A Descoberta Fatal

Capitulo 4 - Confiança quebrada

Quando dei por mim, estava deitada em minha própria cama, eu olhava para todos os lados e cantos sem entender nada, não conseguia me mexer, algo estranho parecia me prender no lugar. Quando olhei na direção da porta eu vi alguém entrar, não era ninguém menos do que Cedric, ele sorriu para mim, era um sorriso gentil, mas eu só conseguia ter raiva e desdém dele

— O que você vai fazer comigo?— disse com uma voz estrondosa, Cedric apenas a ficava olhando, seu olhar parecia estar longe, como se estivesse pensando —Achei que éramos amigos... Seu canalha!—minha voz estava ainda mais estrondosa.

Isso pareceu tirar Cedric de seu devaneio e ele logo a encarou com um rosto sério de dar medo nas pessoas mais corajosas.

—Hummm...tem certeza que não sabe, Lea?— falou se sentando na cama num ângulo próximo do meu rosto

—Acho que não adianta tentar te explicar.... Mas me sinto obrigado a isso de qualquer forma—continuou enquanto dava um sorriso fraco 

—Provavelmente deve estar se perguntando porque te prendi em sua própria casa? Bem, não tinha lugar melhor—encerrou enquanto alisava o meu cabelo

—Muito inteligente de sua parte—debochei e afastei a cabeça do alcance dele 

—Mas estou curiosa... Porque me prender aqui?—perguntei de uma forma mais calma e o olhei em seus olhos

— Bem... por onde começar? —elevou a cabeça, levando a mão até o queixo 

— Bem, posso começar desde o início, eu sou um anjo que foi designado para levar sua alma até o reino celestial, mas como podemos ver...Alguém lhe usou antes— ele falou aquilo com ódio, era possível ver seu olhar ficar cego pelo ódio.

—Durante três anos, Lea, três e longos anos eu fiquei ao seu lado, te dei tudo que tinha... e mesmo assim no fim, você foi corrompida...isso é tão irritante—tocou novamente o meu cabelo enquanto cerrava os dentes, não lutei dessa vez, entretida com a história dele 

—Mas infelizmente para mim, acabei gostando demais de você— ele sorriu, mas não era um sorriso gentil, era um sorriso de gelar os ossos, tentei digerir aquilo tudo mesmo calada.

—Então eu tentei loucamente te ajudar, mas nunca consegui achar uma cura para você... Isso realmente me entristecia... Ver algo tão lindo morrer... — ele ria fracamente e estava mesmo transtornado, enquanto levava um dos dedos ao meu lábio fino e carnudo.

— Mas te ver sendo salva por outro, e não só outro, mas um demônio nojento? Isso me tirou do sério... — ele correu o dedo dos lábios ao queixo, pescoço, busto até chegar ao início dos meus seios.

—Mas bem, você não precisa saber de tudo...eu já falei demais.... apenas achei que se te contasse me sentiria melhor... e realmente estou...afinal, no fim eu irei ganhar —sorriu de modo convencido enquanto se levantava para em seguida se afastar. 

— Até breve, Lea — sussurrou, antes de desaparecer da minha vista.

—Espera... eu preciso de mais explicações!—gritei enquanto vi tudo sumir, e logo acordei atrás da árvore a qual havia me escondido.

Devemos notar que o tempo em que ela ficou lá e o tempo real eram muito diferentes, lá durou uma eternidade, mas no real passaram-se apenas três minutos. Ela estava tonta e fraca, parecia ter acordado de um pesadelo, mas não conseguia se lembrar de tudo, era como uma memória embaçada, apenas se lembrava vagamente de ver algo pegar uma sombra e, quando se levantou, sente alguém abraça-la por trás.

—Pelo inferno! Para uma humana você dá trabalho demais—Laca falou abraçando-a com mais força.

—Eu estou bem...apenas desmaiei—balbuciei como se não tivesse certeza se aquilo era verdade.

—Bem, da próxima vez não suma....eu fiquei igual a um louco te procurando...não sentia sua presença em lugar nenhum—sua voz demonstrava preocupação.

—Calma Senhor chifrudo....eu tô bem—sorri e virei para ele

—Mas o que...? como ousa? — ele parou quando sentiu que peguei na sua mão e o levei até o ponto de ônibus

— Pare de reclamar e vamos embora—falei sorrindo enquanto vi o ônibus chegar e fiz sinal para que parasse.

— Como se um demônio andasse de ônibus— falou ele soltando um suspiro e subindo junto comigo enquanto ouvia minha risada debochada 

— Você ainda me paga humana....