Capitulo 10- Profundo Desespero

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Leitor gostaria de avisar que isso que irei narrar aconteceu no mesmo espaço de tempo em que Leandra treinava e dormia. Enquanto nossa protagonista dormia num sono profundo, Cedric estava a um passo de fazer um plano muito maligno e quem pagaria o preço dessa vez, não seria somente Leandra e sim, sua mãe.

Ela estava saindo da casa de uma amiga exatamente às oito horas da manhã quando viu uma pessoa conhecida há bastante tempo, Cedric.

Ele ia apressadamente em sua direção e não sorria, ela não entendia o porquê ele queria falar com ela e como sabia onde estava, mas só podia pensar que Leandra falara para ele. Seus olhos azuis oceano demonstrava preocupação. Logo a mãe de Leandra foi até ele igualmente preocupada.

— Cedric, quanto tempo! — disse de forma feliz, mas ao mesmo tempo preocupada 

— Vejo que está com pressa, aconteceu algo com minha filha? — perguntou olhando com um rosto sério, e ele por sua vez, estava sério, suas feições que sempre foram serenas estavam anormais, ela imaginou que talvez fosse coisa da sua cabeça, mas viu seus olhos brilharem de uma forma diferente.

— Sim dona Letícia. Leandra tem andado com pessoas ruins... estou preocupado com ela, por isso vim falar com a senhora. — Falou com seus lábios fazendo uma linha fina, demonstrando que ele estava mais preocupado do que o normal.

— Mas eu a vi ontem de manhã e ela estava sozinha e bem, como assim Cedric? — Murmurou confusa.

— Eu não posso falar disso aqui, por favor, vamos a um lugar mais reservado? — Gesticulou de forma desajeitada numa tentativa certeira de fazer Letícia o seguir.

Cedric sabia que seria fácil, a mãe de Leandra sempre confiou nele tanto quanto sua filha, mesmo quebrando as regras do plano celestial, ele precisava fazer aquilo, em sua cabeça conturbada aquilo era a única escolha de chamar Leandra e o demônio cruel que a estava manipulando para um lugar afastado, e assim, ele poderia enfim matá-lo e fazer com que Leandra esquecesse tudo e fosse somente dele.

Ela o seguiu sem fazer muitas perguntas, afinal, o conhecia há muito tempo, pensava que Cedric era um bom menino. Caminharam por alguns minutos até chegar a um lugar totalmente deserto e mais confusa do que antes.

— Cedric, tem certeza que é aqui que queria me trazer? — questionou inclinando a cabeça enquanto observava o local.

Quando olhou novamente para ele, tentou gritar pelo medo que sentiu ao ver algo inumano em sua frente. Ele parecia mais um anjo, porém, nada fofo como nos contos. Era algo diferente, suas asas eram enormes de um branco quase imaculado e seus olhos eram totalmente radiantes que a cegavam o bastante para não enxergar nada, mas antes que pudesse gritar Cedric tapou sua boca e falou alguma coisa que ela não sabia o que era. Aquilo a fez perder a noção de tudo, sentiu uma dor aguda como uma queimação e a escuridão se fez em seus olhos.

Letícia não conseguia ver nada, era como se estivesse cega, e para sua má sorte, realmente estava, não conseguia entender o que estava acontecendo, só conseguia escutar uma voz que julgou ser de Cedric. Tinha o mesmo timbre da voz dele. Ela queria gritar de dor, mas sua voz não saia, o medo estava tão grande que tentou correr e caiu ao chão sem saber onde estava.

— Sinto muito, mas foi um mal necessário... Sabe como dizem não é dona Letícia? São ossos do oficio — Ele inquiriu de forma retórica.

Cedric deveria estar triste, mas estava feliz, não aguentou e começou a dar gargalhadas altas, até que percebesse que alguém poderia escutar e tapou a boca. Julgava-se condenada de qualquer forma, seus superiores logo descobririam a traição, afinal, quebrou a regra mais importante que constituía em apenas uma coisa básica, não se envolva em assuntos humanos e não os machuque a pena para isso seria a morte.

Cedric olhou para a mãe de Leandra com pena, um ser tão frágil lutando pela vida, seria mais fácil se ela somente morre-se, mas ele não poderia fazer aquilo, Leandra nunca o perdoaria, então apenas fez com que a dor da mãe dela passasse a colocando num sono profundo. Porém teve certa dificuldade, ela não parava de falar coisas sem sentido e de se arrastar pela terra úmida do chão, mas enfim conseguiu fazê-la cair num sono do qual só poderia acordar com a intervenção dele, mas não a curou, pensava que isso seria burrice.

Enquanto se preparava para a grande brincadeira, pensava em como foi tolo até aquele momento por seguir essas malditas regras. Se não o tivesse feito, Leandra poderia ter sido curada e poderiam e teriam vivido juntos uma vida feliz, mesmo que tivessem que fugir de anjos que provavelmente tentariam mata-los. Ele soltou um suspiro e levou o corpo da mãe da Leandra para um lugar mais afastado, escondendo-o e esperando que eles percebessem sua ausência.

O que não demorou para acontecer. Leandra acordou ainda um pouco sonolenta e viu que Laca não estava mais do seu lado, sentiu um cheiro forte de comida e foi até a porta da casa que levava direto para a sala e cozinha, mas o que viu não foi sua minha mãe e sim Laca fazendo ovos mexidos.

— Olha só, o demônio também sabe cozinhar — Falou brincando e começando a andar pela casa.

— Lógico que sei, eu já fui humano sua tonta — Murmurou se virando para ver Leandra que por sua vez já estava longe.

Laca terminou de fazer a comida e seguiu Leandra pela casa até que a parou e a olhou seriamente em seus olhos.

— O que foi? Porque está tão nervosa? — Gesticulou enquanto a balançava de um lado para o outro.

— Já era pra minha mãe ter voltado... Estou preocupada—  respondeu mordendo a unha do dedão e encarou Laca.

— Podemos procurar por ela se quiser, mas acho que primeiro deveria tentar ligar pra ela — Disse num tom calmo.

Após Laca dar essa ideia Leandra pegou seu celular e ligou, porém para sua surpresa, não foi ela quem atendeu e sim, Cedric.

— Como é bom escutar sua bela voz, Lea, sentiu saudades? — Debochou.

— Porque você está com o celular de minha mãe? Qual é a graça Cedric? — interrogou transtornada, estava a ponto de o xingar até os ouvidos dele doerem.

— Não fique tão brava... Eu não a matei. Na verdade, ela está bem, somente com um simples probleminha de visão. — Debochou novamente.

Quando escutou aquilo, Leandra perdeu a noção do que era certo e errado, e quando ia desligar o celular Laca pegou gentilmente de suas mãos trêmulas e falou com Cedric em seu lugar. Em meio às discordâncias, Laca conseguiu tirar a localização de Cedric, para que enfim pudessem ir atrás dele.

Ela estava tão irada a ponto de fazer com que suas presas aparecessem novamente, e perdeu o controle de sua força. Tentou abrir a porta da casa para sair apressada, mas antes que quebrasse a maçaneta, Laca segurou a mão dela e a beijou de forma carinhosa.

Ele a acalmou e depois de alguns minutos respirando fundo ela finalmente estava pronta para salvar a mãe e arrebentar a cara do maldito Cedric.

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