Morte

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   Fiquei atordoado olhando para a moça de olhos esmeraldas, agora caída sem vida no chão, seu rosto delicado estava desfigurado em agonia e sofrimento. Olhei para Robert, ele estava pálido e com a respiração acelerada, seu rosto demostrava a mais profunda dor da perda de uma pessoa amada, meu peito se apertou em angústia, pois imaginei o que aquele pobre homem lidaria daqui para frente. Como uma pessoa martou a pobre moça sem nem deixa vestígios ou fizer um mínimo som?

  — Sr. Johnson! Irei chamar a polícia, esperem lá em baixo por eles!— Cesar exclama, puxando seu celular do bolso do sobretudo e discando um número. — Enquanto eles não vem, irei examinar este cômodo.

   Johnson não disse uma sequer palavra, apenas cambaleou para baixo com um olhar vazio de remorso. A empregada o seguiu com lágrimas dolorosas escapando dos seus olhos, murmurando de angústia. Fiquei perto de Cesar, olhando os seus movimentos atento.

   O corpo não tinha nenhum sinal de violência, o quarto ainda estava perfeitamente arrumado, mas notei um pedaço de papel pousado delicadamente perto da vítima, não consegui ver o que era o conteúdo daquela folha.

  — Ela realmente passou sorrateiramente debaixo de nossos narizes. — Comentou Cesar.

   Cesar entrou no cômodo, se agachado e pegando aquela folha e a olhando com cautela. Por um momento seu rosto ficou mais pálido, parecia incrédulo e confuso, sem acreditar que aquilo em suas mãos era real ou não.

  — Cesar, você está bem? — Indago, preocupado com seu comportamento.

   Cesar balança a cabeça par volta a realidade, e fala com a voz trêmula.

  — Está. Guarde isto para mim.

   Ele me entrega a folha surrada, olha para ela e percebo que apenas tinha sílabas aleatórias que não faziam sentido.

  “Phx txhulgr Fhvdu Frkhq.

   Ydprv mrjdu qrydphqwh?”

   Fiquei confuso vendo aquelas sílabas aleatórias. Olho para Cesar, percebo que ele examinava todo o cômodo, ele se abaixou perto da mulher, e cheirou seus lábios.

  — Envenenamento. — Ele explica.

  — Mas como ela Envenenou está pobre mulher? — Digo aflito.

  — Provavelmente por uma aplicação de seringa... Na parte de trás do pescoço. — Cesar responde, levantando a cabeça da vítima e analisando, provavelmente a marca de agulha.

  — Mas Cesar...

  — Fale.

  — O que tem nesse papel que o deixou tão assustado? — Pergunto incerto, ainda desconfortável em vê uma pessoa sem vida.

   Cesar parou de examinar o corpo, parou um pouco para respirar e olhou para mim.

  — Nada. — Disse quase em um sussurro.

  — Nada? Você ainda está pálido pelo conteúdo deste papel.

   Cesar fica pensativo, comprimiu seus lábios com hesitação.

  — Certo, Jouki. Depois eu te explico.

   Cesar volta seu olhar para a cena, voltando a coleta mais evidências. Depois de dez minutos a polícia finalmente chegar, acompanhada de uma ambulância para recolher o corpo, Cesar parece satisfeito com sua observação.

  — Cesar!

   já estávamos descendo as escadas, quando colocamos o pé no chão do primeiro andar, um homem moreno de estatura baixa, com olhos bicolores, ele caminha até Cesar e lança um olhar confuso para mim.

  — Olá Arthur. — Cesar diz, tinha um leve tom de orgulho em sua voz.

  — É a primeira vez que você chegar primeiro em uma cena de crime. — O moreno diz com um tom brincalhão. — Mas...quem é seu amigo?

  — Ah! É o Joui, ele vai me ajudar em... algumas coisas. — Cesar responde enquanto apontava para mim.

  — É um prazer te conhecer, Joui — Arthur diz animado enquanto apertava minha mão, apenas aceno a cabeça timidamente. — Estão morando juntos?

  — Sim? — Eu respondo confuso com a pergunta.

  — Ah sim! Então é de você que a Ivete me falou! — Ele fala alegre, podia jura que seus olhos brilharam.

   Fiquei envergonhado, pois já imaginava o que a senhora disse para ele.

  — Você sabe como ela é. Sempre aumentando as coisas. — Cesar diz com um tom de constrangimento. — Vamos Joui! Já vi o'que tinha para vê.

  — Já vão? — Arthur indaga com um sorriso divertido no rosto.

  — Já Arthur, depois me manda relatório sobre o corpo. — Cesar responde, voltando para sua postura rígida.

  — Não vai falar o que descobriu? — Arthur pergunta levemente irritado.

   Cesar apenas seguiu para a saída da casa enquanto Arthur falava.

  — Depois, depois. — Cesar responde fazendo um leve acena com a mão.

   Apenas seguir Cesar para a saída em passos rápidos, quando saí, reparei que tinha diversas viaturas e pessoas curiosas tentando bisbilhotar para descobrir o que aconteceu naquela casa, olhei para os lados, procurando o Robert, empregada e mais pessoas que deduzir que eram os outros empregados, quando os achei percebi que eles estavam sendo acalmados.

   Percebi que Cesar estava indo para a direção de Robert, mas quando ele estava chegando perto, um dos paramédicos o barraram.

  — Desculpe detetive, mas eles estão em estado de choque, não é uma boa hora para fazer perguntas.

   Ele deu um suspiro frustrado e voltou para o caminho inicial que estávamos fazendo. Caminhamos em silêncio até a rua principal para pegar um táxi, Cesar parecia está inquieto, mexia as mãos ansiosamente e comprimia os lábios.

  — Está com fome? — Pergunta Cesar, quebrando o silêncio.

  — Hm? — Murmuro.

  — Tem um restaurante perto, quer ir? — Indaga.

  — Não sei se tenho apetite depois de vê uma pessoa morta, Cesar.

  — Certeza?

  — Uhum, só quero ir 'pra casa e dormir, tenho que acordar cedo para ir a universidade. Você vai ao restaurante?

  — Não, não estou com fome. — Ele diz, me deixando confuso, por que ele queria ir para o restaurante se nem estava com fome?

  — Então, vai me dizer o'que tem no papel que o deixou tão preocupado?

  — Amanhã. Guardou a papel como pedir? — Cesar indaga enquanto erguia o braço para pedir um táxi.

  — Sim, aqui está! — Digo o entregando o papel com palavras aleatórias.

  — Obrigado, Joui. Só lhe esclareço algo, este não é mais um caso simples, provavelmente iremos lidar com algo perigoso. — Ele sussurrar com um tom de angústia.

   Finalmente um táxi parou para nos levar para casa, entramos sem pressa e Cesar disse o destino para o taxista que parecia não está de bom humor. As palavras de Cesar ecoaram na minha mente me deixando assustado, com quer perigo iríamos lidar? Prevejo que irá demorar um pouco para Cesar me conta detalhadamente o'que passa na sua mente, ele parece gostar de fazer mistério.

 

   

  

  

Detetive solitário - joesar Onde histórias criam vida. Descubra agora