Capítulo 1

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Julie

Eu sei que a bonita da Filomena e o Reginaldo estão aprontando algo para o meu aniversário, pois nenhum enviou mensagem de parabéns até agora. E pelo horário, descobrirei daqui a pouco o que ambos planejaram para estragar meu dia, que vem sendo adorável. Pela manhã, fui sozinha à praia e, no horário da tarde, almocei e passei um tempo com meu pai e meu irmão.

A campainha toca. E se eu fingir não estar em casa? Será que eles vão embora?

Vou ficar quietinha.

- Julieta Molina! Não adianta se esconder! - Flynn bate na porta com força e decido não abrir, mesmo tendo noção de que os vizinhos devem estar incomodados.

- O porteiro nos disse que você chegou faz um tempo - Reggie explica.

- O que vocês querem? - abro a porta rapidamente, gritando na cara dos dois.

- Feliz aniversário, minha pequena decepção! Estamos aqui para comemorar seu dia! - Flynn diz, com um grande sorriso no rosto. Faço uma cara de choro - Nem vem! Você prometeu!

- Eu sei... - respondo, demonstrando todo meu arrependimento. Reggie me envolve em um abraço forte, desejando um feliz aniversário.

- Trouxe umas roupas minhas para a querida provar! E nosso destino nesta noite será um barzinho com rodinha de samba - ela bate palminhas, me fazendo odiar ainda mais o momento.

- Não pode ser algo mais tranquilo? Reggie? - faço um biquinho e tento mexer com a mente do meu melhor amigo, mas ele não é louco de ficar contra a Filomena.

- Prefere uma boate? - ele sugere e faço uma careta - Foi o que imaginei. Pô, a Flynn pegou leve contigo desta vez! Vai lá no seu quarto se trocar. Estamos com pressa - Peter me entrega a sacola de roupas que Maria levou.

Minhas opções são um tomara-que-caia azul bebê bem curtinho; uma calça preta de couro e um cropped branco; ou o mesmo cropped com um conjuntinho preto e branco de blusinha de botão e saia curtinha. O vestido está fora de cogitação!

Pensando no meu conforto, escolho a terceira opção para combiná-la com um tênis ao invés de um salto. Uso uma maquiagem básica e saio do quarto mandando os dois ficarem calados. Comentários sobre a roupa estão proibidos até eu dizer o contrário.

Minha cara de quem está odiando cada segundo aparece assim que vejo o lugar um pouco cheio. Nem preciso entrar para dizer como já estou arrependida de ter deixado a comemoração do meu aniversário na mão dessa dupla. Filomena entrelaça nossos braços e vamos, contra minha vontade, até uma mesa vazia.

Após alguns copos de cerveja, ela levanta da cadeira e convida eu e Reginaldo para a rodinha. Com a cabeça, nego o convite. Meu melhor amigo já está abraçando Flynn por trás, totalmente entregue ao charme da garota, que requebra o corpo. Ela tem gingado. Eu, não.

- Você não vai passar a noite sentada nessa cadeira de plástico da Skol. Vamos nos divertir, Ju! É seu niver - diz com uma voz melosa - Sabe que vou passar a noite insistindo, né?

- Deixa o álcool fazer efeito...é só isso que te peço - junto as mãos e imploro - Vou ficar mais soltinha e sambar com os dois.

- Tudo bem. Daqui a pouco a gente volta para te buscar - lança uma piscada e dá um tchauzinho antes de se distanciar e sumir no meio das pessoas.

Não preciso de muito tempo para entender o porquê essa mesa estava disponível quando chegamos. Conforme a rodinha vai enchendo, fica mais difícil para o garçom chegar no lugar que estou. Faz dez minutos que tento pedir algumas garrafas de cerveja. Cansada da demora, decido passar pela rodinha, que é tudo menos um círculo organizado, de pessoas suadas para alcançar algum funcionário.

I Do, I Do, I Do, I Do, I Do ∞ Juke - JATPOnde histórias criam vida. Descubra agora