XV - Laços que Unem

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Grace repousou a cabeça contra o vidro da janela do avião comercial

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Grace repousou a cabeça contra o vidro da janela do avião comercial. Ao lado dela, Zac dormia na cadeirinha, exausto após a cansativa espera no aeroporto de Lima.

Sebastian se oferecera para levá-los no jatinho particular dele, ou para, pelo menos, comprar-lhe passagens na primeira classe. Ela recusara ambas as ofertas e quase estourara o limite do cartão de crédito para comprar dois assentos na classe econômica. A existência privilegiada dela chegara ao fim. Quanto mais cedo se acostumasse com isso, melhor.

Em breve, retomariam a vida normalmente em Tucson, e o tempo passado no Peru pareceria ter sido um sonho distante. Contudo, Grace jamais se esqueceria da reação de Sebastian quando a encontrara fazendo as malas. Por um instante, parecera chocado. Depois, a expressão do rosto dele tornou-se fria e dura, escondendo o que quer que pudesse estar sentindo. Só então, ele falou.

– Quer dizer que já tomou a sua decisão. Não demorou muito, não é?

– Eu tentei – respondeu ela, resistindo à vontade de correr até ele e se atirar nos braços dele. – Tentei de todas as formas encontrar uma maneira de fazer isso dar certo. Mas ela não existe. Se ficarmos, você virá a se ressentir de mim pelo que não pude lhe dar. Acabará se ressentindo até de Zac, um menino inocente, apenas porque ele não tem o precioso sangue da sua família. Temos de partir. É a única solução.

Um músculo se retesando no rosto foi a única reação dele. E o que ela estava esperando? Que ele fosse se jogar no chão e implorar para que ela ficasse? Ele era orgulhoso demais para isso.

Não que Grace teria cedido se ele o fizesse. Estava deixando-o para o próprio bem dele. Porque o amava.

O olhar de Sebastian se suavizara ao olhar para Zac brincando debaixo das cobertas, cobrindo a cabeça com elas e sorrindo para ele ao espiá-lo por baixo delas. Ele pareceu engolir em seco. Cerrando os dentes, virou-se para Grace.

– Se é o que quer, não tenho o direito de detê-la. Já que está aqui, eu lhe devo a viagem de volta para casa.

– Não me deve nada. Como é minha decisão partir, arrumarei um jeito de nos levar para casa.

– Como quiser. Avise-me se precisar de minha ajuda.

Virando-se, ele deixou o quarto.

Olhando para o relógio, Grace contou as horas que faltavam para o voo chegar. Sebastian a evitara durante os três dias que Grace levara providenciando os preparativos da volta, mas ainda assim ajudara bastante, usando seus contatos para colocá-la no voo de conexão de Cusco e pedindo a Francisco para empacotar e providenciar o envio de seus suprimentos artísticos. Naquela manhã, antes de fechar a mala, Grace deixara o bracelete de ouro em uma gaveta vazia da penteadeira. Se ao menos pudesse deixar as lembranças para trás com a mesma facilidade.

As despedidas foram difíceis. Ana e Eugenia choraram ao cobrir Zac de beijos. Dolores e Sebastian foram mais distantes. Fazendo carinho na cabeça de Zac, ele trouxe a mão dela até os lábios e a beijou.

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