Capítulo 3

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Grace

Acordo confusa e a primeira coisa que acontece é sair um jato incontrolável de vômito da minha boca, que me suja inteirinha e levo meus olhos por todo o local e sinto um medo fora do comum, principalmente quando tento me levantar e percebo que estou presa por uma corrente nos meus pés.

Minha cabeça dói ao tentar entender o que está acontecendo e não sei o que fazer. Minha vontade é gritar, mas não posso pois não sei o que está acontecendo, não sei onde está o Theodore. Fico um pouco mais tranquila depois de perder as contas de quantas vezes disse para mim mesma que está tudo sob controle e é tudo um plano dele para me ajudar.

- Oi! Tem alguém aí? - pergunto alto, mas sem gritar, direcionando minha voz para a porta, fazendo um eco se formar na sala cinza e completamente vazia, porém não tenho resposta.

Depois de dormir e acordar várias vezes e ter comido o pão e bebido a água que estavam aqui quando acordei, começo a me desesperar pois isso não foi o combinado com o professor, ele não me disse que me trancaria assim, muito menos que iria me algemar.

- Socorro!!! - grito quando percebo uma movimentação pela pequena brecha por baixo da porta e a única coisa que recebo é uma batida forte na porta.

- Theo, me tira daqui, já chega! - grito novamente e depois de segundos ouço a porta sendo aberta e sinto uma mistura de alívio e medo ao mesmo tempo.

Quando a porta é aberta, vejo dois homens enormes que falam em um idioma que não entendo, ao mesmo tempo que sorriem maliciosamente, o que me faz abraçar minhas pernas e me afundar ainda mais no canto da parede.

- É, dessa vez ele não mentiu, hein! - o homem diz para o outro que concorda.
- Até que enfim aquele bosta trouxe algo impressionante...

- Moço, deve ser algum engano eu não deveria estar aqui, preciso falar com o meu amigo, Theodore, ele... - as risadas altas dos dois me calam e eles simplesmente fecham a porta e saem me deixando aqui confusa, com medo e sem respostas.

(...)

Acordo com o sacolejo do chão e ainda estando acorrentada, o desespero me consome pois dessa vez tem várias meninas aqui comigo, o ambiente não é o mesmo e todas assim como eu estão acorrentadas, tentando se equilibrar, com tanto medo quanto eu.

- Será que é um terremoto? - uma delas pergunta, fazendo não só a mim, mas outras a encararem e ela transmite tanto medo, que o meu simplesmente fica impossível de esconder.

- É um contêiner, sua estúpida! - diz uma delas e todas nós nos desesperamos enquanto gritamos ainda mais percebendo que ela tem razão, até que o balanço para depois de um barulho brusco no chão.

- Socorro! Socorro! - grita a mesma menina e todas começamos a gritar também, até que uma delas dá um grito nos mandando parar.

- Sentem-se e se calem para nosso próprio bem! - ela diz quase que como uma ordem e todas fazem como ela manda, até mesmo eu. Acredito que o medo é tanto que nos faz obedecer.

- Agora me ouçam bem. Logo o ar vai ficar escasso, não sabemos para onde estão nos levando, nem quantos dias ficaremos aqui, então controlem a respiração e tentem se acalmar para que quem sabe assim, tenhamos uma chance! - Ela diz, deixando não só a mim paralisada ao perceber que ela tem razão, mas todas. Na verdade, sua fala só piorou a situação.

- Eu não entendo... Como vim parar aqui, eu estava indo para...

- Como você veio parar aqui não importa mais. Você nunca ouviu falar de tráfico humano? - ela me cala e sua pergunta me faz arregalar os olhos. Tráfico humano?

O General da Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora