Cap 25 - Interview

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                               Addy

   
— Levanta, cara, temos uma entrevista daqui a pouco – ouço Tom dizer.
— Entrevista? Que entrevista?
— Um programa quer entrevistar a gente, a jornalista é gostosa pra car4lho — Georg diz do lado de fora do quarto — foi mal, Addy! — eu nem me localizei ainda.
— Eles querem que a Riders vá com a gente – Tom diz e sinto todo meu corpo acordar de imediato.
— Vai ser uma boa oportunidade pra Addy conhecer eles, então – diz Bill me olhando.
— Ah, não sei. Eu acho que deveria ficar em casa. À noite encontro vocês — Bill me encara e faz cara de triste.
— Tudo bem, então. Vamos ajeitar as coisas.
Todos de pé agora e arrumando as coisas pra irem. Comemos o restante do bolo de ontem e foram pro carro.
— Acho que a Elle ia se dar muito bem com a Addy — Georg diz descendo as escadas.
— Aposto que Finn ficaria afim de Addy — Tom diz e seu irmão dá um tapa em sua nuca — Ei!
— Vamos nos reunir todos mais tarde, a gente, Addy e a Riders lá no hotel. O que vocês acham? — pergunta Gustav.
— Boa, Gustav! — diz Tom.
— Combinado, Addy? — Georg pergunta e Bill me olha esperando uma resposta.
— Ãh, claro. Por que não?

Porra. Perdi o controle da minha vida.

                                      *

   Não sei que roupa vestir, abri e fechei o guarda roupa 3 vezes. Já faz 1 hora que estou andando pelo quarto e não faço ideia de qual desculpa vou dar. A entrevista é daqui a 2 horas e eu preciso me aprontar para chegar lá faltando 1 hora antes de irmos ao ar. Já estou de banho tomado, ajeito o cabelo para colocar a peruca. Faço uma maquiagem escura nos olhos e coloco um batom claro. Abro a porta do armário pela quarta vez e pego uma calça jeans skinny com correntes, uma camisa branca e um casaco fino preto por baixo da mesma. Os poucos hematomas no pulso estão bem mais claros agora. Não tenho me permitido pensar sobre o ocorrido. As poucas lembranças que tenho, prefiro deixa-las cavadas num buraco fundo da minha memória. Vou com o tênis preto e com os acessórios, então me visto lá no estúdio. Tiro os brincos, cordão e pulseira.
     Eddie veio me pegar em casa para irmos a pé pra casa de Finn e deixar seu carro em casa. Não demora muito até o Ray chegar e levar a gente na SUV do pessoal da banda. Em menos de 30 minutos chegamos no estúdio. É lindo. A fachada que temos acesso para ver da rua é linda, mas é mais ainda por dentro. Tem umas 40 pessoas na entrada esperando pela Tokio Hotel. Saímos do carro e vejo que o carro dos meninos já estava estacionado, sem ninguém dentro. O que essas pessoas estavam gritando?
      — Elle, por favor! Me dá um autógrafo?
      — Finn, tira uma foto comigo?
      — Eddie, eu te amo!

Oi? Que porra é essa?
Ficamos uns minutos atendendo boa parte das pessoas. Tiramos fotos, tive que criar uma assinatura na hora para Elle. Que caos. Não sei o que pensar sobre isso. Me sinto sufocada.
       Adentramos o lugar e fomos direto para o camarim. O camarim de TH é ao lado do nosso. Eddie e Finn foram pra lá para que eu pudesse me vestir. Depois de já estar pronta, vou atrás dos meninos.
     — Oi, gente! – digo entrando.
     — Elle! Uau, você está linda! — Georg é o primeiro a me ver. Ele me abraça forte — quanto tempo, garota!
     — Senti falta de vocês – diz Gustav.
     — Eu também — cada diz mais fácil de mentir.
     — E aí, Elle, tá gata hein — diz Tom e eu sorrio. 
      — Tava demorando – respondo o mesmo — Oi, Bill — digo e dou meio abraço nele.
      — Oi, Elle. Gostei da roupa — sorrio — Certo, gente. É a nossa primeira entrevista em grupo. Riders viu lá fora como está a bagunça, agora é questão de tempo para estourar a bolha. Nos passaram algumas perguntas para nos planejarmos. Relacionamentos, músicas, planos, álbuns, fãs. Esse tipo de assunto.
     — A gente precisa se mostrar confiante para podermos passar uma boa imagem.
       Eu, a Riders e os G's concordamos. Um rapaz com microfone entra no camarim e chama por nós. Seguimos atrás dele para que pudesse colocar os microfones e nos posicionarmos para entrar ao vivo. Lá vamos nós.
— A banda mais famosa do momento. As músicas que vibram do pop ao rock, deixando todos alucinados com seu estilo único. Com vocês: Tokio Hotel! — a apresentadora chama a banda e a plateia presente ovaciona. Minha barriga gela diante de tantas pessoas, como nunca antes — Mas não paramos por aí! Um novo sucesso que Tokio Hotel nos trouxe, podem entrar, Riders! — entro em modo automático sorrindo. O público vai à loucura pela segunda vez. Cacete. A gente já é isso tudo?
Todos nos sentamos. A apresentadora ficou no meio, à sua esquerda está Tom, Bill, Georg e Gustav. À sua direita, eu, Finn e Eddie. Algumas fãs não param de gritar para os meninos e escondo minha pontinha de ciúmes. Outras, levantam cartazes não só de TH, mas da Riders também e sorrio.
— Pessoal, muito obrigada por terem vindo, é um honra estar aqui com vocês — a apresentadora não deve ter mais de 25, ruiva e Tom fica hipnotizado pela mesma.
— Nós que agradecemos, é sempre bom para as pessoas nos conhecerem melhor – diz Bill — e conhecer principalmente a Riders, que está entrando agora mas já arrasta fãs por onde passa.
— É muito especial e importante estarmos aqui hoje, é a primeira vez que a Riders é entrevistado, apesar de abrirmos 2 show da TH — sorrio — os holofotes estão em cima e praticamente quase não sabem de nós. É interessante criar esse vínculo com o público também — finalizo.
— Sem contar que é sempre muito divertido quando estamos juntos — diz Georg — mesmo a Elle sendo a única menina do nosso grupo, é como se fôssemos todos uma grande tribo. — a público ri diante da comparação.
— Ficamos felizes por essa parceria. Vocês estiveram no Brasil semana passada, certo? Nos conta como foi, como é a correria, os shows, a cidade. Vocês saíram por lá? — atrás de nós aparece enormes fotos do show e de alguns paparazzis de quando estávamos na praia.
— O Brasil tem um lugar muito especial em nossos corações, é sem dúvidas nossa base, acredito que é o maior fã clube que temos. Eles são muito especiais — diz Tom e as garotas gritam por ele, que o faz sorrir.
— A correria é sempre a mesma, apesar de muitos acharem que é muito organizado, na verdade não é não, gente — diz Gustav.
— É muita coisa, a demanda é grande e o tempo é corrido. Tem a troca de figurino, as músicas que eu e Elle fazemos duetos, toda a decoração e infraestrutura – Bill fala.
— A Riders que o diga – Finn fala e ouvimos risadas na plateia — não estamos acostumados com a rotina, mas tivemos que nos adequar rapidamente. De certa forma é bom, nós gostamos da correria.
– E vocês pretendem lançar uma música? Ou fazerem um único grupo? — a ruiva pergunta. Todos nos entreolhamos.
— Na verdade, eu acho que não, nem passou pela nossa cabeça, pra ser sincera — digo.
— É, por mais que a gente goste de todos juntos, ainda é muito cedo pra decidir. Não seria uma má ideia, mas teria que sofrer grandes mudanças. — diz Bill.
— Eu acho difícil — diz Eddie — mesmo que tenhamos vários os gostos iguais, as realidades são diferentes. Quer dizer, nada é impossível e não nego de forma alguma que eu gostaria — ele faz uma pausa — bom, quem sabe?
— Interessante, vamos aguardar então os próximos capítulos! O que vocês acharam do Brasil? Muito quente? Vimos que foram à praia — a ruiva diz. As fotos aparecem atrás de nós e nos viramos pra ver. O momento que estava eu e os G's, quando estávamos na água, voltando pro carro.
— Fomos na Praia da Reserva, estava mais tranquilo por lá – diz Bill.
— E você, Elle? O que acha de estar sempre com meninos? Não sente falta de ter uma amiga?
— Não mesmo — Olho para todos os meninos — nos tornamos família, e eu sou como um tesouro pra eles.
— Nesse dia na praia – Georg começa — A Elle passou super mal.
— E eles tinham combinado de sair, então fiquei no quarto — estamos rindo agora.
— Nós compramos Mc Donalds e levamos pra ela de surpresa pra ficarmos com ela – diz Tom.
— E ficamos assistindo Crepúsculo. — a plateia grita e ri conosco agora.
— Mudando assunto... e vocês? Todos solteiros? As fãs precisam saber, você está inclusa, Elle.
— Ai, meu Deus — rio e coloco a mão no rosto.
— Então eu falo – diz Tom — um de nós não está solteiro. Pelo menos da Tokio Hotel.
— Eu não tenho compromisso com ninguém – digo.
— Nem eu — Finn concorda com Eddie.
— A gente tem fotos aqui, podemos mostra-las? – a Ruiva pergunta.
— Ah, vamos ver então. — diz Bill.
Viramos pra ver as fotos e é uma foto do Bill comigo, na verdade com Addy, Tom e os G's. Ontem. Que rápido.
— Ê, Bill – Tom ri — fala aí, irmão.
— Então... não é nada oficial – sinto murchar e ele faz uma pausa – ainda. – levanto os olhos e ele está sorrindo de forma entusiasmada.
— E qual o nome da sortuda, hein?
— Isso prefiro deixar de lado por enquanto. Na verdade, ela deve estar vendo a gente nesse exato momento. – ele olha pra câmera, segura o piercing da língua entre os dentes e pisca o olho. Eu acho que morri.
— Uhh, estamos curiosos! E quais os planos futuros? Mais shows, mais músicas? Vocês lançaram Humanoid ainda agora. O que podemos esperar de vocês e a Riders?
— A gente deve parar os shows por um tempo. Até o ano que vem. Sem álbum por enquanto, queremos voltar os shows com próprio Humanoid – Tom responde.
— Não temos planos de fazer músicas autorais, gostamos de otimizar músicas existentes e fazer nossa própria versão. Mas podemos pensar em futuras autorais, e mais participações com a Tokio Hotel — respondo.
— Que maravilha! Caminhando para o final, vocês poderiam deixar uma palinha pra gente!
— Vamos! — digo e levanto. Tem dois microfones, um pra mim e Bill, duas guitarras, uma pra mim e Tom. Bateria, teclado e o baixo. Bill se aproxima de mim sussurrando "Monsoon".
Puxo a música na guitarra e os demais me acompanham. A plateia enlouquece com a música. É uma das minhas favoritas para fazer dueto com Bill. Largo a guitarra para focar na plateia. Eu e Bill vamos até as pessoas para cantar com elas. Que sensação incrível. Deixo dois autógrafos e voltamos para o palco e finalizamos a música. Somos tão ovacionados que faz meu peito disparar.
— Tokio Hotel e Riders, pessoal! — as pessoas nos aplaudem incessantemente. Saímos acenando e fomos para o camarim.
— Ai, isso foi MUITO legal — digo dando pulinhos e todos os meninos me olham — foi mal — e todos riem.
— Se acostumem, vai ser isso aí a partir de agora. Contando com as pessoas lá fora nesse exato momento – diz Bill.
— Nós vamos fazer um after lá em casa, vocês topam? Só entre a gente e a Addy – Tom nos convida.
– Uh, tentador. Mas preciso voltar pra casa. Compromisso familiar amanhã. — minto.
— Eu passo — Eddie diz.
— Então também não vou. Mas valeu— Finn finaliza o assunto.
Nos separamos em dois carros, da mesma maneira que viemos. O tumulto aumentou lá fora de modo que precisamos de seguranças para entrarmos nos carros. Estamos a caminho de casa. Meu telefone apita. Porr4, eu trouxe o meu mesmo. É uma mensagem de Bill.
"Linda, desculpa, a banda vai se apresentar à noite. Tom acabou de receber o convite. Estamos deixando o estúdio agora. Vem ver a gente tocar ;) "
Olho e vejo que são 14h da tarde. Ótimo. Tempo de sobra. Ray nos deixa na casa de Eddie, então ele me leva pra casa em seguida. Noto um carro diferente na rua, os vidros são escuros, impedindo ver quem quer que esteja dentro. Entro rapidamente e fecho a porta atrás de mim.

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HIM: Bill Kaulitz. &gt; CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora