Mas no que estava pensando? Tratava-se de Grace. A inteligente e sensível Grace. Ela jamais sucumbiria a um cabrón tarado como Pablo. Além do mais, não estava vestida para um encontro amoroso. O roupão estava vestido de qualquer jeito sobre a camisola amarrotada. O cabelo estava desgrenhado, provavelmente de tentativas inúteis de dormir. Em uma das mãos, estava um objeto que ele reconheceu como sendo a babá eletrônica. Viu-a pousar a barba eletrônica sobre a mesa da piscina e afundar em uma cadeira. Curvando os ombros, enterrou o rosto nas mãos. Atravessando o pátio, Sebastian tocou-lhe o ombro. Ela o fitou com os olhos surpresos.

– Estou aqui, Grace. Conte-me o que há de errado?

Se ao menos ela ousasse contar. Desde que recusara a oferta de Mercedes, estivera imersa nas agonias da indecisão. Por duas vezes, já pegara o telefone, discara o número de Mercedes e desligara antes que começasse a chamar. Agora, olhando para o rosto preocupado dele, Grace não conseguia deixar de se perguntar o que teria feito se ele tivesse retornado e não a tivesse encontrado.

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