sentimentos confusos

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"O amor romântico continua sendo algo assustador para mim, mas ainda sinto inveja de quem o sente."
- B.S.H.

Nos últimos dias, Cesar tem ficado extremamente quieto, sempre quando chego do trabalho, o pego sentando na sua poltrona pensando, ele tem ficado assim por horas e sem mexer um única músculo. Começo a achar que aquelas palavras estranhas no papel o deixaram deste jeito, mas sempre que tentava falar sobre o assunto ele muda de tema drasticamente. Ele parece está incerto e extremamente nervoso.
Não tivemos notícias do Sr. Johnson, provavelmente o mesmo não queria mas entra em contato pois não evitamos a morte de sua amada esposa, isso pesa na minha consciência até hoje, imagino que para Cesar está dez vezes pior. Cesar começou a sair com bastante frequência do apartamento, sempre que perguntava ele dizia que estava saindo para tomar um ar.
Fiquei tranquilo com as saídas deles, pois imagino como sua mente está a milhão de pensamentos, mas fiquei chocado quando eu o vi entrando em nossa casa completamente ensaguentado, o sangue vinha de cortes profundos em seu corpo, insiste aos prantos que o mesmo fosse para o hospital, mas Cesar insistiu que não era nada demais, tiver que usar todo as ataduras, gazes e soro fisiológico que tinha no kit de primeiro socorros para conseguir amenizar seus ferimentos, fiz todo o trabalho com as mãos trêmulas.
Colocava as ataduras em Cesar, sentir que ele me encarando por todo o momento, até ele finalmente decidir me conta o'que estava acontecendo.
- Joui...- Ele diz em um sussurro quase inadiável, dava para perceber que ele estava zonzo pela perda de sangue.
- Sim Cesar? - Indago com um tom preocupado.
Eu esperei pacientemente Cesar se pronunciar, mas o detetive me encarava com um brilho estranho no seu olhar, o mesmo sorria maroto mas ainda parecia avoado, fiquei levemente envergonhado enquanto Cesar parecia entretido com minhas feições.
- Cesar?
- Hm? - Murmura sem nem sequer desviar o olhar.
Fiquei ligeiramente corado por ele está me olhando de u jeito estranho, mas por um breve momento fiquei desconfiado, pois sua perda de sangue não parecia ser o real causado do seu comportamento sonolento.
- O que você andou fazendo Cesar? - Indago preocupado ainda trêmulo.
- Eu... peguei o assassino, mas ele conseguiu fugir. - Falou com uma voz arrastada.
- Você foi sozinho?! - Digo extremamente preocupada, com um nível enorme de aflição. - Você podia ter morrido! Por que não me chamou para ir com você?!
- Não queria que se machucasse...- Cesar fala sonolento, sentado na sua costumeira poltrona. - Você é muito importante para mim.
Sua última frase me deixou estático, sentir minha pernas tremerem e meu coração batendo fortemente.
- Importante? Mas nos conhecemos há apenas algumas semanas, Cesar. - Digo meio aéreo.
- Não tenho culpa, seu jeitinho me conquistou. - Declarar com os olhos fechados, enquanto ria bobamente para si mesmo.
- T-tá Cesar, você descobriu algo? - Pergunto tentando desvia o assunto, tirando ele rapidamente da minha visão.
- Descobrir muito coisa ultimamente. - Ele diz com uma voz arrastada e rouca enquanto ria para si mesmo.
- O que você usou Cesar? Estou ciente que a perda de sangue não foi a principal causadora do seu comportamento! - Repreendo ainda trêmulo.
- Não, não, não usei nada! - Ele exclama tentando levantar bruscamente, mas ele falha e cai de volta para o sofá.
- Cesar... você precisa ir para um hospital. - Aconselho com pesa na voz.
- Eu estou perfeitamente bem. - Ele diz com discordância. - Só precisa descansar um pouco.
- Deixe que eu te levo para o quarto. - Digo tentando o levantar do poltrona, graças a diferenciar de tamanho, se tornou uma tarefa extremamente difícil levantar seu corpo.
Finalmente consegui executar a tarefa de deixá-lo em pé, quase caí para o lado pelo seu peso, mas tentei ao máximo manter o equilíbrio para que Cesar não se machucasse mais ainda. Cesar se jogou bruscamente, envolvendo seus braços ao entorno de mim, encaixando sua cabeça na curvatura do meu pescoço, meu coração bateu forte, sentir-me arrepia por inteiro.
Me instabilizei e levei Cesar para seu quarto, quando tentei o avisa para trocar as suas roupas que estavam ensanguentadas, o vi completamente apagando na cama, decidir deixá-lo em paz, ainda estava com os pensamentos confusos rodeando minha cabeça, ainda sentindo meu rosto quente e respirava com dificuldade, como irei encara Cesar depois disso? Ele provavelmente estava fora de si.

[ ... ]

6:00 AM

Acordei com o som do despertador ecoando pelo quarto, tentei procurar o despertador com os olhos ainda fechados mas falhei miseravelmente, o som do despertador estava distante mas extremamente irritante.
- Sei que está confortável e que você gostaria de descansar na sua folga, mas preciso contar para você o'que descobrir. - Escutei uma voz orgulhosa.
Tomei um leve susto com a voz repentina, olhei para a direção do voz e vi Cesar segurando o despertador. Mas eu não tranquei a porta?
- Cesar?! Como entrou aqui? - Indago espantado. - Tenho certeza que tranquei a porta!
Ele dar um sorriso esnobe, parece que ele esqueceu o que aconteceu ontem, me amaldiçoou quando pensei nisso.
- Não é uma simples porta que vai me parar.
- Você arrombou minha porta?
- Quem se importa com a porta? Temos coisas mais importantes para tratar, jouki! - Ele fala com uma animação, mesmo que tenha uma aparência cansada. - Me encontre na sala quando seu cérebro estiver completamente ligado.
Cesar saiu do quarto entusiasmado parecendo uma criança que acaba de ganhar um brinquedo novo, jogando o despertador já desligado na minha cama. Levanto ainda vacilante da cama, coloco os meus pés no chão, me incomodando por sai do lençóis, pois o ambiente estava extremamente frio então vou rapidamente pegar uma roupa para me aquecer.
Percebo os raios tímidos de sol iluminado meu quarto, com cansaço vou para fora do quarto encontrar Cesar. O vi em sua poltrona com diversos papéis na escrivania, me acomodei na poltrona da frente, Cesar estava com um sorriso orgulhoso estampado no rosto.
- Joui! Acho que você está se perguntando sobre minhas saídas essa semana. - Ele diz. - Olhe para esses papéis.
Cesar ergueu uma pasta marrom, a olhei e estava escrito "Confidencial" abro e vejo que se tratava de uma ficha de óbito da falecida Lurdes.
- Lembra que eu lhe disse que foi envenenamento?
- Essa memória ainda está vivida na minha mente.
- Perfeito. A substância é de uma planta venenosa, conhecida como mata-lobos, Ela é conhecida por ser altamente venenosa e pode ser encontrada em várias partes do mundo. Eu sempre me impressiono com a reputação perigosa dessa planta. Sabe por que chamam de mata-lobos? É porque antigamente as pessoas usavam o acônito para envenenar lobos e outros animais selvagens.
"Se uma pessoa ou animal entrar em contato com essa planta, pode sofrer graves consequências. Os sintomas de intoxicação incluem dores abdominais intensas, queimação na boca e garganta, vômitos, diarreia, fraqueza muscular e até mesmo problemas no coração.
- Fascinante. - Digo admirado. - Você pegou no hospital ou com a polícia?
- No hospital obviamente.
- Certo, mas você viu o assassino? Já que você veio todo ensanguentado. - Digo preocupado.
- Digamos que ele é bom em esconder seu rosto, mas não era uma mulher, acredito que ela não agiu sozinha. - Cesar diz pensativo. - Eu conheço esse cara, mas nunca vi seu rosto.
- Ou talvez não tenha sido ela. - Digo analisando. - Mas por que foi sozinho, Cesar? Você podia ter morrido, você sabia quem era?
- Eu já respondi essa pergunta ontem, creio que estava sob efeito de uma substância, mas o que disse era verdade. - Ele fala, esboçando um sorriso discreto.
Então ele se lembrava? Sentir um forte rubor tomar conta de minha face, como ele pode dizer isso com tanta tranquilidade?
- Você se lembra? - Digo eufórico.
- Lembro perfeitamente, o que é incrível pela quantidade de remédio que tomei. - Cesar diz rindo.
- Mas como você diz com tanta naturalidade? - Digo meio atordoado. - Você se entupiu de remédio?!
- Por que é algo natural do cérebro e eu precisava de alguma coisa que aliviasse a dor. - Ele diz simples. - Vai me dizer que não senti o mesmo por mim?
- Bem eu...
- Depois discutimos sobre isso, temos dois assassinos com um histórico gigantesco para lidar! - Cesar diz empolgado.
Me afundo ainda mais na poltrona, estava queimando de vergonha, bem que a Liz disse que ele era dono de uma personalidade incomum.
- T-tá, m-mas você conhece esse assassino? - Digo ainda tomado pela vergonha, tentando ao máximo desviar o olhar.
- Já sabia que era ele pela carta que deixou no corpo. - Cesar responde.
- Aquelas letras sem sentido?
- Não era letras sem sentido, mas sim uma criptografia simples - Cesar responde em um tom orgulhoso. -, chamada cifra de Cesar.
- O'que dizia? - Disse eu, genuinamente curioso.
- Notei que apenas pulava três casas no alfabeto. Trocando os p por m, h por e e x por u, temos a palavra "meu", na próxima trocamos t por q, u por r, l por i, g por d e r por o temos a palavra "querido" usando a mesma regra para frase inteira temos "Meu querido Cesar Cohen, vamos jogar novamente?". Por essa simples frase percebi rapidamente de quem se tratava.
- Impressionante. - Digo abismado.
- Brincadeira de criança. - Ele diz esnobe.
Ainda sentia um rubor pelo rosto, ainda sentia meu coração palpita loucamente no meu peito. Ainda estava confuso e trêmulo apenas com a lembrança do acontecimento de ontem, eu acreditei fielmente que ele não lembraria de nada pelo estado que ele estava, mas mesmo assim uma parte de mim gritava de alegria.


Detetive solitário - joesar Onde histórias criam vida. Descubra agora