Capitulo 12- Escolhas

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Enquanto eu via Cedric rindo até sua barriga doer eu escutei uma voz fraca em minha mente, demorei alguns segundos para perceber que era o Laca.

— Não se preocupe comigo...tenho tudo sob controle, logo eles chegarão — Disse com a voz quase inaudível, mesmo sendo uma mensagem telepática ele parecia agonizar, isso me tirava do sério.

Eu, por minha vez, me acalmei. Afinal, ele estava vivo e isso era algo muito positivo para mim, tendo em vista a situação em que nos encontrávamos.

Olhei para o Cedric com um rosto de desespero a fim de distraí-lo do plano de Laca, do qual eu não sabia o que era, mas confiava nele.

— Pare! Ele não e culpado nisso... Eu sou— Gritei sem me conter, queria que ele colocasse a atenção dele toda em mim.

— Agora você decidiu falar? Já tem sua resposta? — Murmurou pisando mais forte em Laca com um sorriso.

— Eu tenho... — Falei lentamente para que Laca tivesse um pouco mais de tempo, e eu também.

Cedric saiu de perto de Laca com uma faceta de curiosidade e felicidade, se aproximou de mim e se agachou para que ele pudesse ver bem a minha face e com os dedos de sua mão direita ele acariciou meu rosto que, naquela altura, já estava uma bagunça tanto pelo estresse quanto pelo esforço físico.

— Estou ouvindo, minha amada Lea... — Balbuciou de forma gentil, aquilo me era tão familiar quanto medonho.

— Eu escolho não escolher— Disse com um sorriso convencido.

Sentindo minhas forças renovadas consegui me soltar das amarras invisíveis e com um gesto rápido de mãos eu dei um impulso em Cedric, o que fez com que ele fosse jogado longe, tempo suficiente para eu pegar Laca nos meus braços, que não parecia nada pesado, e momentos depois eu peguei minha mãe que ainda estava adormecida, nos teletransportando para trás de uma parede que era próxima de onde estávamos.

Laca parecia sem energia alguma, mas ele era um demônio. já minha mãe não, preferi curar minha mãe, o que consegui com maestria, porém não conseguia acorda-la, isso somente Cedric poderia fazer.

Em meio a todo o tumulto eu pude sentir energias diferentes no local, o que me deu certa esperança, ocultei minha presença, mas não consegui fazer o mesmo com a de Laca que respirava pesadamente.

Logo percebi que as presenças eram de outros anjos, porém não eram do mesmo nível de Cedric e sim ainda mais fortes, entrei em desespero ali mesmo, não sabia o que fazer, foi então que Laca me olhou com um sorriso fraco.

— Não se preocupe... Eu os chamei... Mesmo colocando minha existência em risco... Era a única escolha— Murmurou de forma lenta e cansada.

Isso só me deu mais medo, porque mesmo que eles matassem o Cedric, eles nós matariam também.

Eram ao todo três anjos que entraram em briga com o Cedric. Eles eram extremamente fortes, e mesmo que não fossem era uma briga injusta, três contra um, Cedric mesmo sendo mais fraco que eles, não se rendeu, o que fez com o que os anjos tivessem que matá-lo, isso me deu um sentindo de alivio junto com um de perda.

Em seus momentos finais vi Cedric encontrar meu olhar, o que me deu um sentimento de dor, ele tinha sido meu amigo por anos e, no fim das contas, quando desviei o olhar eu apenas pude ler os lábios dele que proferiam uma palavra que nunca achei que alguém tão orgulhoso como ele diria ''desculpa'' fiquei chocada, e com desespero desviei o olhar.

Enquanto eles focavam Cedric, meu foco era totalmente em Laca, cortei meu pulso com a unha e dei meu sangue para ele, na esperança de que ele pudesse ficar ao menos cinquenta por cento do que sempre foi, o que felizmente funcionou, mas não tão rápido quanto queríamos.

Eu apenas tive tempo de ver três silhuetas em minha volta, e quando percebi, vi Laca gritando para mim, a voz dele parecia em câmera lenta.

—Fuja! — Falou esticando uma mão que fez com que um pentagrama aparecesse.

Isso levou não só eu como minha mãe para nossa casa, mas o que eu vi não podia ser real, eu simplesmente não queria que fosse, minha última visão de Laca foi vê-lo ser totalmente perfurado pelas lanças dos três anjos, algo que me fez gritar enquanto era teletransportada, mas não adiantava eu já estava em casa, e o Laca morto.

A Descoberta FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora