Hoje finalmente é o grande dia, eu fiz toda minha rotina matinal e chamei pelo Laca às oito da manhã, ele logo apareceu com aquele rosto sem graça de sempre, sem me conter pela noite anterior eu o abracei e beijei sua bochecha.
— Então, quando vamos derrubar prédios e destruir paredes com um soco? — Disse empolgada, o Laca me olhou com um olhar que dizia que eu estava viajando na maionese.
— Desculpe, mas não somos o incrível Hulk, somos seres sobrenaturais, e você já deveria saber que nós usamos poderes que são mais do que força física — Disse com um rosto normal, mas eu só conseguia escutá-lo tagarelar e revirei os olhos.
— Vejo que está muito animada, pois bem, vamos começar— Se gesticulou para frente, e quando dei por mim ele já estava me levantando e me jogando para o ar
— Ei, você nem disse que a gente iria começar, se quer me matar e só falar— Falei desesperada, não entendia o que ele pretendia fazer.
— Primeira lição, nunca baixe a guarda contra seus inimigos, isso é um erro seguido de morte— disse me colocando no chão novamente.
— Tá, como vamos começar? — Falei ficando mais séria para que ele entendesse que não estava para brincadeira.
Ele sorriu e me explicou literalmente tudo que podíamos fazer, descobri que além de podermos nos teletransportar, também podíamos ocultar nossa presença, o que ele chamava de aura ou pressão espiritual, além disso, podíamos usar de nossa aura para exercer habilidades, como telepatia, golpes com impacto espirituais, e por fim, podíamos também nos curar, o que era bem fascinante.
Começamos pelo básico, Laca me ensinou golpes com pressão espiritual, que não era tão difícil de fazer, mas precisava de foco total.
Depois de tudo isso, ele me explicou como se teletransportar e como usar a telepatia, o que tinham a mesma coisa em comum com as demais habilidades, foco.
Era de tarde quando pela vigésima vez eu suspirei irritada, o Laca tinha conseguido me derrubar em todas minhas investidas, e estávamos nisso desde as oito horas da manhã, demos uma grande sorte, minha mãe tinha ido ficar com uma amiga que ela não via a tanto tempo quanto eu, e isso ajudava para que ela não visse nossos poderes.
Eu já estava cansada, não sabia a hora, mas com certeza sabia que já deviam ser mais de treze horas da tarde, olhei para o Laca ainda caída na grama verde e aparada do meu pequeno jardim, que fica em frente a minha casa.
— Podemos dar uma pausa? Eu preciso comer— Murmurei com cansaço, até mesmo meu estomago roncou e eu só vi o Laca sorrir.
— Você avançou apenas dez por cento, se quer saber. Mas irei te ajudar com isso, não precisamos comer comida humana. — Disse me levantando da grama sem dificuldade, e olhou para mim afastando sua camisa social escura de seu pescoço, eu não entendi o que ele queria fazer logo de início, mas depois, eu comecei a entender.
— Você quer que eu me alimente de você? Isso e sério? — Gesticulei e andei até o Laca, tentei pôr em prática o que ele me ensinou sobre o maldito foco, e consegui fazer minhas presas saírem, era uma sensação estranha, mas estranho estava sendo meu segundo nome a vários meses.
Eu o mordi sem muita cerimônia, apenas consegui escutar um gemido baixo de dor, eu parei por um momento para ver o rosto dele que sorria para mim, indicando que eu poderia continuar, era uma sensação nova, era como se eu tivesse tomado energéticos, foi no mínimo diferente, eu logo me afastei de Laca, e o olhei com energia renovada.
— Acho que vou me viciar nisso— Disse brincando, mas bem, era bem diferente de comer comida humana, isso eu podia afirmar.
Laca por sua vez apenas me deu a língua, e logo começamos a lutar novamente, depois de mais duas horas em vão, eu finalmente conseguir entender esse tal lance do foco, e consegui engenhosamente o derrubar no chão com um forte impacto, Laca me olhou com um olhar surpreso, mas depois sorriu.
A partir dali nós treinamos o teletransporte e a telepatia, ambas eram fáceis, eu conseguir dominá-las bem, mandei várias mensagens um tanto exóticas para a mente de Laca, o que o fazia me olhar como um predador, mas era divertido.
E como uma forma de nos descontrairmos, eu sempre me teletransportava para longe dele, era como um pega-pega no qual ele nem sempre conseguia me pegar e vice-versa.
Por fim descansamos numa arvore afastada de nosso quintal, minha mãe não voltaria neste dia, então poderíamos fazer o que bem entendêssemos, e foi assim que olhei para o Laca com a língua encostando-se em minha presa, que não havia sumido.
— Quando ela vai sumir? — Disse me aconchegando em seu ombro e o olhando fixamente.
— Simples, quando você estiver mais tranquila, ainda estamos em modo de defesa— Murmurou de forma baixa bocejando e colocou a cabeça sobre a minha, e logo Laca dormiu sem se preocupar com nada, sempre quis ter essa calma dele, mas me conhecendo, seria impossível.
Eu sorri e fiz carinho em sua cabeça enquanto eu pensava sobre o quão feliz eu estava por poder controlar e entender meus poderes, e essa paz interior logo me levou a um sono profundo junto de Laca.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Descoberta Fatal
FantasyDescrição/sinopse: Leandra e uma jovem mulher de vinte e cinco anos que está passando pelo seu pior momento na vida, descobriram que está com uma doença rara que compromete suas funções motoras e isso a deixa totalmente depressiva, pois o sonho dela...