II - Uma Nova Vida

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Grace colou-se à janela quando o jatinho começou a descer rumo a Lima

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Grace colou-se à janela quando o jatinho começou a descer rumo a Lima. Para o oeste, o sol poente deixou as nuvens rosadas e amareladas. Abaixo do avião, os picos dos Andes projetavam-se na direção do céu como adagas cobertas de gelo.

– Inacreditável –murmurou ela.

– Não é mesmo? Jamais me canso de voar para casa.

Sebastian emergiu da cabine, onde estivera conversando com o piloto particular. Grace ainda estava se acostumando à maneira de ele fazer as coisas acontecerem.

Em poucas horas após se conhecerem, ele providenciara a entrega de vistos do consulado peruano para ela e Zac. Grace tivera apenas um dia para fazer as malas e recrutar a melhor amiga para cuidar da casa.

Na manhã seguinte, ela e Zac foram apanhados em casa por uma limusine e levados até o aeroporto, onde, em um hangar secundário, estava o jatinho particular de Stan.

Antes de que se desse conta, Grace já estava no ar, tomando café quente e comendo deliciosos croissants, servidos por um jovem magro que paparicou Zac e sorriu ante os esforços dela de se fazer entender com o espanhol aprendido na escola.

Parafraseando Dorothy em O mágico de Oz, Grace não estava mais no Arizona. Ela e Zac haviam sido transportados para outro mundo, um mundo que, para ela, ainda parecia irreal.

– Como está o menino? - Sebastian acomodou-se na poltrona de couro do outro lado do corredor.

Ele passara a maior parte do voo no escritório do avião, deixando para Grace a tarefa de cuidar de Zac. Como cuidadora do sobrinho dele, ela não passava de pouco mais do que uma serviçal. Grace olhou na direção de Zac, que estava dormindo preso à cadeirinha.

– Ele passou a maior parte do dia se cansando. Espero que tenha definitivamente pedido arrego. Eu sei que eu estou pedindo.

O olhar de Sebastian demorou-se no bebê adormecido.

– É uma linda criança, não é?

– A mãe era linda.

Grace resistiu à tentação de lembrá-lo de tudo pelo que Cassidy passara para dar à luz o bebê, recusando remédios necessários para o tratamento do câncer, com receio de que pudessem fazer mal ao filho. Arturo apenas participara com vestígios de DNA. E esse desconhecido em nada contribuíra.

A ideia de que aquele homem tivesse o direito de invadir-lhe a vida e apossar-se dacriança que ela amava era incompreensível. Contudo, era a nova realidade dela.

– Você parece cansada, Grace.

Já Sebastian, mesmo após o dia cansativo, parecia enlouquecedoramente relaxado.

– Na minha casa, você terá toda a ajuda de que precisa – disse ele. – Poderá conhecer o interior do país, trabalhar na sua arte, o que quiser . Uma vantagem que eu suponho que não tinha em casa.

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