HIM: Bill Kaulitz. > CONCLUÍDO

CAP 3: True events

2008
Addy

Acordei 10:37 da manhã. A noite mal dormida após a noitada é péssima. Eu devia seriamente repensar no meu planejamento. Não dá para se apresentar e curtir a noite. Passar o som e beber. Se preparar e dançar. Eu tô acabando comigo mesma.

Eu me apresento em pequenos eventos, geralmente festas, boates ou aberturas de pequenos shows. A melhor parte é que poucas pessoas reconhecem meu rosto. A maquiagem pesada com a caveira desenhada em caneta transparente no rosto facilitam TANTO a minha vida. Depois que pensei na ideia da caveira, todos os nossos show tem luzes negras que quando batem na pele, acendem o desenho. Quando vem a luz normal, é só um monte de delineador e e batons escuros, e voilà. Mágico.

Meus pais me ligaram antes de show me passando o número de Bill Kaulitz. Que inferno. Eu pouco quero saber dele e da família dele. Eles foram embora e não se despediram. Que se fod4 eles.
Bill quer entrar em contato mas eu não quero mais assunto. Eu nem imagino como eles devem estar depois de tantos anos, se a carreira decolou, se Tom ainda tem seu piercing na boca, se Billy — não, Bill. — usa as maquiagens fortes. Se suas mãos ainda se encaixam como na primeira vez nas minhas. Que raiva, Kaulitz.

O dia vai ser cheio. Tenho que me reunir com Eddie e Finn para passar as músicas, conseguimos uma FUCKING abertura de uma banda aí no Heverlt hoje à noite. Duas mil pessoas, mínimo. Não temos músicas originais, somos uma banda que cantamos cover em diferentes versões.

Meu telefone apita. Número desconhecido.

"Oi, Addy... é Bill Kaulitz. Lembra de mim? Ahm... eu estou na cidade, talvez possamos nos encontrar. Me liga."

Put4 que merd4 é passar meu numero para as pessoas sem falar comigo antes. Arquivo a mensagem e saio da cama, visto minhas meias e vou para o banheiro. Tomo banho, lavo o cabelo e tiro as pequenas tranças próximas à franja que geralmente uso nos shows. Me visto, um short preto jeans e uma regata cavada rosa claro, saio do quarto, dou de cara com meus pais na cozinha.

— Bom dia, Addy — diz minha mãe.
— Bom dia. Por que Bill Kaulitz está no meu telefone? — disparo.
— Achamos que talvez você gostaria de encontrar com ele e Tom, querida... — disse meu pai, cabisbaixo. Certamente se lembrando de como fiquei depois que eles foram embora.
— Eu vou me encontrar com os meninos, mais tarde temos outro show. Vejo vocês na volta. — ignoro completamente a última parte do pequeno assunto.

Calço a minha bota e saio pela porta da frente. Entro no carro e vou encontrar Finn e Ed.

Chego na garagem de Eddie e já está tudo preparado. A guitarra e a bateria. É tudo que temos. Tudo que precisamos. Começo a aquecer minha voz. Finn me entrega a nossa setlist:

• Set Fire to the Rain - Adele (rock version)
• Running up the hill - Kate Bush
• Wanted Dead or Alive - Bon Jovi
• Lovely - na versão de Lauren Babic
• All Out Love- Air Supply
• I was made for lovin' you - Kiss
• One Last Breath - Creed
• Misery Bussiness - Paramore

Perfeito. A maioria tiramos de letra, só precisamos repassar Paramore e Kiss. Não sei dizer o que, mas sinto que essa noite será completamente diferente.

Depois de quatro horas ensaiando, dando pequenas pausas e rindo (como sempre, é  impossível ficar séria perto desses dois), paramos de vez para cada um ir se arrumar. Ensaiamos conforme a ordem na setlist, decidimos o que cada um iria usar hoje nos baseando no tipo de show que faríamos.

- Eu acho que vou com o short cós baixo preto, a blusa branca sobre um único ombro, as botas e a caveira. Sempre a caveira - comecei.

Eddie parecia pensar em alguma coisa enquanto analisou o que descrevi.

- Eu devo ir com a jaqueta normal, não adianta muito se arrumar demais para ficar atrás da bateria - disse Finn.

- A gente devia batizar a caveira. - disparou de repente Eddie. - Algo como a história mexicana, La Chorona.

- Mas o qu... - começou Finn - A gente tá combinando a roupa e você mete essa?

- Não, eu gostei - digo, revelando.

- Viu só, Finn.

Rimos e concluímos que Eddie iria usar a camisa da própria banda que vai tocar. Tokio Hotel, ou algo assim. Não faço ideia de quem são, e se quer o que cantam, só quero subir no meu palco que é  o meu lugar e fazer minha grana.

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