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ROSÉ

Uma corrente de dor percorreu meu corpo, eu senti algo em meu sangue se iniciar, meu subconsciente estava despertado, me fazendo sentir cada sensação.

Enquanto meu corpo reagia à certo trabalho, eu lembrava de meus últimos momentos antes de fechar os olhos. E isso fez uma dor enorme se voltar no meus pescoço.

Eu ainda estava imóvel, meu corpo estava paralisado diante da sensação que sentia. Eu estava morrendo?

A sensação de querer chorar mas não conseguir se formou, pareciam estar cortando minha pele, e estranhamente eu conseguia sentir.

Eu estava escutando barulhos altos, e minha mente se rodava em cenas rápidas, me avisando de forma breve o que estava provocando esse barulho.

Abri meus olhos de uma vez, como ressuscitar de maneira rápida. Olhei pelos cantos do quarto em que haviam me deixado, ninguém estava ali.

Uma energia despertante começou à tomar conta de mim, me levantei de uma vez daquela cama de colchões macios.

Me olhei pelo espelho, minha aparência não havia mudado, mesmo eu já sabendo do que estava acontecendo.

Minha pele já era pálida, não tinha nada para mudar; à diferença que estava presente eram as cores de meus olhos, estavam vermelhos.

O que durou por poucos segundos, à cor de castanho voltou.

Tomei liberdade para deixar o quarto, os corredores estavam vazios, mas isso não me impedia de escutar conversas vindas do andar de baixo.

Segui até à sala, que de forma escondida, vi os três de hoje mais cedo sentandos no sofá, e do outro lado, estava um homem de aparência velha.

Eles notaram minha presença e como eu não iria fugir, me recompus e entrei na sala.

— Como se sente? – indagou Jimin que caminhou até mim

— Nova, em folha. – disse

Lisa me encarou com certo olhar de preocupação.

— Ainda sente dores? – perguntou o senhor, olhei para seu jaleco e o identifiquei como doutor.

— Meu corpo ainda apresenta algumas dores, e meu pescoço está pior. Porém, consigo me sinto mais energética.

Dos olhos de Lisa escorregam lágrimas, que logo às limpou brutalmente. Ela se levantou e se retirou da sala, Jungkook correu atrás dela.

Eu ia sair atrás do dois, mas no meio do caminho, dores de cabeça me atacaram, piores do que as de mais cedo. Me infernizando, elas me ganham e me permito cair no chão.

O doutor e Jimin correram até mim, mas por um impulso, neguei com minha mão, não deixando eles se aproximarem.

Uma voz de desejo me perseguia, até o momento que não pude mais correr, um lago gigante estava em minha frente, me impedindo de implorar por minha vida.

Eu olhei para todos os lados, analisando quem me atormentava, porém falhei quando senti algo em meu pescoço e sentindo o baque no chão.

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Eu senti a pior dor que alguém sentiria, me contorci pela cama enquanto tentava recuperar meu fôlego. Minha respiração já não estava mais funcionando e eu me via suplicando por algum oxigênio.

Meu desespero foi tão grande que eles tiveram que me segurar sobre a cama, eu perdia à consciência aos poucos e tentava evitar isto, pois quando isso acontecia, eu acordava sobre um mistério.

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— Seu nome é Lalisa. – disse Jungkook

Lalisa.

Lalisa.

Lalisa.

Lalisa.

Lisa?

— O nome Lisa está ecoando por minha cabeça. – digo

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— Quero que esqueça o que aconteceu depois de que eu cheguei no quarto.

Eu sinto sono, apenas lembro de apagar em seus braços.

Me perguntava.

"O que está acontecendo?"

Até perceber que ele havia me escondido sobre muitas coisas. Ele mandou apagar minhas memórias, fez com que alguns momentos sumissem.

Eu estava recordando de cada coisa aos poucos, passavam memórias importantes em minha cabeça. E uma delas, eram às que eu jamais poderia deixar de esquecer.

Às três pessoas mais importantes de minha vida.

Meus olhos marejados em lágrimas demonstravam o quanto eu estava chocada com a realidade, Lisa.

Ela havia voltado, ela voltou e estava aqui comigo. Maldito, maldito.

Ele me fez esquecer de momentos importantes com pessoas importantes. A saudade acumulada se apertou em meu peito, foi no momento em que criei forças e saí daquela sala correndo.

Puxei pelo pano do vestido e saí disparada para o lado de fora da propriedade, esperando encontrar Lisa. E infelizmente, ela já havia ido.

Por que não havia me dito a verdade? Ela sabia, e por qual motivo não me disse?

Isso já era um basta que eu daria.

Voltei para dentro encontrando Jimin. Ele abusou da minha bondade, abusou da minha verdade.

Antes de chegar até ele e espanca-lo de raiva, todas aquelas lágrimas fizeram minha visão ficar embaçada. Eu não aguentei tanta frustração que gritei, gritei tantas coisas cuspindo as palavras em sua cara.

Dahyun apareceu no momento e me prendeu contra ela, com sua força, conseguiu me colocar para o andar de cima e me acalmou com seu abraço amigável.

Ela puxou um lenço e secou todas aquelas lágrimas que desciam uma atrás da outra.

Os Ruídos Da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora