Capitulo 5- Mal Presságio

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Os dias têm sido intensos e cheios de vida desde que fiz o trato com Laca, contudo, algumas vezes têm ocorrido coisas estranhas como as do evento do ponto de ônibus. Sua convivência com o ser sobrenatural é, talvez, a parte mais interessante do meu dia. Aprendi muito sobre forças ocultas e o destino das almas nos últimos dois meses. E o que posso dizer, se nem tudo o que está nos livros é verdade, nem tudo o que está lá é mera fantasia. Sou a prova viva de que pactos com demônios são reais. Afinal, há dois meses estava curada e com uma vida totalmente nova, estava aprendendo a controlar minha visão espiritual e a identificar possíveis ameaças de espíritos inferiores.

Era mais um dia comum como os outros, depois de uma manhã cansativa deitei-me para descansar. Sinto como se me afastasse de mim, uma sensação de leveza e um entorpecimento que sempre sinto antes de adormecer e de repente percebo que estou em minha cama tentando me mexer. Percebo a presença de alguém alto a acariciar meus cabelos. Ouço sua voz falando alguma coisa que não consigo distinguir ao certo o que é, parece outra língua. Sei que está lá, sei a posição dele ou dela, mas não consigo me mover. Essa sensação de estar aprisionada me causa pânico e quanto mais tento me mover, mais presa me sinto. A agonia faz tudo ficar ainda mais confuso e quando dou por mim, estou suando frio e deitada em meu quarto, olhei para todos os lados assustada, mas a presença, a sensação e a voz, desapareceram.

— De novo esse pesadelo embaçado – falei me levantando repentinamente e sentando de pernas dobradas. Pensei sobre qual seria o significado do sonho e porque sempre acordo quando estou quase conseguindo me mover e ver quem está lá.

—Não adianta pensar nisso... Preciso ver como minha mãe está – falei para mim mesma. Levantei-me e ainda sonolenta peguei meu seu celular, mandei uma mensagem para minha mãe.

"Oi mãe, sei que faz tempo que não nos falamos, desde que você foi viajar a trabalho. Sinto sua falta."

"Não vou me preocupar... Ela deve estar bem. Volta em uma semana."

Devo dizer que ela estava bem caros leitores e Lea não estava de toda errada, contudo, isso estava prestes a mudar, mas eu estou me adiantando. Após refletir um pouco seus pensamentos tranquilizadores ela jogou o celular na cama e se encaminhou para o banho retirando a roupa na porta e jogando-a no cesto. Olhou para o espelho e deu um sorriso fraco antes de ligar a ducha e pensar nas coisas que precisava resolver em cada disciplina, precisava melhorar seu rendimento nos estudos. Precisava organizar as coisas antes de ir para a faculdade.

Sua mente vagueou pelas tarefas escolares e parou em Laca. "O que o Laca está fazendo hoje?" Era a pergunta que martelava em sua cabeça desde que saiu do banho. Fez um lanche, limpou a cozinha, pegou a bolsa e saiu fechando o portão atrás de si dirigindo-se à parada de ônibus.

Os corredores da faculdade estavam cheios, indicando que as aulas ainda não haviam começado ainda. Enquanto caminhava para a sua sala viu seu amigo Cedric carregando uma penca de livros e foi ajudá-lo.

— Me deixa ajudar...se você fizer isso sozinho e capaz de você cair de cara no chão.—Sorriu para ele e pegou três dos seis livros que ele levava.

— Não precisava Lea...Você não deveria conseguir carregar nem um livro.— Falou num tom preocupado a olhando nos olhos

—Ah, deixa disso, já falei várias vezes nesses dois meses que os remédios estão finalmente me ajudando em algo.

Ela sorriu e seguiu os passos dele, ela sentia algo de diferente perto dele, porém ela não conseguia identificar o que era.

— Eu só estou preocupado com você... Você sabe.

A Descoberta FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora