Conseguiram sair do dique por um túnel que levaria até a casa de um amigo do Castor, já sendo seguidos pelos lacaios da feiticeira. Assim que saíram do túnel deram de cara com vários animais petrificados, inclusive o Texugo amigo dos castores.
- Eu sinto muito querido. - Sra.castor falou abraçando o castor.
- Meu melhor amigo. - disse castor com tristeza
- O que houve aqui? - perguntou Pedro.
- É o que acontece com quem brinca com a feiticeira. - Falou uma voz desconhecida e todos se viram dando de cara com uma raposa.
- De mais uma passo traidor e eu faço você em pedaços.- Castor disse, sendo segurado por Sra.Castor.
- Relaxem, eu sou um dos mocinhos. - a mesma informou de um jeito um pouco debochado. - É um prazer revê-la princesa!
- Igualmente, ainda que pudessem ser em outras circunstâncias. - Clarissa devolveu o cumprimento com tristeza.
Os uivos dos lobos são ouvidos e o pânico se instaura, então a raposa instruiu os outros para que todos subam em uma árvore. Pouco depois eles aparecem, atacando sem dó a raposa que em esperteza se faz de traidora e mente mandando os lobos na direção contrária e ganhando algum tempo.
Os humanos e os Castores desceram da árvore e rapidamente foram ajudar a raposa, enquanto as meninas e a senhora Castor cuidavam do animal, notando que estava já estava anoitecendo o senhor Castor e Pedro acenderam uma fogueira assim poderiam fugir um pouco do frio. Todos se reuniram perto da fogueira enquanto a Sra. Castor cuidava dos ferimentos da Raposa.
- Sabe o que houve com eles? - perguntou Pedro, olhando para os animais petrificados.
- Estavam ajudando Tumnus, a feiticeira chegou aqui antes de mim. - explicou a Raposa soltando um resmungo pela dor.
- Você está bem? - Lúcia perguntou preocupada.
- Adoraria dizer que cães que ladram não mordem. - A Raposa respondeu com um pequeno sorriso antes de resmungar novamente.
- Pare de se mexer! - ralhou a Sra. Castor. - Está pior do que o Castor em dia de banho!
- O pior dia do ano! - brincou o Sr. Castor arrancando pequenos sorrisos dos humanos.
- Obrigado pela gentileza. - agradeceu a Raposa levantando-se. - É uma pena, mas não disponho de mais tempo.
- Vai partir? - Lúcia perguntou.
-Foi um grande prazer, minha rainha e uma honra. - afirmou o animal curvando-se.
- Não seria melhor esperar amanhecer? - A Pevensie mais nova questionou preocupada.
- O tempo é curto e Aslam em pessoa me enviou para reunir mais tropas. - explicou a Raposa, inclinando a cabeça com respeito.
- Você viu Aslam? - Sr. Castor perguntou impressionado. - Como ele é?
- Ora, como sempre ouvimos dizer. - respondeu a Raposa com um sorriso largo, então voltou-se para os humanos. - Será um prazer tê-los ao nosso lado na batalha contra a Feiticeira.
- Mas não pretendemos lutar contra a Feiticeira. - Susana revelou, em sua cabeça, aquilo era um absurdo.
- Mas com certeza o rei Pedro... a profecia! A princesa Clarissa o aguardou por anos…- exclamou o Sr. Raposa sem entender, olhando para a jovem princesa, que se mantinha com uma expressão decepcionada.
- Não iremos à guerra sem você. - Sr. Castor falou para o rapaz.
- Só queremos nosso irmão de volta. - disse Pedro após uma troca de olhares com Susana.
A raposa não esperou muito e partiu, deixando um silêncio um pouco desagradável para trás, pelo menos até Lúcia notar algo curioso.
-Porque esperava por mim? - Pedro se digeriu a Clarissa, olhando-a pela primeira vez desde que descobriu a verdade.
- A uma profecia. - ela respondeu e os outros três a olharam com atenção - Nascida de um grande líder uma grande rainha se erguerá, junto a um filho de Adão ela lutará, ao seu lado como igual ela reinará e a feiticeira ao fim levará. - ela contou, a voz expressava calma, apesar do olhar sério.
- Ela fala sobre você! - Pedro não estava perguntando, mas sim afirmando. - A feiticeira não sabe não é?
- Meu pai foi muito cuidadoso em manter minha existência em segredo, pelo menos até que vocês chegassem… - ela explicou. - Mas agora ela já deve saber e desejar minha morte tanto quanto a de vocês.
- Você acha que o filho de Adão que a profecia fala sou eu não é? - o loiro perguntou e Clarissa confirmou com a cabeça. - - Cono pode ter tanta certeza de que a profecia fala sobre mim?
- Eu sabia que era você no momento em que olhei em seus olhos e isso só se confirmou quando foi para a casa do professor! - Clarissa o olhou nos olhos, o olhar não demonstrava outra coisa senão confiança.
Por um tempo o silêncio se instaurou e a maioria se arrumou para dormir, deixando apenas Pedro e Clarissa acordados. A princesa se encostou em uma árvore próxima e escondeu a cabeça entre os joelhos, não notando quando o Pevensie sentou ao seu lado.
-Lúcia sabia quem você era. - ele afirmou e a garota o olhou.
- Contei a ela quando esteve em Nárnia pela primeira vez. -
Clarissa admitiu, olhando para a menina que dormia ao lado da irmã. - O engraçado é que achei que contaria primeiro a você, mas se tivesse feito você não teria acreditado.
-Só se tornou minha amiga por causa da profecia? - a pergunta
do loiro pegou a narniana de surpresa.
-Não conseguiria não ser sua amiga… - ela respondeu sem
olhá-lo. - Gosto de quem você é, de como se preocupa com os outros, por isso quis ser sua amiga.
A princesa agradeceu por estar escuro, assim o outro não veria que ela estava com um pouco de vergonha.
Eles não conversaram mais nada, Clarissa apenas deitou a
cabeça sobre o ombro do loiro, se surpreendendo por ele não afastá-la, e cedeu ao cansaço, deixando para lidar com o que estivesse por vir na manhã seguinte.
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Á princesa de Nárnia - O leão a feiticeira e o guarda roupa
FantasyCom a chegada da guerra em Londres os irmãos Pevensie são obrigados a deixar a casa onde cresceram. Para ficarem longe da guerra são enviados para a casa do professor Kirke, onde em meio a uma brincadeira acabam por entrar em um guarda roupa que os...