Cap 11- Eyes Wide Open

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Bill
Acordo e logo me dou conta do porquê de estarmos no chão. Olho para o lado e os cabelos loiros de Addy estão espalhados pelo seu rosto. Ela ainda dorme em cima do meu braço que já nem sinto mais. É a melhor sensação de todas. Tiro o cabelo do pescoço e deixo um pequeno beijo ali e vou subindo até para área atrás da orelha. Inspiro o cheiro familiar e solto um gemido. Ela geme de volta o que faz todo meu corpo acordar por completo. Que delícia de som. Ela se vira e sorri para mim, o sorriso mais lindo de todos com o rosto ainda de sono.
— Oi — ela diz risonha e sonolenta ainda.
— Oi, Linda — digo, sorrindo de volta. Dou mais beijos pelo seu pescoço sentindo o meu cheiro favorito no mundo e a ouço gemer. A minha boca encontra a dela e nos beijamos intensamente, percebo que meu piercing deve estar gelado por ela arfar quando o sente. As mãos pequenas de Addy sobem pelas minhas costas enquanto nos beijamos. Beijo a cicatriz na têmpora e deixo uma trilha de beijos pelo maxilar e voltando para o pescoço. Estou em cima de Addy quando um telefone toca. É o celular dela. Porr4.

Addy

Bill bufa entre meu ombro e meu pescoço e rola para o lado. Droga. Pego o celular e vejo a mensagem de Eddie.

"Show nessa sexta com Tokio Hotel. Acabei de falar com Georg, vamos ter participação no show que eles vão fazer no Spring Stadium. *-* "

Não sei o que responder. Hoje já é quarta. Temos 2 dias para ensaiarmos. Decidi não responder agora e voltar para onde paramos. Viro meu corpo de forma que eu fique em cima e me deito sobre ele, com o queixo apoiado sobre minhas mãos no peito dele.
— Quem era? — a pergunta escapa dos lábios de Bill.
— Só meu pai — digo rápido — preciso voltar mais tarde pra casa. — Ele me olha de maneira desconfiada, mas leva seus dedos até minha boca e acaricia. Mordisco o polegar que o faz arfar, então me puxa e me beija. Nossas línguas se encontram e quando afasto, ele geme em negação. Deixo um beijo em seu maxilar, meu local favorito. Coloco o polegar e o indicador em formato de pinça em seu queixo e o beijo suavemente antes de levantar.
Saio do quarto e dou de cara com Tom. Ele nem disfarça ao olhar para meus peitos que provavelmente marcam a camisa agora. Ele sorri passando a língua no piercing.
— Bom dia, gata — e deixa um beijo em minha bochecha
— Bom dia, Tommy.
Me apresso e vou para o banheiro. Tiro a camisa e visto a minha, escovo meus dentes e agradeço aos deuses por sempre carregar esse tipo de coisa na bolsa. Penteio o cabelo e decido deixar ele solto. Ele está volumoso por ter deixado secar naturalmente mas eu gosto assim.
    Saio do banheiro e o cheiro de café faz meu estômago roncar. Sigo o cheiro pelo apartamento e Gustav, Georg e Bill estão na cozinha tentando fazer panquecas. A fumaça é tanta que mal consigo enxergar, e noto o alarme de incêndio piscar.
   - MEU DEUS, O SENSOR! — berro subindo na ilha da cozinha.
   - VAI INUNDAR A COZINHA - grita Gustav
   - EU SÓ QUERIA COMER – Georg se desespera
   - PUT4 QUE PARIU — Bill estica o braço e consegue desativar.
   Nesse momento, Tom chega na cozinha.
   - Caralho, mas que por... – ele olha para cena e me ve em cima da ilha tentando alcançar o sensor, Gustav e Georg com massa de panqueca nos óculos e no cabelo, Bill segurando um pano em cima do sensor. Isso tudo aconteceu em 1 minuto contado.
     Começamos a rir descontroladamente da situação, e peço ajuda de Bill para descer. Ele segura minha cintura e antes de me descer, olha minhas coxas marcadas na calça legging. Ele segura o piercing na língua e sorri maliciosamente. Eu desço e decidimos apenas fazer ovos com bacon e torradas.
      – Estamos prontos para turnê? Sabe que o show é daqui a 7 dias, né? Direto para o Rio de Janeiro. — pergunta Tom olha do para Bill.
Turnê? Sete dias? O quê? Mas amanhã é o nosso show com a banda. Vejo a hora e já se passam das 10. Por que Bill não me contou sobre os shows? Por que NINGUÉM me contou?
     — Turnê? – olho para Bill e ele encara Tom de maneira séria e abaixa a cabeça.
     – Addy... – ele começa
     – Não, tudo bem. Isso aqui – gesticulo entre mim e ele – não é nada mesmo, né? Nunca foi. Ótimos amigos que vocês são.
       Saio da cozinha e pego a bolsa na sala. Bill me chama e eu não dou ouvidos. Saio apressadamente em direção a porta e chamo o elevador.
   — Me deixa te levar pra casa, Addy – ele grita e volta para pegar a chave.
       Nessa hora, o elevador abre e eu entro. Fecha tempo antes de ver pela última vez o rosto de Bill. Pego o celular e marco um ponto de encontro mais longe do hotel para Eddie me pegar.  Ele já estava próximo, e ainda bem por isso, então 5 minutos depois eu entrei dentro do carro. Pude ver pelo retrovisor que Bill me viu entrando no carro de Eddie. Que se fod4. Durante o caminho, conto tudo para Eddie. Sobre os Kaulitz e a minha infância. Conto sobre mim e Bill. Em algum momento comecei a chorar, e então, ele para o carro e me olha, incrédulo, me oferecendo um abraço.
      Logo chegamos na garagem e ensaiamos. Eddie e Finn programaram de forma que cantássemos nosso repertório e o deles, sendo quase meio a meio.
           - Scream - TH
           - Don't Jump - TH
           - Smile - Avril Lavigne
           - Bring me to life - Evanescence
           - Moonsoon - TH
           - Breakaway - Kelly
           - Komm - TH
           - Automatisch - TH
           - World Behind my wall - TH

        Reconheço as 3 últimas do novo álbum. Então é nelas que vamos pegar, já que nunca as cantamos. Meu telefone apita sem parar e vejo que é Bill e Tom. Até os G's estão mandando mensagem. Desligo e começamos o ensaio.
        O mesmo dura 3 horas, então, Eddie fica de marcar o ensaio com a banda. Amanhã, quinta. Encerramos o ensaio e Finn me leva em casa. Assim que chego, a casa está vazia, subo direto para o quarto e me jogo na cama. Sinto as lágrimas rolarem pelo meu rosto. A ideia do Bill não ter me levado a sério, ninguém me falar que eles iriam viajar pra longe... as fãs em cima...
         Levanto e vou tomar banho. Lavo meu cabelo e deixo a água quente cair sobre meu corpo. Me enrolo na toalha e dou meia secada no cabelo com o secador. Quando saio do quarto, vejo Bill no mesmo cômodo. Ele engole em seco em me ver.
       - Sai. – digo.
       - Addy, não...
       - Bill, sai.  Agora.
       - Não faz assim, vai... por favor, deixa eu explicar...
       - Kaulitz, sai da minha casa agora. Somos nada além de amigos, você não pode entrar assim na casa dos outros.
      - "Outros"? - ele repete.
     - Sim, o que você passou a ser quando foi embora. É isso que você sempre vai fazer, não é? Ir embora. Sem avisar, sem nada. Sai. Agora.
    Vejo seus olhos marejarem e percebo que meu coração se partiu com a ideia de ve-lo ir embora de novo.
      - Isso é de vocês – tiro a pulseira e a devolvo – só sai da minha casa. Você é bom em ir embora, então vai.
     - Não, Addy... linda, por favor...
      Viro o rosto e volto para o banheiro. Só saio quando ouço a respiração falhar e os passos descendo a escada. Me sento no chão frio e choro compulsivamente. Está acontecendo tudo de novo. Tudo que aconteceu anos atrás. Bill Kaulitz vai embora mais uma vez e levou consigo meu coração.

Quebra de tempo
  
      (Quinta-feira)

       Acordo na manhã seguinte sem lembrar muito em que momento vim para minha cama e dormi. Meus olhos estão inchados e mal me olho no espelho. Vejo a mensagem de Eddie marcando ensaio amanhã. Não posso ir. Não posso ir sendo eu mesma, não depois de tudo.
  "vocês confiam em mim? não vou ao ensaio, mas eu sei o que fazer. Vejo vocês depois. "
       Desligo tudo pelo resto do dia. Volto a dormir.
Acordo às 5 da manhã. Já é sexta feira. O tempo está chuvoso, mas decido pegar a bicicleta e ir à praia. Levanto da cama, troco o short, tiro a blusa e coloco um casaco. Não me preocupo em pentear o cabelo, então só coloco os chinelos e saio pela porta dos fundos. O sol mal parece que nasceu por conta da chuva, ainda está meio escuro e nublado, 4 minutos pedalando e já estou na praia deserta. Sento na areia e fico ali por um bom tempo. Faz tempo que não venho aqui e sentia falta disso.
        Meu celular vibra no bolso.

    "Temos um show com uma banda da cidade hoje à noite... é o nosso último show antes de irmos. É as 19h, no Spring Stadium. Por favor, vai. Não posso ir sem ver você."

Fecho os olhos e pulo para a próxima mensagem. É Finn.

"Oi, Addy. Estranharam você não ter ido e confesso que quase deram pra trás. Mas deu tudo certo. Decidimos seguir o figurino deles, jeans e camisas escuras. Até mais sz"

É hoje. Fico mais um tempo na praia e o sol começa a esquentar, então pedalo de volta pra casa. Decidi arrumar meu quarto assim que chego e deixar preparado minhas roupas. Separo uma calça jeans cargo preta de cós baixo, pego um cinto com correntes finas em prata e um tênis escuro. Pra parte de cima, decidi ir com um cropped de branco de mangas curtas e pretas. Tem escrito "little angel" com um desenho de dois chifrinhos. Separo umas pulseiras e imediatamente sinto falta da minha. Pego a peruca escura e faço trancinhas finas que prendo com argolinhas em prata. Escondo a cicatriz com maquiagem. Tudo pronto.
Arrumei tudo em 2 horas, e já são 13h. Vou pra cozinha beber um suco verde, mas estou completamente sem fome. Nunca estive tão indisposta para um show. Não quero ver ninguém. Nem os G's, nem Tom e principalmente Bill. Eles precisam resolver as vidas deles primeiro antes.
Subo para o quarto e ensaio as músicas sozinha. Sei como Bill canta a maioria delas, então sei que ele sempre começa as músicas e a segunda parte é com outra pessoa, e essa pessoa sou eu hoje. Pedi para Eddie e Finn se referirem a mim como Elle, sempre. Então fico despreocupada em me esconder.
Quando o alarme toca, vejo que já são 16:40, os meninos vem me buscar às 17h. Tomo meu banho rápido para me adiantar logo e ajeito a peruca. Desço já vestindo a roupa do show. Quando chegar, é só fazer La Chorona. Os meninos já estavam me esperando, então entro na van e vamos para o show do Tokio Hotel.

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HIM: Bill Kaulitz. > CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora