Bem-vindos a Nárnia

293 28 0
                                    

Os dias que se seguiram não foram tão calmos quanto os primeiros, apesar das insistências de Lucia em dizer que havia visitado em outro mundo, os irmãos buscavam se distrair para não pensar na guerra que acontecia. Enquanto Clarissa parecia um pouco distante a uns dois dias, quando Lúcia acordou a todos no meio da noite e disse ter ido novamente para Nárnia desta vez na companhia de Edmundo, que negou o fato.
No fim os irmãos tiveram outra briga e o professor teve que intervir, levando Pedro e Susana ao seu escritório, o loiro lembrava-se de ter visto a ruiva observando do topo da escada e da decepção que tinha em seu olhar, antes de ela voltar para o quarto.
Isso os levava ao presente momento, onde as três garotas estavam sentadas embaixo de uma árvore e os garotos jogavam um pouco mais afastados, isso até Edmundo acertar uma bola com muita força e ela quebrar o vidro de uma janela. Os cinco saíram correndo para dentro, procurando pela bola que havia derrubado uma das armaduras que o professor possuía.
Logo a voz de Dona Marta é ouvida e ela não parecia feliz, o que assustou os mesmos
- Corram! - Pedro mandou e pegou Lúcia pela mão, começando a correr, mas para azar as portas dos quartos estavam trancadas.
- Vamos por aqui! - chamou Clarissa entrando em uma das muitas salas, a mesma em que havia o guarda-roupa que segundo Lúcia podia levar a outro mundo. - Entrem, rápido.
Clarissa entrou no móvel e logo os outros quatro a seguiram, tentando fazer o máximo de silêncio possível, coisa que não durou muito tempo.
Começaram uma pequena discussão por pisarem nos pés uns dos outros e nem sequer perceberam que estavam indo cada vez mais para o fundo no guarda roupa ou que Clarissa já não estava mais com eles, não demorou muito para que os dois irmãos mais velhos caíssem no chão, como já esperado. Pedro foi o primeiro a se levantar, o mesmo olhou admirado e ao mesmo tempo confuso para a floresta, Susana não estava diferente.
- Impossível- Susana falou incrédula com o que via, era impossível demais para ser verdade, havia um mundo inteiro dentro de um guarda roupa.
- Tudo bem. - falou Lúcia com diversão e um olhar convencido, pois falara a verdade e os outros não haviam acreditado. - Deve ser imaginação de vocês.
-Eu imagino que pedir desculpas não é o bastante- comentou Pedro com um sorriso no rosto olhando para a irmã mais nova.
- Não, é pouco... - Lúcia respondeu se aproximando e num movimento rápido jogou uma bola de neve na cara de Pedro que estava distraído - ...MAS ISSO BASTA
Pedro pegou uma bola de neve e acertou em Lúcia, Susana entrou na brincadeira e atirou uma bola de neve na direção do irmão mais velho, mas o loiro desviou fazendo com que a bola acertasse Edmundo.
- AÍ, parem! - Edmundo reclamou irritado enquanto passava a mão onde a bola havia acertado.
- Seu mentiroso! - Pedro acusou o irmão que o olhou bravo.
- Você também não acreditou! - rebateu o moreno como uma defesa.
- Peças desculpas a Lúcia - o mais velho exigiu
- Está bem! - Edmundo concordou mesmo a contragosto e se virou para Lúcia - Me desculpe.
- Não tem problema, algumas crianças não sabem a hora de parar de fingir - Lúcia falou debochando do irmão, dizendo a mesma coisa que ele disse para ela.
- Ah engraçadinha. - o moreno respondeu a provocação.
- Acho melhor voltar- Susana falou e os outros olham para ela.
- Nós devíamos pelo menos dar uma olhada- Edmundo sugeriu apontando pra floresta.
- Ele tem razão, vamos dar uma olhada!! - Clarissa prontamente concordou com Edmundo e Susana a olhou com desconfiança.
-Eu acho que a Lúcia tem que decidir, afinal foi ela quem descobriu esse lugar. - Pedro sugeriu e a mais nova sorriu animada.
- Queria que vocês conhecessem o Sr.Tumnus - ela sugeriu com um sorriso no rosto.
- Então vamos conhecer o Sr.Tumnus - falou Pedro indo até o guarda-roupa.
- Mas não podemos caminhar pela neve com essas roupas- reclamou Susana abraçando o próprio corpo, o frio parecia ficar a cada segundo mais intenso.
- Não, mas aposto que o Professor não se importa de usarmos os casacos- Pedro falou aparecendo com casacos e entregando um para cada. - Se pensarem logicamente não estamos nem tirando-os do lugar.
- Mas é casaco de menina! - Edmundo reclamou indignado
- Eu sei - o outro respondeu com um sorriso brincalhão.
Logo caminhavam em direção a casa do fauno, passando pelo lampião.
- Vocês vão adorar o chocolate quente dele - Lúcia comentou animada. - E vamos beber muito...chá.
A voz da garotinha foi morrendo ao ver a casa do amigo, a porta arrombada e perto dela havia algumas coisas espalhada pela neve, Lúcia saio correndo naquela direção deixando os irmãos para trás
- Lú! - Pedro chamou correndo atrás dela sendo seguido por Susana e Edmundo.
Dentro da casa estava tudo bagunçado e revirado, como se quem entrou ali procurar por alguma coisa, a pequena garota olhava tudo com lágrimas nos olhos, enquanto Clarissa pareceu ficar mais pálida do que geralmente era.
-Vai ficar tudo bem - falou Pedro fazendo carinho em suas costas, um olhar piedoso e preocupado estava presente em seu rosto.
- Quem faria uma coisa dessas? - Lúcia perguntou com a voz chorosa.
Os irmãos olhavam tudo apavorados, Pedro pega um papel que estava na parede e começa a ler em voz alta.
- O fauno Tumnus foi acusado de alta traição contra sua majestade imperial Jades, rainha de Nárnia, por abrigar inimigos e concretizar com humanos, assinado Maumgrim, comandante da polícia secreta, viva a rainha - terminou de ler e entregou para Susana
- Chega agora temos mesmo que ir embora! - fala a mais velha decidida.
- Mas o Sr.Tumnus! - Lúcia tenta argumentar.
- Se ele for preso só por estar com um humano, imagina o que farão conosco - Susana lhe responde.
- Vocês não entendem, eu fui a humana que ele ajudou. - tentou mais uma vez a mais nova. - Ela deve ter descoberto que ele me ajudou.
Os cinco saíram e ficaram olhando em volta, quando ouviram barulhos vindos de um arbusto que se mexia, logo um castor sai de lá.
- É...é um castor - Lúcia falou confusa e eles se entreolharam sem saber se o animal era ou não uma ameaça.
- Vem cá, vem cá...- Pedro começou a se aproximar devagar esticando sua mão na tentativa de chamar o castor.
- Eu não vou cheirar isso, se é o que você quer. - falou o castor assustando a todos, com exceção de Lúcia que parecia animada.
- Hm desculpe - Pedro se desculpou envergonhado e ainda um pouco confuso.
- Lúcia Pevensie? - perguntou o castor e a mesma o olhou confusa quando o castor lhe estendeu um lencinho.
- É o lencinho que eu dei pro Sr... - ela começou.
- Tumnus. - interrompeu o castor sério. - Ele me entregou pouco antes que a polícia o levasse.
- Ele está bem? - perguntou a garotinha esperançosa, mas ao mesmo tempo temendo pela resposta.
- Sigam-me. - ele chamou, mas parou ao finalmente notar Clarissa junto dos quatro. - Alteza perdão, quase não a notei!!
O animal rapidamente se curvou e a princesa quase entrou em pânico ao ver os Pevensie a olharem rapidamente, sem entender nada.
-Do que ele fala Clarissa? - Pedro perguntou confuso, mas Susana quem se pronunciou.
- Não é óbvio, ela já esteve aqui antes... - a morena acusou e a expressão da ruiva se tornou séria. - ...Você sabia desde o início que Lúcia estava falando a verdade, foi você quem nos disse para entrar no guarda-roupas!!
- Não teriam acreditado se eu tivesse contado desde o início. - a garota admitiu e os três irmãos mais velhos a olharam incrédulos. - Eu nasci aqui, eu sou...
- Lamento interrompê-la princesa, mas creio que aqui não é um bom lugar para conversar!! - o Castor interrompeu os outros e Clarissa pareceu se lembrar de algo.
- As árvores ouvem! - Lúcia contou aos irmãos.
O animal se virou e voltou a andar em direção à floresta e Clarissa o seguiu em silêncio.
- O que vão fazer?! - perguntou Susana ao ver que Pedro e Lúcia seguiam o castor.
- Tem razão como vão saber se é confiável? - Edmundo concordou com a irmã.
- Não temos muito o que fazer no momento. - Pedro respondeu e no fim os outros dois concordaram a contra gosto.

Á princesa de Nárnia - O leão a feiticeira e o guarda roupaOnde histórias criam vida. Descubra agora