O General da Máfia Russa

Capítulo 5

Grace

Depois da cena perturbadora, fomos obrigadas a sair e entrar em um grande e luxuoso salão. Fico abismada com o local e ao olhar para o teto fico de boca aberta, ao ver um lindo céu desenhado de forma tão perfeita que mais parece real.

A iluminação baixa, uma música suave tocando de fundo, lindos lustres enormes para todos os lados, algumas mesas de sinuca tão lindas e luxuosas que nunca nem vi igual e as paredes totalmente espelhadas, fazendo o local parecer gigantesco.

Me colocaram como garçonete com outras três meninas novatas que chegaram comigo e nos mandaram esperar que logo viriam mais duas mulheres nos ensinar.

Quando elas vêm na nossa direção fico perplexa, paralisada e conforme se aproximam e vejo que não estou enganada, muito menos vendo coisas, sinto tudo rodar, meu corpo pesar e logo tudo escurece.

(...)

- Grace! Acorde Grace anda, acorde! - ela sussurra desesperadamente dando leves tapas no meu rosto e quando enfim acordo, tento me levantar e abraçá-la, mas ela se afasta disfarçadamente e faz um sinal com os olhos, apontando para a câmera.

- Grace você está com vontade de vomitar? Sim, então vá para o banheiro, anda vai para o banheiro! - ela diz e vou com ela indo atrás de mim e quando me abaixo fingindo que quero vomitar ela se abaixa também.

- Ninguém pode saber que nos conhecemos... - sussurra.

- Charlotte me desculpa, me perdoa! - falo sucumbindo às lágrimas e ela leva seus braços para um meio abraço e isso já é o bastante para me desmanchar em lágrimas.

- Tá tudo bem Grace, não chore, tá tudo bem, não é culpa sua - diz e olho para ela que segura as lágrimas e me sinto péssima, pois minha amiga está nessa situação por minha causa.

- Grace eu preciso que você me escute. Vamos para lá, você vai fazer exatamente o que elas mandarem e bem feito, não me procure ou fale comigo, deixa que eu vou até você quando der, entendeu? - pergunta convicta e concordo com a cabeça então saímos e vou com ela para o grande salão, que agora já está lotado de pessoas.

Enquanto ela concentrada me ensinava o que fazer, meu interior se comprimia de culpa e tristeza por ela estar aqui.

Percebia a todo o momento o olhar da tal de Mamuska em mim o tempo todo, até mesmo enquanto conversava com clientes no decorrer da noite, parecia falar de mim para eles que me comiam com os olhos.

O que mais me assustou foi um homem idoso que usava uma bengala, pois enquanto eles conversavam, ela me chamou e fui morrendo de medo.

- Chica, venha cá. Más cerca vamos, mais perto de él. - Ela diz e chego mais perto dela.

- Mais perto do señor Mustafá! - ela diz impaciente e vou, quando chego mais perto, ele puxa meu corpo com a mão e aperta a minha bunda.

- Ah desculpa senhora, mil perdões! - diz a Charlotte despois de derrubar uma taça cheia perto de nós, chamando a atenção e eu já me abaixo para ajudá-la a limpar.

- Mierda perra! - Mamuska xinga e sai.

- O que ela disse? - pergunto para Charlotte.

- Me chamou de putinha de merda...

- Eu não sabia que você entendia espanhol - falo enquanto recolhemos os cacos.

- Não entendia, mas ela gosta de xingar, então logo, logo até você vai aprender muitos xingamentos.

Continuamos nosso serviço e depois do que aconteceu com aquele velho que ela chamou de Mustafá, entendi que ele será o homem a quem vou ter que me entregar.