Cap 27 - showtime

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                                    Addy

       Meu corpo enrijece diante da homenagem feita por Bill em cima do palco, já que não somos nada oficial — ainda. Não sei o que pensar, como reagir, mas sei que minha vida mudou pra sempre a partir desse exato momento. Deixo toda a preocupação de lado e curto o momento, o garoto pelo qual sempre fui apaixonado dedicou uma música pra mim. Ou melhor, o garoto super famoso dedicou uma música pra mim. Unicamente pra mim.
Levanto a garrafa e cantando com todos os pulmões a letra da música. Logo no final da música, a repetição de "just me and you" estou na pontinha dos pés com as mãos esticadas, Bill acena alguma coisa que não consigo entender, então um segurança me levanta no ombro e Bill se inclina pra me beijar. A plateia fica louca diante disso. Eu também.
— Quer cantar uma com a gente? — ele pergunta rapidamente.
— O quê? E eu posso?
— Vem, linda sobe aqui — ele estende a mão e eu vou para o palco. A próxima música é Automatisch seguida por Forever Now. Uma moça da produção me traz um fone e um microfone. Nunca tive vergonha de cantar, essa é a primeira vez que não me sinto capaz de fazer isso.
          Fico como segunda voz em Automatisch e apesar de já estar acostumada a cantar com Bill, sempre me encanta como nossas vozes ficam juntas. Estou frente a frente com Bill, Tom está se achegando a nós de modo que estou no meio de ambos, as pessoas estão histéricas diante da cena. Tom dá as costas pra mim, e agora estamos de costas um para o outro. Tombo a cabeça pra trás, encostando na dele, e Bill devora com os olhos meu pescoço exposto. Sorrio.
            Estamos terminando Humanoid e somos ovacionados pelo público. Tom, Georg e Bill me abraçam. Vou até Gus e aperto a mão dele deixando um soquinho. Quando vou descer, Bill me puxa e me beija. As garotas piram. Ele me solta e o segurança me ajuda a descer do palco.
          Estou agora na parte de baixo, onde estava no começo do show. Algumas pessoas estão se aproximando de mim, pedindo fotos. Fico sem entender, mas pelo visto vai ser assim a partir de agora. Algumas meninas vieram tirar fotos, outras me encaravam me julgando, então só acenei e sorri.
O show acabou, os meninos foram em direção ao camarim, então tracei o mesmo trajeto que fiz no início do show. Tinha algumas pessoas esperando para o M&G, precisei passar com cuidado entre elas e ir me espremendo até chegar na porta necessária. Um segurança me deixou entrar.
— Difícil? – Bill diz vindo me abraçar.
— Poderia ser pior.
— Addy deu um show, hein. Elle que se cuide — diz Georg.
— Que nada, só o básico.
— Foi fod4, Addy. Pode confiar – Gustav diz e eu sorrio sentindo meu rosto corar.
— Billy, vou no carro pegar meu casaco. Esqueci no banco de trás, lá dentro está bem gelado apesar do tumulto. – digo.
— Quer que eu vá com você? — Bill pergunta se afastando de mim para me olhar.
— Não, tudo bem. Tem gente aqui fora esperando, eu volto logo — deixo um beijo rápido em sua bochecha e vou em direção à entrada dos fundos.
O tempo esfriou mesmo, aqui fora está bem mais frio do que estava antes. Pego a chave do carro e abro o mesmo. Pego a jaqueta no banco do passageiro, tiro o kimono e visto o casaco, fechando a porta. Foi quando ouvi o barulho de outro carro ligando. Aquele mesmo carro. Sinto meu coração na garganta, então tranco o carro e ando a passos largos para a porta de entrada. O carro pisca duas vezes os faróis antes de dar a ré e sair pela rua. Bizarro.
Estou novamente no camarim, mas agora apreensiva. Pode ser só uma put4 coincidência. Mas pode não ser também.
— Addy, tudo bem? – Tom se aproxima com uma garrafa de água, colocando uma mão em meu ombro.
— Sim — murmuro baixinho — vocês já lidaram com alguma situação de fã que os tenha perseguido? — levanto o olhar para ve-lo.
— Porr4... tantas. Mas que pergunta é essa? Aconteceu alguma coisa?
— Não, não... só acho que estou pensando muito.
— Estamos acabando aqui, já vamos voltar lá pra curtir um pouco.
— Sem pressa — digo e recosto na poltrona enquanto observo Bill e os demais conversando com fãs. 3 delas vem em minha direção.
— Addy, tira uma foto com a gente? — elas não devem ter mais de 16 anos.
— Claro.
— Você é tão sortuda — a mais baixinha diz.
— Só um pouquinho – digo e olho para Bill.
— Você é linda, eles são sortudos também — uma delas diz e abaixa a cabeça envergonhada.
— Obrigada, princesa. Me sinto honrada ouvindo isso de você — vejo seus olhos brilharem com o comentário e então ela me abraça. Retribuo o abraço de forma desejosa.
Elas saíram risonhas e vejo que Bill observava a cena.
— Posso roubar facilmente as fãs de vocês — digo.
— Ai, não, Addy, já tá difícil demais ter que dividir atenção com Eddie e Finn também – diz Georg.
— Por mim tudo bem, desde que elas não te roubem de mim — Bill diz e sorri. Meu coração bate mais forte.
— Billy... acho que aquele mesmo carro estava lá fora agora...
— O quê? Você tem certeza? – ele pergunta baixinho.
— Não totalmente... mas não acredito em tantas coincidências assim.
— Certo... você vai voltar com a gente pro hotel hoje. Amanhã verificamos melhor isso, tudo bem? — ele diz e segura meu rosto entre suas enormes mãos — amo você, garotinha.
— Amo você, Billy.
— Ah, tenha santa paciência — diz Tom ao fundo.
Rimos e seguimos de volta para a boate. Bill e Tom não me deixam sozinha por um minuto se quer, e sinceramente, prefiro que não façam. Tom decidiu por fim beber depois do aval de Bill, prometendo que ficaria comigo.
— Quer dançar? — pergunto a Bill ao ouvir Gimme Gimme de ABBA começar a tocar.
— Sempre — pego sua mão e nos arrasto para pista de dança.
Sua mão fica em meu quadris conforme eu danço a música e de tempos em tempos ele sorri. Não escondo minha felicidade em estar aqui. Com ele. Passo as mãos em volta do seu pescoço e o puxo para um beijo pouco carinhoso. Sinto suas mãos pressionarem contra ao meu quadril. Afasto o mesmo e puxo pela mão para uma parte mais reservada da boate, onde a luz não é tão forte e nem tão alto o som.
Empurro Bill para sentar no banco estofado e sento em seu colo.
— Porr4... — ele diz apertando minhas coxas nuas. Volto a beija-lo e sinto seu piercing na língua enquanto brinca com a minha. Ele se afasta e deixa uma trilha de beijos do meu maxilar até meu pescoço.
     — Eu te amo, Kaulitz – sussurro em seu ouvido.
     — Eu te amo, Jones.
      Alguém pigarreia atrás de nós.
     — Realmente, ele faz do mesmo jeito sempre — alguém diz e reconheço a voz. Samantha.
     — O que você quer, Samantha? — Bill pergunta de maneira impaciente.
     — Preciso falar com Tom. Viu ele por aí?
     — Acho que ele também não vai estar disponível — digo e aponto para o outro lado da boate onde ele está com duas garotas.
     — E eu tô falando com você por acaso?
     — Cai fora. – digo e me levanto.
     — Essa que é a Elle, Bill? Ou é a Addy? As duas são tão parecidas — pisco sem reação ao comentário.
     — É triste quando alguém precisa infernizar a vida dos outros pra se sentir um pouco melhor consigo mesma. A carência é uma merda — faço uma pausa — Sai. — peço de novo e me aproximo da mesma.
      — Até logo, Billy – ela diz acenando e indo embora.
— Que porr4...
— Ela tem razão – Bill ri – você e Elle se parecem um pouco mesmo. Mas são completamente opostas.
— Não acho — minto e estremeço.
— Tudo bem, linda, volta aqui — ele me puxa e volto a sentar no seu colo.
Ele afasta o cabelo do meu pescoço e deixa um beijo ali.
— Qual a sensação de ser famosa agora? – ele beija meu ombro e suspiro.
— É boa – digo e ele roça os lábios pelo meu ombro deixando beijos até a clavícula.
— Mesmo? Sabe que agora você é a Garota Tokio Hotel, né?
— Sei — e nós rimos — adoro estar com vocês.
Tom aparece pigarreando e senta se jogando ao nosso lado.
– O que foi? — pergunto.
— A garota está dançando com Georg – ele diz, fazendo eu e Bill cairmos na gargalhada.
— Que coisa, hein — diz Bill.
      — Eu vi a maluca lá embaixo – Tom comenta — consegui despistar. Chata pra porr4.
      — Ela estava atrás de você.
      —  Só veio aporrinhar como sempre – conclui Bill.
      Tom se deita no banco bufando. Eu e Bill nos entreolhamos e olhamos pra ele.
      – Podem continuar, finge que não tô aqui – Tom diz e acende um cigarro — O que foi?
      — Tom. Vaza. — Bill manda.
— E se a gente fosse embora? – ele pergunta de olhos fechados, bem grogue.
— Não é uma má ideia – digo e Bill me olha.
— Vamos, então? – Bill se levanta me jogando por cima do ombro.
— Ai, caralh0... — diz Tom esfregando os olhos.
— Bill, me coloca no chão. Agora.
— O que você falou, linda? – ele diz e gira — Não estou te ouvindo.
— Bela visão, hein, Addy.
— Bill Kaulitz, eu devo estar pagando calcinha e ela não é nada apropriada. Me coloca no chão — rapidamente ele me solta. Olho pra Tom e mostro o dedo do meio.
— Tarado — Bill diz dando um tapa na nuca dele.
Fomos para meu carro. Bill não me deixou voltar sozinha, então mandou Tom ir atrás de Georg e Gustav para irem pro hotel com os seguranças.
Entrei no carro e Bill logo sentou no banco passageiro.
— Addy, você tem um pouco mais de 10 minutos pra chegar no Hotel sem o tumulto, depois vai ser impossível quando o carro da banda sair.
— Garoto, se segura então. — piso no acelerador e arranco com carro.
— Puta merda — Bill arfa e coloca o cinto.
Traço o caminho em 7 minutos. A velocidade passa dos 100km, as ruas estão vazias e a pista, livre. Desacelero quando entramos na garagem do hotel. Desligo o carro e olho pra Bill super entusiasmada.
– Você nunca mais vai dirigir — ele diz e parece não ter uma gota de sangue no seu rosto.
— Para, vai, foi incrível.
— Addy, você avançou uns 3 sinais de cruzamento.
— E estamos aqui agora, não estamos? – sorrio histericamente – Sou fod4 – ele me olha incrédulo.
Bill desce do carro e pega minha bolsa atrás. Desço e tranco o carro. Sinto os pelos da minha nuca levantarem e tenho uma vaga sensação de estar sendo vigiada novamente.
— Bill, tem alguma coisa errada.
— O que foi?
— Eu estou me sentindo observada – ele olha em volta e vê dois caras no fundo do estacionamento.
— Vem, vou ligar para Ray. — ele passa a mão pelas minhas costas me guiando para andar rápido.
Não demora mais de 3 minutos para já estarmos no quarto. Bill está falando com um dos seguranças e eles averiguaram que não havia ninguém lá embaixo. Nem o carro. Mas, eles ficarão de vigia durante a noite.
Seja lá o que esteja acontecendo, não me sinto nenhum pouco segura nem aqui em cima.


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HIM: Bill Kaulitz. &gt; CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora