Ninguém mente como Paola Aguiar.
Insatisfeita com a vida que leva, Paola não vê outra alternativa a não ser fazer de tudo ㅡ de tudo mesmo ㅡ para conseguir o que quer. E ela sabe que o jeito mais fácil de conseguir isso é se aproveitando de homens b...
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Minhas unhas tocam a palma da minha mão, o ar não chega nos meus pulmões e ao que parece eu tô prestes a ter um ataque cardíaco.
Não sei lidar quando as coisas saem do meu controle, não sei mesmo. E a mensagem que eu recebi na minha DM é claramente uma prova de que eu estou perdendo o controle das coisas.
Não é como se ele tivesse me encontrado. Se isso tivesse acontecido eu não estaria assim. Mas quando eu clico no perfil dele e vejo que eu estou o seguindo ㅡ coisa que eu não fiz ㅡ , entendo tudo.
Meu primeiro impulso é abrir minha conversa com a Jade e digitar em letras garrafais um gigante "EU VOU TE MATAR". A resposta dela chega segundos depois e é claro que ela sabe do que eu tô falando. Um simples "Me agradeça depois" me mostra isso.
Mudança de planos.
Pelo visto terei que mudar de estratégia e a ideia de fazer ele correr atrás vai ter que ficar para lá, já que graças a ela quem correu atrás foi "eu".
Encaro o emoji enquanto mordo a fibra da minha unha e penso no que responder.
Porra de homem ruim de papo também. O que se responde diante de um emoji de olhinho?
Começo a digitar e envio, me arrependendo no segundo seguinte mas tentando me convencer de que não tem mais absolutamente nada do que eu possa fazer.
Tá atento, jogador
Encaro o celular durante alguns minutos mas a resposta não vem e eu me desligo disso rapidamente quando a porta da sala se abre e eu ouço o barulho das galochas do Lorenzo batendo no chão enquanto ele caminha até aqui.
Me cubro rapidamente com a coberta, escutando a porta se abrir no mesmo segundo.
Ouço a risadinha dele preencher o quarto e logo o corpo dele se joga em cima do meu. Solto um grito, fingindo susto e a risada dele aumenta. Ele tira a coberta de cima de mim e quando me acha, me envolve em um abraço.
ㅡ Que saudade. ㅡ aperto ele ainda mais. ㅡ Onde você tava, meu bem?
ㅡ No médico.
Meu coração gela. Me sento na cama na mesma hora.
ㅡ Tá tudo bem, foi só uma consulta de rotina. ㅡ a voz da minha mãe me tranquiliza e só então eu noto que ela tá ali na porta do quarto, parada, nos olhando.
ㅡ Eaí? Alguma... mudança?
Minha mãe balança a cabeça negando.
Olho para ele que agora estava distraído com o brilho das minhas unhas.
ㅡ Precisamos fazer mais alguns exames pra ter certeza do diagnóstico. Logo. ㅡ ela reforça.
Sinto um incômodo chegar na minha garganta e respiro fundo, voltando minha atenção para ele.
